terça-feira, 28 de abril de 2020

O Jeitinho Brasileiro para Driblar o Covid-19

Número de enterros nos cemitérios públicos de Manaus atinge novo ...
Imagem extraída das redes sociais. msn. (AFP Vista aérea de funcionários de um cemitério baixando um caixão de um caminhão para sepultamento na área de covas recém-abertas do cemitério Parque Tarumã, em Manaus, 21 de abril de 2020)
Por Belarmino Mariano

A "Lei de Gerson", ou o "Jeitinho Brasileiro" como é conhecida, vem sendo praticada no pior momento da história política, econômica e sanitária do país. Em plena pandemia mundial de Covid-19, com mais de 3 milhões de contaminados e mais de 214 mil mortes.
Hoje, os números oficiais do Covid-19, já ultrapassou os 71.882 casos, mas o pior é as mortes ocorridos no Brasil que ultrapassaram a China. Em apenas 42 dias, o Brasil já registrou 5.017 mortos, enquanto a China, notificou 4.632 óbitos em mais de 100 dias.

Outro importante dado é a população chinesa que é de 1,4 bilhões de pessoas, enquanto o Brasil registra cerca de 211 milhões de pessoas.
O Brasil brinca de combate a pandemia. Os casos são sub-notificados e para alguns estatistas, podem ser 9 vezes mais que os dados oficiais.
Os órgãos que emitem os Atestados de Óbito, criaram um jeitinho para encobrir os números reais de morte por Covid-19. Já existem milhares de Atestados de Óbitos com a morte por SÍNDROME RESPIRATÓRIO AGUDA GRAVE (SRAG). ou seja, o principal sintoma da Covid-19, no Brasil é uma das formas de burlar as estatísticas reais dos casos de morte por COVID-19. 
O número de atestados de óbitos por morte natural, nos últimos 40 dias, ultrapassam os 2.800 e as morte por SRAG, já passam de 2.300 casos. Somados a outras doenças com sintomas de Covid-19, o número de mortes, ultrapassam as mortes por Covid-19. Estes são os reais indícios de subnotificações e a alteração dos Registros de Óbitos para outros males. Só estes dados, se somados aos de Covid-19, ultrapassam 10 mil mortes. O dobro dos dados da China.
Enquanto isso, assistimos perplexos ao completo esgotamento dos profissionais de saúde e ao colapso dos sistemas de saúde pública e privada em todo o país.
Se as mortes não são por Covid-19, então porque as pessoas não podem fazer o velório dos seus entes queridos? Qual o motivo para os caixões ficarem vedados? No Brasil, se consegue passar a perna até na própria morte? Se os casos de morte por Covid-19, ainda são tão baixos no Brasil, se comparados com os Estados Unidos, que ultrapassaram os 59 mil óbitos e 1,03 milhões de casos, qual é a mágica do Brasil?
Os cemitérios de grandes centros como Manaus, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Belém e outros, se encontram colapsados. São máquinas trabalhando dia e noite. São caminhões frigoríficos parados nos hospitais e sendo pipados de corpos que, também ficam estacionados nas portas dos cemitérios, esperando a liberação para o sepultamento. Em Manaus chegamos ao absurdo de covas profundas e coletivas com caixões sendo enterrados uns por cima dos outros.
Os Institutos de Medicina Legal, Os Cartórios de Registro de Nascidos e Óbitos e os cemitérios não estão dando conta de tantas mortes, quase ao mesmo tempo. Como dissemos, estes números não batem e o frágil isolamento social, com os dias contados, são o prenúncio de que o pior ainda está por vir.
No Brasil, a Pandemia de Coronavírus era apenas uma gripezinha qualquer e que, a imprensa estava superestimando os casos. Mesmo assim seria possível contaminar 70% dos brasileiros, que criariam a imunidade naturalmente. Esta fala do presidente Jair Bolsonaro (sem Partido), ganhou dimensão internacional, no momento em que as curvas do Covid-19 crescia em todos o Planeta, no Brasil, os casos não saiam do lugar, pois não aviam testes e nem registros dos casos de óbitos, com a nova doença.
Com esse mesmo viés, o presidente da República passou a defender a flexibilização do isolamento social, pois a economia não poderia parar.
Quando a situação começou a se complicar nos grandes centros urbanos e metrópoles, os governadores e prefeitos, juntamente com o Ministério da Saúde, ainda sob gestão do Henrique Mandetta, no sentido contrário as orientações do presidente Jair Bolsonaro, começaram a mover esforços para adotar as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos profissionais de saúde e cientistas da área de infectologia do Brasil.
O presidente demitiu o Ministro Mandetta e contratou o empresário da saúde Nelson Treich. Este, desde que assumiu o Ministério da Saúde, adota a política dos braços cruzados e das entrevistas completamente vazias de conteúdos sérios. a conversa é sempre de que vai acompanhar o desenvolvimento da pandemia e registrar os casos para posteriormente analisar o que será feito. Ou seja, nada com nada.
O preço por falsos dados de óbitos por Covid-19, agora, registrados como Sindrome Respiratória Aguda Grave (SRAG); a falta de testagem em massa para as suspeitas de casos de Covid-19, custarão muito caro para o povo brasileiro.
Enquanto isso, presidente Bolsonaro, brinca de governar, demite pessoas competentes da área de saúde, para nomear pessoas sem nenhum conhecimento das questões de saúde pública. 
Enquanto isso, o presidente brinca de governar, mas tenta desesperadamente encobrir os possíveis crimes praticados pela sua prole. interferindo na autonomia da PF e nomeando amigos da família.
Enquanto isso, as ajudas sociais para os desempregados, autônomos e proletários desse país, são retidas dentro de agências bancárias, enquanto filas quilométricas se espalham por todo o país, levando milhões de brasileiros a exposição pública e a humilhação, por um recurso tão simples de ser liberado.
Enquanto isso, extremistas de direita, alguns empresários malucos e autoritários, saem as ruas em carreatas, para desafiar o Estado Democrático de Direito, com ameças de Fechamento do Congresso Nacional, fechamento do STF e a volta da Ditadura Militar com um novo AI-5.
Enquanto isso, o Brasil fica de fora da Aliança da OMS/ONU para a produção de uma vacina contra a Covid-19. E o Ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirma que o vírus é uma invenção do comunismo para destruir a economia do mundo.
Enquanto isso, bolsonaro, quando q
uestionado sobre o número de mortes por Covid19, ele demostra não saber e responde :  "- Não sou coveiro". Hoje foi mais longe e quando o jornalista informou que o Brasil tinha mais de 5 mil óbitos, disse:
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre."
parafraseando Renato Russo, "Que país é esse, com pessoas inescrupulosas no controle da Nação?
#FicaEmCasa
#UseMascara
#ForaBolsonaro
#DadosReaisdoCovid19
Fonte original: radicais livres.eco

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