segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Que tiro foi esse?

Por Belarmino Mariano e Ringo Bruselas

A pergunta é simples mas estamos diante de paradoxos. O verde e amarelo, vestido em corpos ansiosos os fez acreditar que estão defendendo o nacionalismo patriótico, mas sem saber, elegeram um projeto de integrismo nacional que declaradamente já deu todos os sinais.
As pautas econômicas ultraneoliberais de "privatizar tudo" de cortar os direitos sociais na carne, de destruir os direitos previdenciários em estado de urgência foram jogados para debaixo do tapete, evitando-se o debate sobre esses temas. 

As pautas do conservadorismo religioso e dos ataques aos direitos individuais foram bombardeadas com falsas notícias, ao lado do terror e da violência urbana, que há anos, escorre como sangue em todos os telejornais, durante o café da manhã, almoço e jantar.
Os corrutos e corruptores domésticos e políticos profissionais se transformaram em fortes defensores da ética, moral e dos bons costumes. O politicamente correto parecia até verdade e muitos sonegadores, bicheiros e milicianos, como em mágica, se transformaram em cidadãs de bem.
Ringo Bruselas argumenta que: "não, não foi um voto de protesto que ganhou, foi sobretudo a prova de que os meios de comunicação aperfeiçoaram seus métodos de penetração na população, até gerar reações absurdas, incompreensíveis, alienantes".
O poder político das elites, atrelado ao poder jurídico e midiático tramou os golpes contra a democracia popular.
Para Ringo Bruselas "Dois golpes de Estado institucionais: a destituição de Dilma e a prisão injusta de Lula, bloquearam a esquerda". 
O autor acredita que "a resistência com o uso de todos as formas de luta abrirá caminho para impedir a destruição do movimento popular brasileiro".
Outro fator muito bem articulado é o poder midiático e doutrinário de algumas congregações evangélicas conservadoras e intolerantes a modernidade.
Ringo Bruselas afirma que:
"Secundariamente, o endotrinamento religioso impulsionado pelo Estados Unidos, desde os anos 60, se consolidou como um pilar do fascismo de massa na América latina"
Sobre o uso das redes sociais, vejo que, para além da TV aberta e dos canais de TV por assinatura, a internet é um campo controlado e um território minado. Quem paga mais, consegue ir mais rápido e mais longe, não importa a mensagem, se é falsa ou verdadeira, pois os impactos são sempre arrasadores.
Mesmo assim, as mesmas redes sociais também podem servir como um importante instrumento de propagação das lutas democráticas e da resistência popular. Mas, não poderão ser a primeira ou a única forma. Isso já foi comprovado em todo mundo.
Darcy Ribeiro afirma que  "fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu".
A produtora de elencos Amanda Ribeiro, comentou em sua linha do tempo: "Eu tenho pensado isso há um tempo e falei com poucos amigos: se ele perdesse ia virar um Mártir, só ia se fortalecer. A única maneira de destruir o mito é permitindo que ele prove na prática a farsa que é. Sigamos juntos. É tempo de resistir e a melhor resistência é continuar existindo. Sobrevivam amigos, para vermos lado a lado o sol brilhar outra vez".

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