sábado, 17 de fevereiro de 2024

Os Olhos de Cronos

Por Belarmino Mariano.

Tenho um sonho que se repete incrivelmente.
Não se trata de um sonho incrível, apenas um sonho simples e repetido.
Não sei exatamente quando comecei a sonhar, não tenho essa consciência, pois parece algo irracional, mesmo que se trate de um padrão, não tem conexões com a realidade.
Esse sonho repetido não se trata de um lugar geográfico conhecido, as pessoas com as quais convivo, são conhecidas apenas do sonho. Não existem na minha realidade e relações existenciais.
O tempo espaço é claramente antigo, mas não demarcado com clareza. O lugar é frio, montanhoso e acho que beira as regiões do mar negro. Digo isso pois já mergulhei em um mar de água escura, fria e profunda.
É um lugar de porto, de cais e de trabalho duro. Um trabalho que lembra alguma prática ilícita, algo proibido, pois existe uma sensação de missão, etapas de um trabalho braçal a mando de algum corsário ou chefe de um clã.
O sonho se repete, mas progride em uma espécie de loop infinito, em que ora avanço, ora recuo ou recomeço sem saber ai certo o que virá.
Sei que sou eu, vivo e convivo com pessoas que me são familiares, mas apenas naquele espaço tempo.
Às vezes demoro a sonhar, aí misturo aos sonhos, coisas do meu dia a dia, de familiares desse mundo e que até já morreram. Mas do nada, entro nesse outro universo ou dimensão tempo espaço que é uma espécie de lugar nenhum.
Um dia desses escrevi, indiretamente, essas sensações ou reflexões do que sonhei nas repetições desse sonho.
Se a vida é singular
Qual a verdade sobre a morte?
A vida é de fator uma realidade,
mas a ideia da imortalidade nos leva a hipótese da perpetuidade.
Existe a possibilidade de uma jornada metafísica?
O mar da morte ou mar morto, o mar negro ou mar da escuridão?
Nexos do tempo, cronos nos labirintos do infinito
Os enigmáticos viajantes do tempo, chocam o presente e o passado. E se chocam com o futuro.
A morte não é a verdade, muitos outros elementos misteriosos intrigam as nossas mentes.
Quem assombra o presente? Será que as vozes do silêncio ainda ecoam nas profundezas do nada?
Os desafios da compreensão humana, estão em sintonias finas, em ruídos estranhos e no ceticismo sobre escuras faixas do cosmo.
Por Belarmino Mariano. Imagem das redes.

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