Platão, Filosofo e Matemático - Fonte da imagem: |
Por: Cida Gomes (Professora)
Estamos
aqui debruçados sobre as ideias de republicanismo e democracia e foi exatamente
em um antigo livro de Platão (488 a.C) intitulado a republica que encontramos os
fragmentos de diálogos estabelecidos por Sócrates:
“Sócrates”
responde às objeções de “Adimanto” com a “Alegoria do Navio”: No relato, quem
maneja uma embarcação não tem nenhum conhecimento do ofício, todos ali comem
[gulosos] e bebem [bêbados] até empanturrarem-se, se regem pelo prazer e não
pelo saber: consideram inútil o “verdadeiro” piloto, que julga ser necessário
ter em conta as estações, o estado do tempo, o movimento dos astros e outras
coisas tais para conduzir adequadamente a embarcação.
Essa ideia platônica expressa na “Alegoria do Navio” nos convida para refletirmos, sobre quem deve e o que deve ter para se propor a governar a quem daríamos o comando de um navio, a alguém que tem conhecimento ou a qualquer um? Certamente qualquer pessoa em sua sã consciência diria; a uma pessoa com conhecimento de oficio. Na verdade, estas são ideias discutidas na época do nascimento da democracia e somos fruto destas ideias.
Essa ideia platônica expressa na “Alegoria do Navio” nos convida para refletirmos, sobre quem deve e o que deve ter para se propor a governar a quem daríamos o comando de um navio, a alguém que tem conhecimento ou a qualquer um? Certamente qualquer pessoa em sua sã consciência diria; a uma pessoa com conhecimento de oficio. Na verdade, estas são ideias discutidas na época do nascimento da democracia e somos fruto destas ideias.
Esta
alegoria casa com o que vivemos na atualidade política. Parece até que os
nossos espaços sociais, como a casa, a rua, a cidade e o campo, são esse grande
navio alegórico. Como é interessante observarmos uma família na governança de
sua casa, essa embarcação marcada por vulnerabilidades de vendavais e tufões
das crises. Também podemos pensar que essa grande embarcação pode representar
uma cidade qualquer, abarrotada de mercadorias, de marujos e comandantes que
nada entendem do oficio de navegar.
"O
natural seria que os homens que têm necessidade de governo fossem em busca de
quem tem capacidade para fazê-la" (KOHAN). Mas não é bem assim. Por isso é
bom refletirmos sobre o que diz Eça de Queirós: “Políticos e fraldas
devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”.
O que
vemos são as mesmas "forças" que insistem em impor seus governos das
mesmas caras e nada de novo imprimem para a sociedade. Grupos que querem o
poder simplesmente para se locupletar as custas de importantes e necessários
programas sociais, econômicos, culturais e ambientais, desviados dos seus
propósitos. ao bel prazer dos que assumem o timão da embarcação e em muitos casos conduzem o leme da embarcação para as pedras e precipícios.
Só existe
uma saída, é importante que participemos
de forma efetiva de uma mudança desta realidade, independente de participação
direta em uma agremiação partidária. Podemos lutar contra a hipocrisia política
dessas velhas oligarquias, dentro de nossa comunidade, dentro dos nossos postos
de trabalho, nos nossos ambientes religiosos, na feira ou no salão de beleza. Na hora da escolha para quem vai conduzir a nossa embarcação, temos que escolher aqueles navegadores que tenham conhecimento e sabedoria de oficio para conduzir o navio com segurança.
Precisamos
buscar novas alternativas políticas, em especial aquelas forças desafiadoras
desse modelo vencido e inescrupuloso, representado por grandes partidos e que
já estão no poder há décadas. Seja no comando de uma cidade, de um estado ou do
próprio país. Devemos ficar atentos para a cena política e para os homens e mulheres éticos, que se colocam como alternativa á essa velha e carcomida política controlado dos corruptos.
Quero
terminar esse pequeno artigo sobre a nossa democracia de cada dia, com esse
pensamento de Edgar Morin (2002): “O inesperado surpreende-nos. É que
nos instalamos de maneira segura em nossas teorias e ideias, e estas não têm
estrutura para acolher o novo. Entretanto, o novo brota sem parar (...)”.
Saudações aos que acreditam na Democracia como pensaram os Gregos há mais de
2.500 anos.
Parabéns Cida Gomes, você realmente demonstra muito conhecimento sobre a filosofia em sua plena condição de professora.
ResponderExcluirObrigada prezado amigo Belarmino Mariano Neto, agradeço o espaço rico de reflexões pertinentes e filosóficas sobre questões tão essenciais do cotidiano.
ResponderExcluirParabéns.
ResponderExcluirObrigada.
Excluirparabéns,pelo belo conhecimento,isso também é gratificante pra quem pode partilhar junto a vc,pois seu amplo conhecimento nos enriquece também.
ResponderExcluirObrigada.
ExcluirParabéns minha amiga Cida,seu texto é essencial neste momento de decisões,de escolhas,como eu gostaria que todos tivessem acessoa ele.
ResponderExcluirObrigada.
ExcluirBelo texto, parabéns pela lucidez e conhecimento demonstrados.
ResponderExcluirObrigada.
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