Imagem de ficção sobre tecnologia militar +=bN_tPP19vaU, Extraída das redes sociais**. |
Por: Belarmino Mariano Neto*
Depois de acompanhar as cenas ditatórias do dia 24 de maio deste, no centro de Brasília, Capital do Brasil, patrocinada por um governo ilegítimo
e golpista, que se serviu das forças armadas, da segurança Nacional e da
Policia Militar do Distrito Federal, contra a classe trabalhadora organizada,
começamos nos convencer de que, não se trata apenas de um golpe parlamentar,
jurídico e midiático, contra a Democracia Brasileira. Existem mais coisas e más
intenções, que parecem ficção, mas estão sendo maquinadas, em uma espécie de
tentativa e erro, diante da falta de saídas honrosas para aqueles que
assaltaram o poder e a soberania popular do sufrágio.
Ontem quando o Michel Temer autorizou o Ministro
Raul Jungmann a publicar um Decreto de convocação do Exercito para a Garantia
de Lei e da Ordem (GLO), para conter manifestantes na luta democrática pelos
seus direitos, ficamos a nos perguntar: Exercito nas Ruas de Brasília? Mas
como, se em nenhum momento, o Estado Brasileiro foi ameaçado. Foi no mínimo um
ato desesperado de um (des)governo sem nenhuma amarra de sustentação. Um
desgoverno em queda livre, que ilegalmente, passou a utilizar a Força
Estratégica de Segurança do Estado brasileiro, contra os próprios brasileiros.Nenhum General de Plantão estava com a Constituição Brasileira nas mãos, para esfregar na incompetência desses usurpadores do poder? Será que o Alto Comando das Forças Armadas, não deveria, minimamente ter questionado o tal Decreto? Parece que prontamente o Comando das tropas, foi colocado a disposição. Situação grave, pois dá a entender que essas forças já estavam mobilizadas e de prontidão para tais fins?
Esse é o desgoverno que comanda reformas contra os
brasileiros, "rasgando a Constituição", mas no aperto, busca guarida
na Carta Magma, para a prática da violência armada, contra civis desarmados. De
acordo com artigo de Felipe Amorim (Portal Uol, 24/05/2017), Marcos Aurélio
Melo, Ministro do STJ, disse que, "esperava que o Decreto de convocação do
Exercito não fosse verdade". Mas foi verdade e está aí para quem quiser
ler:
Imagem extraída do Universo On Line (UOL, 25/05/2017) |
De acordo com as mesmas fontes, o Decreto foi
revogado na manhã de hoje, sob a alegação de que já havia sido restabelecida a
ordem pública. Um governo que não consegue sustentar um "Decreto
Forte" como esse, não merece governar e deve cair imediatamente. O mesmo
Decreto que deveria vigorar até o dia 31 deste, foi revogado em menos de 20
horas de sua publicação. Depois dessa atrapalhada nacional, qual o valor das
palavras desse presidente ilegitimo, se o mesmo não consegue deixar sua
assinatura secar no pepel dos seus atos.
Michel Temer
depois de 12 meses de um golpe contra a democracia, conseguiu mais uma
façanha, instalar um Estado de Sítio que durou apenas 18 horas. Ele tentou
fazer um teste de força, contra a população mais esqueceu que seu governo
cambaleia e pode cair há qualquer momento. Essa tentativa de um golpe militar,
com uso da força de Estado para defender seus últimos suspiros foi no mínimo
patética.
De acordo com artigo publicado no Correio
Brasiliense, Juristas da UnB viram o Decreto como ilegal e desesperado. "O professor Alexandre Bernardino
acredita, ainda, que a utilização do mecanismo coloca em risco o processo
democrático, já que o país passa, simultaneamente, por uma crise gerada pela
corrupção política generalizada. Segundo Bernardino, a população está
insatisfeita e tende a se manifestar, e a decisão do governo pode ser vista
como uma tentativa de gerar autoritarismo e conter as manifestações
públicas" (Correio Brasiliense, 24/05/2017).
Para quem estava nas ruas, ontem, sentiu na pele por algumas horas, o que foi os 21 anos de Ditadura Militar. Enfrentar um exercito armado e uma
tropa policial truculenta, indefesos, apenas com suas faixas, bandeiras e palavras de ordem. As imagens são assustadoras, violentas e contra
trabalhadores, mães de famílias, idosos e crianças que estavam na marcha
pacífica contra os as Anti-Reformas Trabalhista e da Previdência, além do
#ForaTemer! e #EleiçõesDiretasJá!
Imagem extraída do fecebook Mídia Ninja, 24/05/2017. |
Diante do que aconteceu no dia 24 de maio em
Brasília, com cobertura ao vivo por centenas de portais independentes,
revistas, jornais e sistemas de televisão, alguns desses meios como o Sistema
Globo, manipulando e distorcendo os fatos abertamente, todos vimos que existiu
exagero de força, desproporcionalidade de ações militares e, atos de
agentes infiltrados no movimento, como destacou a Senadora Vanessa Grazziontin
(PCdoB), "-Gravíssimo! O governo
ilegítimo convoca o Exército para a manutenção da ordem. Isso não acontecia
desde 64." Em sua fala, chama o Senado para debater essa situação grave e
diz que: "- Existiam mascarados com paus enormes, ao lado da Polícia e ela
não fazia nada. Se a mascara precisava cair, caiu agora. Infiltraram pessoas
para acusar os trabalhadores”. Isso cheira ditadura com traços de fascismo.
Faz exatos 53 anos em que a Ditadura foi instalada
no Brasil, com duração de 21 anos (1964 a 1985), e apenas 29 anos que, através
da Constituição de 1988 a Ditadura começou a ser destituída.
Box de imagem extraído do Pragmatismo Político, 25/05/2017. |
Nesses 12 meses do Golpe de Temer (PMDB/PSDB),
temos ouvido muitos argumentos de extrema-direita defendendo a volta da
"Ditadura Militar", dizem que, "tempo bom era na época do Regime
Militar, pois existia ordem e não havia corrupção". A história do
Regime Militar, se bem contada, desmente tais crenças.
Depois de ontem vale a pena resgatar a história
para se entender que a corrupção e os governos autoritários e ilegítimos podem
destruir o frágil processo de democratização. Aqui apresentamos
uma pesquisa sobre dez casos graves de corrupção durante a Ditadura Militar. O
Texto foi elaborado por Marcelo Freire e publicado no site do Universo OnLine
(UOL), em 1º de Abril de 2015.
*Belarmino Mariano Neto é Doutor em Sociologia pelas UFPB/UFCG. Prof. de Geografia Política e Geopolítica, pela UEPB.
Fontes de Pesquisa:
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