Arte de Dimitri Verne, 5 anos.
Por Belarmino Mariano.
Ontem nas ruas de Guarabira, cruzei com pálio, acho que ano 2010, pois já tive um com aquelas características. O carro estava arrumadinho e tinha a placa de VENDE-SE, bem como, uma adesivo furado com Pedro 45 e Bolsonaro 22. Não tinha telefone de contato, mas pude notar que o adesivo também não tinha registro de CNPJ da campanha, como muitos outros que rodam aqui dentro de Guarabira/PB, caracterizando propaganda ilegal ou campanha B, com dinheiro sendo gasto por fora do sistema eleitoral (Caixa 2).
Me veio logo a absurda ideia de que era mais um "pobre de direita" que nem gasolina tinha para botar no carro ou que não estava tendo condições de manter seu automóvel, justamente por conta dos seus candidatos e membros do governo atual que ela declara voto pela sua vidraça automotiva.
Mas depois repensei, pois soube de cochichos, nos "velhos do dominó", que uns caras estavam dando 200 reais para quem adesivasse seu carro. Não acredito que seja verdade, pois não podemos acreditar em boatos, mas como os adesivos não tem registro na justiça eleitoral, alguém realmente pode tá cometendo crime eleitoral e, aí, a coisa muda de figura, imagino que duzentinho faz toda a diferença na fila do pão, daria até para comprar umas 200g de queijo muçarela ou um potinho de manteiga, mesmo que só seja uma única vez.
Ou seja, as vezes a gente pode tirar conclusões precipitadas e até alimentar preconceitos, tipo, o cara coloca a bandeirinha do Brasil no carro velho e a gente já acha que é mais um idiota promovendo candidatos canalhas que usam os símbolos nacionais, mas praticam o fascismo e o crime de lesa pátria, quando colocam a VENDA nossas estatais estratégicas como Eletrobras, Petrobras, Correios, Aeroportos, Rodovias e até as nossas praias e parques ecológicos.
O cidadão de bem tem todo direito de VENDER seu pálio 2010, que, se eu estiver certo da idade, hoje tem 12 anos, pois ter um carro popular 1.0 e conseguir manter naquela que é conhecida a época dos governos Lula e Dilma era fácil. Quero vê agora, com os preços de combustíveis e energia pela hora da morte e alimentos com preços que dá ataque cárdia na hora de pagar.
Essas situações puxam a memória da gente, lembrei na hora que havia vendido meu pálio, ao pedreiro das minhas pequenas reformas, ele já tinha um celtinha mais velho e vendeu para outro e comprou o meu, dando uma parte do valor e ficando a pagar mensalmente algumas parcelas. Tudo na confiança de que haveria emprego ou obras e assim, conseguiria cumprir sua dívida.
As vezes passo no portão da casa do meu pedreiro e vejo o pálio na garagem, limpinho e a espera dos finais de semana para ir ao culto ou para ir a feira semanal. As vezes encontro sua filha, que nesse meio tempo lhe deu um netinho, rodando com o pálio do pai, pois conseguiu terminar seu curso de nutrição e atende em uma clínica no centro da cidade.
Como é bom termos memória, pois recordar é viver, viver é imprevisível, mas tem coisas que não dá pra errar e uma delas é o nosso voto, pois um voto errado pode estragar nossas vidas por décadas. Por isso, espero que o adesivo no pálio do cidadão de bem não impressione outros e nos condenem a mais uma década de atrasos.
Fonte: https://www.facebook.com/belarmino.marianoneto/
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