segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Quem são os 31 milhões de eleitores brasileiros em abstenção?


Por Belarmino Mariano.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu a totalização de todos os votos do segundo turno das Eleições Gerais 2022 às 00h18 desta segunda-feira (31). Do total de 156.454.011 eleitores aptos a votar, 124.252.796 compareceram às urnas, número equivalente a 79,41%. Os votos válidos totalizaram 118.552.353. A abstenção alcançou 32.200.558, representando 20,59%. Os votos nulos foram 3.930.765, o que corresponde a 3,16% do total de votos. Já os votos em branco somaram 1.769.678 (1,43%). No total, foram apuradas 472.075 seções eleitorais, a última delas no Amazonas.
Quase 21% dos eleitores brasileiros não foram votar, isso é a famosa abstenção. Se juntarmos com os votos nulos e brancos (4,59%), esse percentual aumenta para cerca de 25% dos eleitores do Brasil. Ou seja, quase 38 milhões de eleitores não foram votar ou simplesmente anularam ou declaram voto em branco.
Quais os motivos para não ir votar, ou votar nulo e branco? Essa é uma pergunta que precisamos fazer em todos os pleitos eleitorais, pois sempre fica essa interrogação no ar e estas são médias constantes, com poucas mudanças.
Muitos idosos já não são obrigados votar, mas são eleitores regulares e sempre vemos o exercício dos seus direitos de voto.
Muitas pessoas estão distantes de casa e não justificam seus votos, aumentando a estatística. Outros simplesmente evitam se envolver em política partidária, não compreendendo que a política afeta diretamente suas vidas.
Muitos desses eleitores podem ser aqueles que simplesmente se desgarraram da sociedade, vivendo isolados, no mundo das drogas, sem teto, "sem lenço e sem documentos", vivendo na extrema margem da pobreza absoluta.
Por incrível que pareça os números de abstenção encontram-se justamente na mesma linha dos mais de 30 milhões de pessoas que se encontram abaixo da linha da pobreza e muitos destes, sem teto e sem trabalho, vivem perambulando em baixo de pontes, viadutos ou barracões. Sem roupas dignas, sem calçados, sem água encanada, sem higiene ou alimentos, talvez, boa parte destes abstemos nem conseguem entrar em um local para votar.
Claro que estamos apontando apenas indícios de pessoas desvalidas que não conseguiram chegar as urnas para votar. Por outro lado, existem os milhões de brasileiros acamados, cirurgiados, em trabalho de parto ou em impossibilidade para ir votar por problemas de saúde grave.
Penso que também exista um percentual significativo de pessoas que estão apáticas e não acreditam mais nos políticos que estavam na disputa. Estas podem ser pessoas em plenas condições de deslocamento para votar, mas simplesmente preferem se abster, engrossando as estatísticas do que marca, cerca de 1/5 do eleitorado brasileiro.
Isso implica dizer que os partidos e grupos políticos precisam repensar suas práticas para convencer os eleitores abstemos. Mesmo com estes dados, o TSE avaliou que houve uma gigantesca participação dos eleitores, tanto nas campanhas e nas mobilizações de massas populares, quanto na presença para o exercício dos votos.
Ainda na noite de domingo (30), foi definida matematicamente a disputa em segundo turno para presidente da República. Luiz Inácio Lula da Silva, da Coligação Brasil da Esperança, foi eleito pela maioria dos votos. Com a totalização da apuração de todas as seções, Lula obteve 60.345.999 votos (50,90% dos votos válidos) e Jair Bolsonaro (Coligação Pelo Bem do Brasil) recebeu 58.206.354 votos (49,10% dos votos válidos). Com mais de 2,1 milhões de votos, venceu a democracia e Lula é o novo presidente do Brasil.

Fonte: https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2022/Outubro/100-das-secoes-totalizadas-confira-como-ficou-o-quadro-eleitoral-apos-o-2o-turno


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