Foto: Israel Santo - Fumaça da queima no Lixão, atinge de cheio o Conjunto Mutirão. Guarabira/2015. |
Por: Israel Santos e Belarmino Mariano Neto
Em 2009 orientei alguns trabalho de pesquisa sobre os lixões a céu aberto, a prática de queima e a poluição por emissão de gases tóxicos. No ano de 2011 realizamos na UEPB uma jornada pelo desenvolvimento do Brejo, na qual foram tratadas as questões ambientais e a problemática do lixo acumulado em lixões. Em 2012, escrevi um artigo fazendo duras críticas ao lixão de Guarabira, ainda fora da lei de resíduos sólidos, com lixão a céu aberto e constante queima dos resíduos.
Hoje recebi de Israel Santos, texto e imagens assustadoras das ruas do Conjunto Mutirão, completamente tomadas pela fumaça. Então vamos entender a gravidade desse problema de saúde pública que afeta principalmente as crianças e idosos. Elas por que ainda estão desenvolvendo o seu sistema respiratórios e os idosos por já se encontrarem com o sistema respiratório debilitado pelos anos de absorção de poluentes. Em Guarabira a situação é tão grave que toda a população corre risco de vida.
Foto: Belarmino - Queima do lixão em 2012. |
O mais grave na atual cena urbana de Guarabira é o lixão a céu
aberto, queimando os resíduos durante o dia e a noite e liberando fumaça
extremamente tóxica para dentro da cidade de Guarabira.
É comum sentirmos o mau
cheiro de borracha, plástico, isopor, espuma, pneus, restos de madeira e
folhagens, etc.
Durante a noite, com a queda da temperatura, passar pela
rodovia e por alguns bairros de Guarabira é como se estivéssemos em uma noite
de São João, com a fumaça que fica retida na corrente de ar fria.
Enquanto escrevo este artigo em parceria com Israel Santos, da janela do
meu escritório aqui no conjunto Clóvis Bezerra, entra o cheiro insuportável de
fumaça do Lixão de Guarabira. Provoca ardência nos olhos, irritação nasal e
fortes dores de cabeça.
O lixão que já deveria ter se tornado em um aterro sanitário e ambiente
de coleta seletiva, continua a céu aberto por mais de uma década. Foi instalado na entrada de Guarabira em área reservada
para o Distrito Industrial da cidade.
Esse lixão fica em um ambiente de formação sedimentar, com solo predominantemente arenoso-argiloso em um trecho de passagem do Rio Araçagi, que escorre água para a barragem que abastece Guarabira e cidades vizinhas. Imaginem os riscos de contaminação do lençol freático com chorume e substâncias letais, acumuladas por décadas no local?
Esse lixão fica em um ambiente de formação sedimentar, com solo predominantemente arenoso-argiloso em um trecho de passagem do Rio Araçagi, que escorre água para a barragem que abastece Guarabira e cidades vizinhas. Imaginem os riscos de contaminação do lençol freático com chorume e substâncias letais, acumuladas por décadas no local?
Outro agravante é que o lixão encontra-se dentro do perímetro urbano da cidade, pois
nas imediações existem conjuntos habitacionais como o Mutirão, o Clóvis
Bezerra, Assis Chatobriã, Lucas Porpino, além de moradias de “beira de pista” e pequenas indústrias instaladas
no local. Os ventos carregam a fumaça da queima do lixão, diretamente para dentro da cidade e em períodos mais úmidos é comum a existência de grande quantidade de moscas que chegam até as casas das pessoas.
A ilegalidade do Lixão de Guarabira
A área não está de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), nem com Lei de Resíduos Sólidos (http://www.abinee.org.br/informac/arquivos/lei12305.pdf) , aprovada em 2010 e que estabeleceu até o ano de 2012 para que os municípios regulamentem a sua política de resíduos sólidos, pois não é mais permitido que existam lixões a céu aberto e a queima indiscriminada dos resíduos. Para agravar a situação, sabemos que não existe uma coleta seletiva, em especial de resíduos do complexo industrial como baterias, pilhas e componentes eletrônicos que possam emitir radioatividade ou outros tipos de substâncias que possam prejudicar a saúde animal, humana, contaminar solos e aquíferos.
Mas qual a relação das informações geográficas acerca de Guarabira e a
Lei dos Resíduos Sólidos? Os municípios que não eliminarem seus lixões devem
temer a lei de crimes ambientais. Essa é uma preocupação que passa diretamente
pela Prefeitura e secretarias responsáveis, Câmara dos Vereadores, empresários
poluidores e pela população em geral, pois não podemos colocar em risco a
saúde, em especial de crianças e idosos, pois uma cidade com quase 60 mil
habitantes, em um ambiente já fragilizado por baixa cobertura vegetal, poderá
sofrer ainda mais com doenças respiratórias e outras mazelas típicas da grande
concentração de lixo a céu aberto.
Foto: Israel Santos - Fumaça nas ruas do Conjunto Mutirão, 2015. |
Esse problema existe na cidade há décadas, Era grave no governo de Lea Toscano, nos dois governos de Fátima Paulino se acumulou mais ainda e agora o
governo de Zenóbio Toscano, parece ter piorado. Ele foi eleito dizendo que resolveria esse problema em seu primeiro ano de mandato, que era uma questão de
honra. O que estamos assistindo é uma continuação do problema. Sem falarmos que
além do lixão, a cidade passou a ser foco de amontoados de lixos em terrenos
baldios, em vários pontos.
vejam algumas opiniões sobre esse problema:
Marcondes Alexandre Essa fumaça terrível chegou até na entrada de Cuitegi.
Souza Moura Atentado a saúde pública
Rondinelli Nogueira Belarmino Mariano Neto, eu um certo domingo após ajudar meu pai, resolvi subir a serra até o memorial de Frei Damião, as 5:00 da manhã mais ou menos, ao chegar lá admirando nossa cidade, percebi uma "nevoa" sobre a cidade, olhando melhor percebi que na verdade era uma nuvem de fumaça vindo do "LIXÃO" de nossa cidade, tirei uma foto, mas a perdi junto com meu celular, mas tenho certeza de que é a coisa mais fácil tirar outras fotos mostrando a polução que provém deste lugar, basta subir novamente a serra e de lá tirar fotos, principalmente pela parte da manhã ...
Emiliano Melo O fim dos lixões era um programa do governo federal da era LULA, mas o tempo passou e mesmo com as reuniões de consórcio do brejo, nada adiantou está inerte, com isso a população permanece sofrendo com as cortinas de fumaça oriundas do famigerado lixão de Guarabira.
Karla Patricia Azevedo Tem que denunciar! É muito prejudicial.
Luis Soares Fazer tumulto galera do Mutirão! isso é inadmissível.
Willamas Joventino Joventino É verde da alguém tem que ter uma atitude
Essas são apenas algumas opiniões que foram filtradas das linhas do tempo dos autores desse artigo. Esperamos que as autoridades competentes tomem as providências urgentes e cabíveis, pois a saúde da população esta em risco. Esse lixão não pode continuar dessa maneira.
A luta é para que o prefeito cumpra com a sua promessa de campanha:
1) Pelo fim do Lixão a céu aberto e construção de um Aterro Sanitário;
2) Constituição de um programa de coleta seletiva, com a garantia de gerenciamento em AUTOGESTÃO, pelo catadores do Mutirão e demais catadores que atuam nessa área;
3) Por um programa municipal de incentivo a reciclagem dos resíduos sólidos, com espaço para separação dos materiais e equipamentos de prensagem, pesagem e venda dos materiais.
Fontes:
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