segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Manifesto contra a intolerância religiosa em meios de comunicação: O Meu coração não cabe na escravidão


Fonte: consultasdetarot.com.br
Por Belarmino Mariano Neto

Com esse título em uma paráfrase a Caetano Veloso, na sua monumental obra poética e musical “Milagre do Povo”, gostaria de utilizar-me desse espaço para fazer um manifesto de repúdio aos abusos de poder de alguns radiocomunicadores e blogueiros de Guarabira, quando de maneira extremamente preconceituosa, discriminatória e de intolerância religiosa, fez uma matéria em que nitidamente ridicularizava um despacho religioso em área próxima a cemitério de Guarabira. Esse tipo de reportagem alimenta a intolerância religiosa até chegarmos ao que acontece no Oriente Médio. Prefiro Caetano Velo quando expõe claramente o que representam os territórios do sagrado a partir do Candomblé ou Umbanda, em várias de suas músicas, demonstrando o quanto o nosso país é rico e diversificado em sua fé.
Já ouvi muitas reportagens inteligentes na Rádio que reproduziu essa matéria preconceituosa sobre o ritual de despacho. Já li muitas matérias importantes no Portal Mídia e acho que existem profissionais competentes fazendo notícia nesse portal. Infelizmente ao ver a maneira como o reporte interage com uma pessoa do meio da rua, as gaiatices do reporte e a interferência nos arranjos do sagrado ali colocados, são no mínimo uma falta de conhecimento e repeito aos que estava ali exposto, como oferenda aos orixás. Se não conhece respeite, se desconhece, busque maiores informações antes de sair divulgando desenformação a população, pois uma rádio ou um portal, precisa zelar pela boa informação.
Ao ler o tal artigo, e dispensado os comentários circulados em rádio local, gostaria de refletir que seria necessário buscar os fatos, as informações corretas sobre o despacho, antes de sair emitindo um monte de preconceitos e desinformações sobre o assunto.
Acho que nenhum católico gosta de ouvir ou ler sobre seus santos, sendo vandalizados. Acho que ninguém do catolicismo iria gostar de ouvir críticas sobre a comunhão, quando o Padre representa de maneira sacral o sangue e o corpo de Cristo e depois oferece aos fiéis. Cada religião possui os seus rituais e não podemos alimentar esse tipo de intolerância religiosa. Nesse sentido, seria muito importante por parte dessa importante rede de comunicação que retirasse essas imagens em vídeo do ar. E refizesse a matéria retirando da mesma todos os preconceitos e os achismos. Seria muito bom que o programa de rádio que reproduziu essa preconceituosa reportagem desse direito de resposta aos cultuadores do Candomblé ou da Umbanda em tempo igual para os mesmos divulgassem a sua imagem de fé, como lhes convivesse. Respeitem os rituais das religiões alheias e façam com Caetano em 

Milagres do Povo (Caetano Veloso)

Quem é ateu e viu milagres como eu
Sabe que os deuses sem Deus
Não cessam de brotar, nem cansam de esperar
E o coração que é soberano e que é senhor
Não cabe na escravidão, não cabe no seu não
Não cabe em si de tanto sim
É pura dança e sexo e glória, e paira para além da história
Ojuobá ia lá e via
Ojuobahia
Xangô manda chamar Obatalá guia
Mamãe Oxum chora lagrimalegria
Pétalas de Iemanjá Iansã-Oiá ia
Ojuobá ia lá e via
Ojuobahia
Obá
É no xaréu que brilha a prata luz do céu
E o povo negro entendeu que o grande vencedor
Se ergue além da dor
Tudo chegou sobrevivente num navio
Quem descobriu o Brasil?
Foi o negro que viu a crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres de fé no extremo ocidente
Ojuobá ia lá e via
Ojuobahia

Fonte:
http://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/milagres-do-povo.html#ixzz3kPjUWA9T
http://www.portalmidia.net/despacho-e-encontrado-ao-lado-de-cemiterio-em-guarabira/

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