terça-feira, 11 de outubro de 2022

Campina Grande 158 anos de oligarquias e pobreza

Pobreza extrema em Campina Grande. Imagem da Arquidiocese de Campina.

Por Belarmino Mariano.

Primeiramente,
parabéns
ao poeta cancioneiro ou forrozeiro que diz "Vila Nova da Rainha, Campina Grande é cidade rainha da Borborema". Eu tenho muita alegria em ter feito meu Doutorado em Campina Grande na Sociologia Ambiental da UFCG e acho que essa cidade é expressiva para o viver e o aprender.
Campina não é apenas uma cidade, mas um ponto central no coração do Nordeste. Cidade acolhedora e cosmopolita, pois temos gente de todo o mundo passando pelas ruas de Campina Grande. Muitos chegam como retirantes, vindos dos interiores próximos e se instalam na periferia ou subúrbio, labutam em subemprego e alimentam a pobreza urbana. Outros chegam para estudo e negócios e acabam ficando, se instalam e se tornam cidadãos campinenses, enquanto outros seguem a vida e só retornam para as grandes festas como o São João ou o Festival de Inverno.

Açude Velho, Campina Grande. Imagem das redes sociais**

O Planalto da Borborema em 158 anos fez surgir uma cidade de encontros e cruzamentos, pois quem vem do litoral para o sertão ou vai do sertão para o litoral passa por Campina. E quem vem de Pernambuco para o Rio Grande do Norte, de lá pra cá e de cá pra lá, passando pela Borborema passa por Campina e em muitos casos nem segue viagem e fica por cá mesmo.
Campina também tem uma tradição oligarca que sempre atrapalhou o desenvolvimento do lugar, sempre beneficiando mais seus familiares e aliados que aos campinenses. Famílias que se pintam de boazinhas e preocupadas com os problemas de Campina, mas só pensam em explorar o povo dessa cidade.
Não é atoa que Campina resume o Brasil, pois em torno do açude velho ostenta a verticalidade dos grandes edifícios empresariais e das elites, enquanto na periferia temos cenários de extrema pobreza, ao exemplo do Pedregal e das Malvinas, mas em todas as direções, a extrema pobreza revela uma Campina Grande desigual e de opressão contra os pobres. Enquanto isso, as elites dominantes e as oligarquias regionais, elegeram Campina Grande enquanto seu centro de poder.
Atualmente, dois garotos, filhos das oligarquias, um Deputado Federal e o outro Senador, Pedro & Vené, sempre "inimigos políticos", do nada, se uniram para tentar juntos, abocanhar o governo do Estado da Paraíba.
Isso mesmo, dois garotos que não sabem o que é trabalho duro, que nasceram em berço de ouro e de quebra, herdaram a tradição política oligarca que sempre beneficia a família Cunha Lima e Vital do Rego.
Certa vez estava na Praça da Bandeira em um ato público pela democracia e passou um senhor em um carrão prata, com um adesivo "Supremo é o Povo" e gritou, vão para a Venezuela, vão pra Cuba. Como em um gatilho, pensei na hora, vai na zona Oeste de Campina, vai ao Pedregal, vai as Malvinas, Bela Vista Bodocongó, Centenário, Dinamérica, Monte Santo ou Novo Bodocongó e verás a pobreza extrema se esparramando por dentro da cidade. Hoje, esse mesmo cidadão de bem, deve estar com um carro mais novo ainda e com o adesivo do garoto de Campina e outro do bolsadenalho, como é de praxe.
Aos campinenses e paraibanos, um alerta, "filhos de raposas, raposas são". Se esses meninos das oligarquias campinenses, no Congresso Nacional, representando os interesses das elites dominantes, sempre votaram projetos que prejudicam a classe trabalhadora, unidos então, se tornam mais perigosos ainda.
São tão espertos que tentam manobrar a opinião pública, fazendo o jogo sujo da falsa neutralidade. Um diz que apoia o Lula, mais chama voto no seu "Malvado Favorito & os miniuns piram". O outro se faz de neutro, não declarando votos para presidente, mas todos sabem que sua oligarquia é bolsonarista, tendo transformado Campina Grande em um reduto do retrocesso antidemocrático do coisa ruim.
Vendo esse quadro político, nestes 158 anos de Campina Grande, alertamos que Campina já tá bem grandinha pra perceber que esses grupos políticos que vacilam em fomentar governos golpistas e antidemocráticos. Basta observar que no Congresso Nacional, participam de golpes contra a democracia e aprovam projetos que atacam os direitos dos trabalhadores, não merecem nosso voto.
Para Campina Grande, assim como para a Paraíba e para o Nordeste, as alternativas atuais são João 40 e Lula 13. Não vamos deixar voltar essas oligarquias que tanto mal fizeram e fazem a Paraíba e a rainha da Borborema.
Parabéns
ao campinense, esse povo arretado e trabalhador.


Fonte de imagens:

* https://diocesecg.org/noticia/10427/esperar-com-os-pobres
** https://br.pinterest.com/pin/551268810620913888/

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