sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Setorial de Mulheres do PSOL-MS repudia violência contra povos indígenas no Estado


Foto: Reprodução

As militantes do PSOL de Mato Grosso do Sul, organizadas no Setorial de Mulheres, divulgaram, nesta quinta-feira (03), uma nota em que repudiam a violência praticada contra as comunidades indígenas no Estado e também a postura adotada por algumas parlamentares que, segundo elas, se manifestaram favoráveis a práticas de opressão. A posição pública do Setorial de Mulheres do PSOL-MS foi impulsionada pelo assassinato do jovem guarani-kaioá de 24 anos, Semião Fernandes Vilhalva, no último dia 29.
 
“Declaramos nosso repúdio à lógica destrutiva e de massacre promovida pelo latifúndio e o agronegócio e incentivadas pelo atual governo e suas políticas. E repelimos a incitação à violência que as parlamentares e as ruralistas acima citadas utilizaram, reproduzindo as práticas nefastas, do oportunismo, do maniqueísmo e pior, do egoísmo. Demonstram também que a luta das mulheres não cabe no discurso de quem representa o agronegócio, as elites e a estrutura de exploração em nossa sociedade”, afirmam as militantes.
 
Leia abaixo a nota completa.

Não seremos meras espectadoras da barbárie e do genocídio dos povos originais em MS
 
Mulheres do PSOL, presentes na Luta!
 
O Setorial de Mulheres do Partido Socialismo e Liberdade de Mato Grosso do Sul repudia, veementemente, a violência contra os povos indígenas, bem como as posturas da deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB),  da deputada federal Tereza Cristina (PSB),  da presidente do Sindicato Rural do município de Antonio João, Roseli Maria Ruiz Silva (proprietária da fazenda Fronteira) e sua advogada e filha Luana Ruiz Silva, que de forma acintosa e inescrupulosa  manifestaram-se em defesa das práticas de opressão e de torturas que historicamente combatemos. 
 
Na tarde do dia 29 de agosto, fazendeiros e políticos ruralistas locais estiveram reunidos e decidiram pelo uso da força para expulsarem as famílias Guarani e Kaiowá de suas terras. Assassinaram com três tiros Semião Fernandes Vilhalva, liderança Guarani Kaiowá de apenas 24 anos, enquanto grupo de fazendeiros brigava pela posse da área ocupada pelos índios há uma semana.
 
Isso tem virado rotina em MS. Nos últimos 31 anos, as comunidades Guarani Kaiowá e Terena amargam assassinato de, pelo menos, 12 lideranças. Em novembro, completa 32 anos o assassinato de Marçal de Souza, conhecido também como Marçal Tupã-i. O líder da etnia Guarani Ñhandeva foi assassinado em 25 de novembro de 1983, na aldeia Campestre, local destinado às famílias que choram a morte de Semião Fernandes Vilhalva.
 
Declaramos nosso repúdio à lógica destrutiva e de massacre promovida pelo latifúndio e o agronegócio e incentivadas pelo atual governo e suas políticas. E repelimos a incitação à violência que as parlamentares e as ruralistas acima citadas utilizaram, reproduzindo as práticas nefastas, do oportunismo, do maniqueísmo e pior, do egoísmo. Demonstram também que a luta das mulheres não cabe no discurso de quem representa o agronegócio, as elites e a estrutura de exploração em nossa sociedade.
 
A luta contra a opressão das mulheres é aliada da luta contra toda e qualquer opressão. 
 
Os parlamentares de Mato Grosso do Sul que são coniventes com a política do agronegócio não nos representam!
 
Campo Grande, 03 de setembro de 2015
Setorial de Mulheres do PSOL de Mato Grosso do Sul
 

Fonte: Setorial de Mulheres do PSOL-MS

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