sábado, 5 de agosto de 2017

GEOPOLÍTICA E ISLAMOFOBIA

Imagem extraída das redes sociais - Nossa Causa.
Por: Belarmino Mariano

          Os movimentos políticos capitalistas de extrema-direita, sempre estimulam ideológicas preconceituosas e fobias, que passam a alimentar o imaginário social. Esse é um fenômeno histórico vivido em regimes fascistas, nazistas e que agora atingem tendências políticas em países ditos democráticos.
            Islamofobia - é todo e qualquer tipo de preconceito, aversão ou repugnância contra os seguidores do Islamismo (Muçulmanos). Esse tipo de aversão é muito comum em países como os Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Reino Unidos, entre outros países europeus, mas já começa a ser sentidos entre alguns brasileiros.

         A Islamofobia, assim como a homofobia, entre outras aversões estão na mesma linha da Xenofobia ou aversão à algumas nacionalidades que não são a sua. Foi e é uma das mais comuns, entre os povos, desde a antiguidade. Mas essa experiência foi muito marcante durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), inicialmente com ações dos nazistas contra os judeus, que no decorrer da Guerra se estendeu para outros povos, como poloneses, franceses, húngaros, etc.

          Durante todo o período da "Guerra-Fria", a xenofobia ganhou uma maior amplitude, considerando-se não apenas a nacionalidade, mas os regimes ou sistemas ideológicos, em que se confrontou durante quase 50 anos (1945-1995), as ideologias do Socialismo contra o Capitalismo. Os países que adotassem um desses sistemas, imediatamente se tornavam inimigos e passavam a ser alvo de preconceitos e ataques difamatórios.
Ainda lembro de frases de efeito que minha mãe, usava como "Isso é o comunismo do fim do mundo" ou "A coisa está russa". Vale registrar que minha mãe era uma camponesa, semi-analfabeta, que nada entendia sobre ideologias anti-comunistas. Mas é assim que se começa um preconceito que de alguma maneira foi propagado e chegou aos seus ouvidos, sem que a mesma soubesse nada a respeito dos regimes socialistas.
         O pior, em se tratando de xenofobia é vermos uma tendência a generalização ou totalização das opiniões em relação a algum país, como se todos os seres humanos daquele país fossem desprezíveis, terroristas e inimigos. Assim como aconteceu com os israelenses e os nazistas, com extremismos, em que se passou a pensar que todo e qualquer alemão era Nazista e portanto, inimigo dos judeus.
         Na atualidade, tivemos algo parecido na campanha presidencial de Donald Trump, que passou a estimular em seus discursos, opiniões preconceituosas e xenofóbicas contra os imigrantes que vivem nos Estados Unidos, em especial os Latinos (Mexicanos, Cubanos, Porto-riquenhos, etc). Trump também estimulou seus partidários contra os povos árabes (muçulmanos) como se todos os seguidores do Islam fossem terroristas perigosos e que o país não alimentaria espaço para a imigração de refugiados islâmicos.
          No Brasil, mesmo existindo toda uma legislação, muito bem estruturada e todo um respeito as políticas imigratórias, nos dois últimos anos, passamos a notar uma especie de Islamofobia, em especial depois que milhões de muçulmanos se tornaram refugiados, com fortes conflitos em países como Turquia, Síria, Iraque, entre outros.
          O termo Islamofobia esta associado ao preconceito direto contra todo e qualquer cidadão seguidor do Islamismo, como sendo perigoso, terrorista e cruel. Em especial, depois que grupos como O Estado Islâmico (ISIS), passou a praticar atos terroristas mais radicais, em países europeus e ameaças aos Estados Unidos. Com uma mair acessibilidade das pessoas as redes sociais, como youtube, waat sap, facebook, entre outras, se passou a criar círculos e redes sociais dedicadas a divulgar informação alarmistas de invasão de muçulmanos inclusive para o Brasil.
          De acordo com um artigo publicado no site da Folha de São Paulo (19/07/2017),  os principais alarmistas da Islamofobia no Brasil, muitos são simpatizantes da campanha de Jair Bolsonaro (PSC/RJ), para as eleições presidenciais em 2018. No artigo se destaca um áudio que circundou as redes sociais em todo o pais, alarmando que o Brasil iria receber mais de 1,8 milhões de muçulmanos, muitos dos quais terroristas e que o pais poderia entrar em um caos. Mesmo com declarações governamentais e da própria Policia Federal, as mentiras continuaram a circular como verdades, em diferentes redes sociais.
         Ainda de acordo com essa artigo da Folha de São Paulo, existem muitos comentários preconceituosos em ciclos virtuais de simpatizantes de Bolsonaro, o que demonstra uma completa ignorância das relações históricas do Brasil com o mundo Árabe, bem como o completo desconhecimento da legislação brasileira em relação ao terrorismo e a imigração.
          Recentemente foi divulgado pelo Portal Uol, um vídeo em que um brasileiro atacou um refugiado Sírio que vive no Rio de Janeiro. Se trata de Mohamed Ali, que vive no Brasil há três anos e é vendedor de esfihas e doces típicos do seu país. No ato, o morador do Rio ameaçou o Sírio, com pedaços de madeiras, destruindo parte de suas mercadorias e lhe acusando de terrorista que deveria sair do Brasil. Esse vídeo foi a gota d´água que faltava para inundar as redes sociais em defesa do Sírio, mais nos grupos de simpatizantes de Jair Bolsonaro, passaram a condenar os imigrantes vindos do Oriente Médio, como se todos fossem terroristas, radicais e cruéis.
          O Vídeo serviu para reagirmos contra esse alarmismo e preconceito contra os povos do Oriente Médio que estão vivendo um verdadeiro fogo cruzado em seus países, fruto dos interesses geopolíticos americanos, europeus e até russos, em que esses países estimulam os conflitos, as guerras, gerando milhões de desabrigados e refugiados, que estão vivendo em verdadeiros campos de concentração em seus países ou tentam fugir das guerras pedindo áxilo político em diferentes países do Mundo, especialmente nas áreas de fronteiras, mas também há países como o Brasil, pois muitos brasileiros também vivem no Oriente Médio e falam muito bem do povo brasileiro, como uma nação alegre e pacifista
          Tudo isso para que essas superpotências controlem os recursos naturais (minérios, petróleo e gás natural) e os territórios do oriente médio, a partir de governos leais as suas políticas econômicas internacionais. A instalação de crises sucessivas em países árabes, já se estendem para outros países como Venezuela e Brasil, em que os interesses americanos geram ataques contra a democracia e contra os governos populares que foram eleitos nestes dois países, assanhando grupos fascistas, neonazistas e de extrema-direita que estimulam a xenofobia e agora a islamofobia.
          Somos um país predominantemente cristão, devemos relembrar as orientações do Vaticano, nas mensagens do Papa Francisco, em que o mesmo estimula a paz mundial e que os países abram as suas portas para acolher os refugiados sírios, pois famílias inteiras estão sendo destruídas pela guerra. Não podemos alimentar esse preconceito e ignorância da extrema-direita, contra nossos irmãos refugiados das guerras.

vejam vídeo sobre essa violência de um fascista que se diz brasileiro, http://www.diariodocentrodomundo.com.br/eu-mohamed-sou-este-rapaz-que-foi-humilhado-o-desabafo-do-refugiado-sirio-agredido-no-rio-por-um-fascista/

Fontes:

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/eu-mohamed-sou-este-rapaz-que-foi-humilhado-o-desabafo-do-refugiado-sirio-agredido-no-rio-por-um-fascista/

http://nossacausa.com/um-longo-caminho-para-tolerancia-um-dia-como-muculmana-em-curitiba/

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/07/1905378-alarmes-falsos-alimentam-rede-de-simpatizantes-de-bolsonaro.shtml?cmpid=compfb

https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2017/08/03/refugiado-sirio-e-e-agredido-enquanto-vendia-esfihas-em-copacabana.htm

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