No último domingo (18/02) Lula em meio ao seu discurso em Adis Abeba, Etiópia, falando para líderes do continente africano, criticou o governo sionista de Israel, por descumprimento das decisões da ONU e disse: “O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus” (...) “não é uma guerra entre soldados e soldados, é uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças” (...) “Não é uma guerra, é um genocídio”.
Nosso primeiro registro é de que, tanto o governo, quanto a diplomacia brasileira, vêm sendo desrespeitados desde o início desse massacre, mas não podemos recuar e nem aceitar passivamente essas crueldades contra um povo praticamente indefeso. Principalmente por sabermos que essa violência ultrapassa todos os limites da tolerância humana.
O governo de Benjamin Netanyahu, mundialmente isolado e descumprindo todas as resoluções da ONU, com o massacre contra os palestinos, sem argumentos seguros, tenta intimidar o governo brasileiro, com humilhação e ameaças, mas uma nota escrita e os argumentos de chanceler sionista Katz, quando submetido a Análise do Discurso, caí completamente por terra.
Aqui vamos analisar o que Katz publicou na plataforma X, um dia após dizer que o presidente brasileiro é “persona non grata” em solo israelense, em tom de ameaça ao embaixador do Brasil.
Vamos analisar parágrafo por parágrafo. Para começar, a primeira frase de Katz é falsa, ou um fake news: “Milhões de judeus em todo o mundo estão à espera do seu pedido de desculpas. Como ousa comparar Israel a Hitler?”
Esse discurso não condiz em nada com o que Lula proferiu. O presidente do Brasil não atacou o povo judeu e nem comparou Israel com Hitler. O chanceler israelense usou de má fé e distorceu propositalmente a fala de Lula, tentando colocar o presidente contra o povo judeu, inclusive no Brasil.
Katz continua dizendo: "É necessário lembrar ao senhor o que Hitler fez? Levou milhões de pessoas para guetos, roubou suas propriedades, as usou como trabalhadores forçados e depois, com brutalidade sem fim, começou a assassiná-las sistematicamente. Primeiro com tiros, depois com gás. Uma indústria de extermínio de judeus, de forma ordeira e cruel”
O presidente Lula não fez nenhuma afirmação nesse sentido, mas se tivesse feito, não estaria de tudo errado.
Há 75 anos, governos sionistas do Estado de Israel praticam quase todas estas coisas que Hitler fez com os judeus. O território palestino já foi quase que totalmente ocupado por Israel e o povo palestino vive em verdadeiros guetos ou territórios isolados e controlados por forcas militares israelenses. A faixa de Gaza, pior que um gueto, é similar a um campo de concentração, com muros de concreto, cercas de arame farpado e controle rigoroso em portões de saída. Dentro destes guetos os palestinos vivem como em prisões, com todos os tipos de racionamento (água, energia, alimentos, medicamentos e acesso a informações).
Do mesmo jeito que Hitler fez com os judeus na Alemanha, o governo sionista de extrema direita faz com o povo palestino, confiscar seus bens, destruir suas propriedades, desmatar seus milenares cultivos de azeitonas (olivas) e roubar suas propriedades, instalando em seus territórios, colonos israelenses.
O Estado sionista de Israel, explora os trabalhadores palestrinos em suas empresas e para completar, durantes estes 75 anos, com total apoio dos Estados Unidos e OTAN, Israel montou uma verdadeira máquina de guerra e com truculência matam palestinos, árabes e mulçumanos sem piedade. Crianças, mulheres e idosos são alvos fáceis. A morte sistemática do povo palestino, só nos últimos meses já ultrapassou a ordem de quase 30 mil e milhares de feridos. Um massacre, um genocídio, uma limpeza étnica. Chame como quiser, mas é tudo isso que está acontecendo. A propaganda sionista chegou a comparar o povo palestino a baratas e ratos, a ONU já confirmou o uso de armas químicas (fósforo braco), destruição de hospitais, escolas, universidades, igrejas e mesquitas.
Atualmente o governo sionista de Israel impede que os palestinos recebam ajuda internacional, confiscam os caminhões com água, alimentos e medicamentos. Enquanto o povo desesperado, passa fome, sede e não consegue tratar seus ferimentos do massacre. Foi sobre essa falta de sensibilidade humana que Lula falou sobre uma situação que se assemelha com o que o nazismo fez com os judeus. Nesse momento, lula claramente se colocou no lugar de sofrimento do povo judeu.
Os argumentos de Katz, comprometem ainda mais as práticas genocidas do governo de extrema direita de Benjamin Nethanearro.
O ministro de Israel tenta justificar os motivos para atacar os palestinos, mas a situação piora ainda mais: “Israel embarcou numa guerra defensiva contra os novos nazistas que assassinaram qualquer judeu que viam pela frente. Não importava para eles se eram idosos, bebês, deficientes. Eles assassinaram uma garota em uma cadeira de rodas. Eles sequestraram bebês. Se não tivéssemos um exército, eles teriam assassinado mais dezenas de milhares”.
Ele quis se referir ao ataque do grupo Hamas, que gerou o atual conflito. Mas nessa parte ele fez questão de ignorar o início da fala do presidente Lula que condenou fortemente os atos terroristas do grupo Hamas, claramente defendendo as vítimas judias e exigindo a libertação dos reféns. Em momento algum o ministro Katz usou da verdade sobre essa parte da fala de Lula. Nem na antiguidade, com o Código de Hamurabi, "Dente por dente, olho por olho". Se o Hamas, atingiu cerca de mil judeus, como explicar esse massacre contra os palestinos? Cerca de 30 mil mortos, mais de 1,5 milhões de pessoas sendo expulsas e encurraladas para o deserto do Sinai. Como pode o governo israelense não ouvir o clamor da humanidade, massacram o povo palestino, usam de desproporcional força e violência, destroem tudo e ocupam os territórios palestinos a sua pilhagem quase secular.
No final da nota contra o presidente Lula, Katz, tenta intimidar e humilhar o presidente do Brasil: “Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas. Até então – continuará sendo persona non grata em Israel!”.
Estamos analisando a nota do ministro Katz, representante do governo de Israel. Lula e a diplomacia brasileira foram e continuam muito pacientes com este governo de extrema direita, antidemocrático e explicitamente genocida.
O Brasil e o presidente Lula, tentou encontrar uma saída pacífica para esse conflito, mas foi em vão. Agora, querer que lula se desculpe de algo que é a mais cristalina verdade.
Querem desclassificar o presidente do Brasil e seus diplomatas. O governo extremista de Israel, reprovado pela maioria do povo judeu, que se mantém no poder através da violência e de golpes parlamentares, querer atingir a maior liderança política da América Latina, quiçá do mundo, como se fosse um lunático é inadmissível.
Faltou o ministro Katz dizer como os cristãos brasileiros são tratados por extremistas de Israel, quando visitam Jerusalém e outros territórios considerados sagrados para os cristãos. Eles cospem os brasileiros, usam frases agressivas, dizendo que Jesus era um falsário, um falso profeta. Ou seja, há mais de 2024 anos, "Jesus Cristo é uma persona non grata", para extremistas e governos de Israel.
O que Lula questionou foi esse ritmo de esterminio do povo palestino que, em menos de cinco meses, cerca de 150 dias, já foram mortos quase 30 mil, temos quase 70 mil feridos e cerca de 1,5 milhões de palestinos refugiados em Rafah, na fronteira com o Egito. E o governo de Israel continua bombardeando essa população de civis.
O governo brasileiro, fez certo ao convocar seu embaixador em Israel. Essa crise diplomática já era esperada e mais de 160 países já se declararam solidários às declarações de Lula e condenando o massacre contra os palestinos.
O que Lula falou, vários outros líderes mundiais já disseram, entre os quais, os presidentes do Chile, da Colômbia, da Turquia e da África do Sul, apenas como exemplos. O que Lula falou é uma profunda preocupação dos Conselheiros da ONU, que também ja relataram com preocupação esse estado de genocídio contra civis palestinos em Gaza.
A tolerância acabou, chega de neutralidade e silêncio para um governo extremista e fundamentalista. A ONU, e as grandes potências falham, ao permitir esse abuso de poder. Os interesses dos Estados Unidos e da OTAN, podem levar o mundo para um quadro de instabilidade geopolítica incontrolável e Lula, como líder mundial, fez a sua parte, ao cobrar responsabilidades do governo de Israel, mas a intolerância sem sentido continua, apesar da reprovação mundial. Na Segunda Guerra Mundial, Hitler, Mussolini e Hirohito I fizeram algo parecido e tivemos, entre outras coisas, os massacres contra judeus, coreanos, chineses e finalmente contra os japoneses com as bombas atômicas sob Hiroshima e Nagasaki. Benjamin Netanyahu parece ser o novo carrasco da história.
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