Imagem de Belarmino Mariano (Agosto de 2017). |
Concluímos mais uma etapa do Projeto X - O Xadrez e a Arte da Guerra. Foram mais de 50 estudantes envolvidos, em diferentes atividades de aprendizado sobre as noções básica para jogar Xadrez e relacionar com conhecimentos geo-históricos e geopolíticos que se envolvem com estratégias do jogo.
O Projeto X é um conjunto de idéias trabalhadas na perspectiva do
ensino, pesquisa e extensão, a partir da comunidade acadêmica da UEPB/CH. A
intenção é de interagir com os estudantes da graduação, dos cursos de Geografia,
História, Direito, Letras e Pedagogia a partir do jogo de xadrez e do estimulo
ao estudo de Zun Tzu, para refletirmos sobre as teorias do jogo e a arte da
Guerra.
No contexto do jogo de xadrez, pretendemos entender o modo
de vida capitalista atual e as relações de poder estabelecidas pelos diversos
segmentos sociais, fortemente demarcados pela competitividade e pelas disputas
de espaços. Por outro lado, muitas outras sociedades, não capitalistas, a
exemplo da sociedade chinesa do século V a.C. Estava repleta de disputas
territoriais e imperiais, nas quais os exércitos eram fundamentais para o
domínio de muitos povos do extremo oriente muito bem retratado nos trezes capítulos
de “A Arte da Guerra”, escrito 500 anos antes de Cristo por Zun Tzu.
Para este estrategista chinês, “o verdadeiro objetivo da
guerra é a paz”. Será? Estas e outras reflexões serão delineadas na medida em
que o pensamento oriental de Zun Tzu se implique com o pensamento ocidental de
Maquiavel, em especial na obra “O Príncipe”, pois neste livro existem
diferentes elementos de organização e controle do espaço de poder, pensados por
Maquiavel. Este autor é inclusive pejorativamente entendido como um articulador
de idéias negativas, de práticas que prejudicam a sociedade, quando na verdade,
ele apenas revela em sua obra, elementos políticos da transição política entre
a medievalidade e a modernidade ocidental. Por apontar práticas políticas acima
da ética foi tido como um modelo imoral de praticar o poder. Nesse contexto,
será importante refletir sobre a nossa atual realidade política e o que pensava
Maquiavel no século XV/XVI.
O outro autor é Aristóteles, pois entre as teorias do
conflito e as disputas de poder, estão os elementos de ordenação social
representada pela política. Como este autor viver entre os anos 384-322 a .C., e por ter dedicado
grande parte de sua obra ao estudo e classificação das ordens políticas de sua
época, nos chama para ler na atualidade de sua obra a nossa realidade política.
As ciências sociais e jurídicas precisam pensar o mundo a partir da política e
Aristóteles apresenta alguns caminhos. Daí, nosso interesse em refletir o jogo
de xadrez também nessa perspectiva.
O mote para o Projeto X é metodologicamente incentivar a leitura de obras
clássicas, correlacionadas com uma atividade lúdica e também clássica,
representada pelo jogo de xadrez. Nesse sentido, serão desenvolvidas atividades
práticas e teóricas envolvendo os estudantes e professores interessados em ler
coletivamente, autores como Maquiavel, Aristóteles e Zun Tzu, bem como, regras,
manuais e análises do jogo de xadrez.
Metodologicamente, três situações estarão em jogo no Projeto X: A relação mente e cérebro;
mente e pensamento e mente reflexão. Nestes casos, tanto o exercício do jogo,
quanto as leituras, exposições e debates, estarão sendo analisados pelo grupo
envolvido no e com o projeto. Assim, o Projeto
X será desenvolvido em três etapas, demarcadas por um processo gradual, no
qual, os grupos terão a responsabilidade em fazer as leituras, apontamentos e
explanação das idéias dos autores, para correlacioná-las com o jogo de xadrez e
com as teorias do poder, dominação e conflito. No projeto, todos leem, jogam e
analisam as situações e práticas exercidas pelo grupo.
Na medida em que os participantes
vençam teoricamente os primeiros autores sugeridos, Outros autores como Michel
Foucault com Microfisica do Poder e outros autores como: Kropotikin, Karnal, Lacoste e Olic, que poderão somar nessa
perspectiva de aprofundamento dos estudos e práticas.
Para entrar no grupo e se envolver com o projeto, os
estudantes e professores não precisam saber jogar xadrez, mas com o
desenvolvimento das etapas terão que minimamente aprender as regras, o
movimento das peças, suas funções, valores e importância estratégica para
vencer o jogo. Assim, esperamos que todos os interessados, possam experimentar
esta nova etapa do fazer acadêmico e que sistematizem idéias que lhes rendam
trabalhos acadêmicos orientados.
Referências do Projeto:
Referências do Projeto:
PIN, Sun / TZU, Sun . A Arte da Guerra - Edição Completa - São Paulo: Martins Fontes, 3ª Ed. 2014.
ARISTÓTELES. A Política - Volume 61. Aristóteles - Coleção a Obra-Prima de Cada Autor. São Paulo: Martim Clarent, 2012.
NECOLO, Maquiavel. O Principe. http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/principe.pdf
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
FOUCAUL, Michel. Microfísica do Poder http://petletras.paginas.ufsc.br/files/2017/03/foucault-microfisica-do- poder.pdf
FOUCAUL, Michel. Microfísica do Poder http://petletras.paginas.ufsc.br/files/2017/03/foucault-microfisica-do- poder.pdf
KARNAL, Leandro. Oriente Médio. São
Paulo: Scipione, 1994.
KROPOTKIN. O Estado e seu papel
histórico. São Paulo: Imaginário/ Nu- sol/PUC-SP, 2000.
LACOSTE, Yves. Geografia do
Subdesenvolvimento. São Paulo; Difel, 1985.
LACOSTE, Yves. A Geografia – isso
serve, em primeiro lugar para fazer a guerra. São Paulo: Papirus, 1985.
MARIANO NETO, Belarmino. A Geopolítica
do Golpe. http://guarabira50graus.blogspot.com.br/2016/04/a-geopolitica-do-golpe- contra.html
Imagens de momentos com os aprendizes:
OLIC, Nelson Bacic. Oriente Médio uma região de conflitos. São Paulo: Moderna, 1991.
OLIC, Nelson Bacic. Geopolítica da América Latina. São Paulo: Moderna, 1992.Imagens de momentos com os aprendizes:
Estudantes de Direito, Geografia, História, Letras e Pedagogia...
Foi ótimo essas aulas professor, pretendo me aprofundar no xadrez e ler as obras que o senhor trabalhou em nossas aulas.
ResponderExcluirJorge Campos geonoite2013.2