sábado, 24 de novembro de 2018

OBRAS INACABADAS E CAOS URBANO EM GUARABIRA.


Por: Belarmino Mariano

Prefeitura de Guarabira deixa a cidade esburacada em pleno Natal. A construção de um canal para escoamento de águas pluviais no centro da cidade. Uma obra permeada por erros na escolha dos materiais que foram instalados na principal avenida da cidade. que liga Guarabira as principais cidades como Sapé, Mari, Alagoa Grande, Alagoinha, Cuitegi, Pirpirituba e Belém.

sábado, 10 de novembro de 2018

GEOPOLÍTICA: Bolsonaro e as Perigosas Relações Internacionais

Eleitores de Bolsonaro ostentam uma bandeira de Israel (Carl de Souza/AFP). Extraída da Carta Capital 31/10/2018.

Por: Belarmino Mariano Neto* 

O primeiro discurso de Jair Bolsonaro, depois de eleito, surpreendeu todo o país e a imprensa internacional. Primeiro pelas frases feitas e depois pelos vários momentos em que seu discurso, parecia até de outra pessoa, colocando palavras outras em sua boca. Mas ao final do seu pronunciamento, tivemos uma estranha e perigosa afirmativa que deixou em alerta dezenas de líderes mundiais: 


-Libertaremos o Brasil e o Itamaraty das relações internacionais com o viés ideológico a que foram submetidos nos últimos anos. O  Brasil deixará de está apartado das nações mais desenvolvidas. Buscaremos relações bilaterais, com países que possam agregar valor econômico e tecnológico aos produtos brasileiros. Recuperaremos o respeito internacional para o nosso amado Brasil...(Jair Mesias Bolsonaro. Trecho final do 1° Discurso depois de eleito). 

Esta foi a parte do discurso que achei mais complicada de entender. Qual é o aprisionamento ideológico internacional submetido ao Brasil e ao Itamaraty? Em que momento, os governos anteriores deixaram de se relacionar com os países desenvolvidos como a Organização Mundial do Comércio (OMC), relações bilaterais com os países do Acordo de Livre Comercio da América do Norte (Nafta), União Europeia (UE). Relações multilaterais como membro do Mercado Comum do Sul (Mercosul), Grupo dos 20 (G20) e Países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), etc)? Os governos brasileiros depois da redemocratização, sempre praticaram relações, tanto bilaterais, quanto multilaterais e universais, inclusive ampliando as relações comerciais e diplomáticas com países da Ex-URSS do pós Guerra Fria.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Bolsonaro teria escrito seu primeiro discurso como novo presidente do Brasil?

Jaír Bolsonaro e apoiadores, discurso de eleito. Imagem extraída do Site da Canção Nova.

Por Belarmino Mariano Neto*

Gostaria de alertar aos leitores para um texto até certo ponto, longo ou elástico, com a intensão de analisar o primeiro discurso proferido pelo presidente eleito JAIR MESSIAS BOLSONARO (28/10/2018). O artigo consistiu em assistir, ouvir e  transcrever o primeiro discurso do presidente eleito, para, através de uma análise comparativa com outros discursos do mesmo, problematizar as nuances ideológicas e contradições expressas em seu primeiro discurso escrito. 

Sabemos que a análise do discurso tem sua tradição científica em pressupostos do Materialismo Histórico, dando conta de interpretar as comunicações dos atores ou grupos sociais, sabendo que todo discurso possui um sentido ideológico. Destacamos que a  análise do discurso é uma categoria das ciências humanas, com milhares de publicações, mas, escolhemos os autores: Amossy (2005), Foucault (1998) e Pêcheux (2009), por considerá-los suficientes para o que propomos analisar. 
É uma pergunta que não poderia deixar de passar em branco. De quem é aquele primeiro discurso de Bolsonaro, lido por ele em sua primeira transmissão ao vivo, depois de eleito? Quem escreveu aquele primeiro discurso do presidente? Claro que ele poderia ter escrito tudo aquilo, mas o texto contém uma linha de pensamento completamente diferente de tudo o que ele disse ao longo dos seus 30 anos enquanto político, inclusive nos últimos anos e durante a sua campanha para presidente.
Será que existem dúvidas que foi ele que escreveu aquele discurso transmitido ao vivo para a Avenida Paulista, dias antes da eleição? "-Vamos varrer do mapa esses bandidos vermelhos do Brasil. Nós somos a maioria, nós somos o Brasil de verdade... Lula, você vai apodrecer na cadeia...bandidos do MST, bandidos do MTST, as ações de vocês serão tipificadas como terrorismo...ou vocês se enquadram a lei ou vão fazer companhia ao cachaceiro, lá em Curitiba...nós ganharemos essa guerra...a folha de São Paulo é o maior fake news do Brasil, vocês não terão mais verba publicitária do governo..."

Vimos que se tratam de dois discursos completamente diferentes. O da avenida paulista é claramente uma fala de Bolsonaro, panfletária e nitidamente de um agitador que intenciona agitar seus seguidores. O do dia 28 de novembro tem uma outra redação, um manuscrito lido por ele, pregando  o cumprimento da constituição e o respeito a democracia. Tudo começou com uma oração proferida pelo seu aliado, Senador Magno Maltas, que antes da reza, afirmou que os "tentáculos da esquerda foram arrancados por obra e graça de Deus". Na sequencia, o presidente Jair Messias Bolsonaro fez uma fala aberta e agradeceu a Deus e aos médicos e enfermeiros de Juiz de Fora que salvaram a sua vida da suposta facada e afirmou que essa é uma missão de Deus e que estará pronto para cumpri-lá.


A  leitura do discurso começou com mais uma citação Bíblica: "-Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (João 8:32)... Nunca estive sozinho, sempre senti a presença de Deus e a força do povo brasileiro... faço de vocês minhas testemunhas de que esse governo será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade..."

O Deputado Jair Bolsonaro, em seu primeiro pronunciamento a nação já começou ferindo os artigos 5 e 19 da Constituição, em que o país é uma Estado laico de direito e o mesmo impõe um Deus como padrão. Mas ele sempre foi um forte expoente nos ataques e desrespeitos a democracia, a constituição e as liberdades. Existe vasta literatura, entrevistas e vídeos em que o mesmo é um forte defensor da ditadura militar, dos torturadores e da opressão aos seus opositores, inclusive em discurso para seus seguidores concentrados na avenida paulista, dias antes da eleição. Ele próprio já afirmou categoricamente que se fosse eleito presidente, fecharia o congresso nacional e implantava uma ditadura, inclusive, fazendo o servido que o regime militar não fez, matando uns 30 mil.