quinta-feira, 25 de maio de 2017

Relato da Repressão de ontem, em Brasília

Marcelo Sitcovsky. Imagem extraída de seu facebook, em 25/05/2017.

Marcelo Sitcovsky (Presidente da Adufpb) 

Sou testemunha do que aconteceu ontem em Brasília, pois estive o tempo todo ao lado de mais de 150 mil manifestantes.
Saímos tranquilamente em passeata do Mané Garrincha até o Congresso Nacional, o primeiro grupo que estava na frente ao chegar foi recebido com bomba de gás lacrimogêneo. A passeata era tão grande que enquanto os primeiros manifestantes já sofriam com as bombas e tiros de borracha haviam manifestantes ainda saindo da concentração. Muitos sequer conseguiram se aproximar da esplanada dos ministérios, pois a confusão já estava grande.

A polícia não parava de lançar granadas de gás, nós, os manifestantes, utilizamos panos, lenços, máscaras de pano, de carvão ativado (os mais preparados) e óculos de proteção. Resistimos por muito tempo a truculência da força nacional. Nossas brigadas avançavam e recuavam, se revezando para garantir a resistência a truculência do governo Temer.
No momento em que as forças armadas entraram em cena com mais violência e truculência tivemos que recuar e fomos cercados por todos os lados, helicópteros lançavam bombas sob nossas cabeças e a repressão avançava contra nós.
A mídia tenta de todas as formas descaracterizar o movimento, primeiro minimiza o tamanho da marcha e depois criminaliza os manifestantes.
Agora nossa tarefa agora é construir uma nova Greve Geral.
A defesa dos direitos trabalhistas e da previdência depende de todos nós. É preciso ampliar as manifestações, aglutinando setores da sociedade que ainda não transformou sua insatisfação em indignação.


*Marcelo Sitcovsky É Doutor UFPE e Professor do CCHLA/UFPB (Serviço Social). 




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