quinta-feira, 4 de julho de 2019

União Europeia e Mercosul?



Por: Belarmino Mariano

Euros extraídos das redes sociais.
Dos quase 20 anos de negociação econômica entre a União Europeia e o Mercosul, 13 anos foram construídos pelos governos Lula e Dilma. Muito trabalho, muita diplomacia, muitos acordos ambientais e de recuperação de direitos sociais. Mas parece que em seis meses, o governo Bolsonaro vai destruir tudo isso, pois o mesmo autoriza todo tipo de destruição do meio ambiente e uso de agrotóxicos em nossa produção agrícola.
Em seis meses, Bolsonaro já liberou 239 tipos de venenos. Em seis meses, o desmatamento e a destruição da Amazônia legal ultrapassou 60%. Em apenas seis meses o governo Bolsonaro estimula o desrespeito aos Direitos Humanos e ameaça o estado democrático de direito.

Bolsonaro fez sua campanha eleitoral, agradando grupos políticos e econômicos que só pensam em lucros (grileiros, madeireiros, mineradoras ilegais, milicianos, etc), e o mais grave foi defender caçadores esportivos, ameaçar o fim do Ministério do Meio Ambiente e o fechamento do IBAMA. Estimulou a ideia de exploração desordenada da Amazônia, entre outras ameaças, como o discursos de entrega da Amazônia e a ameaçava as reservas ambientais, os territórios indígenas e dos povos das florestas.
O governo Bolsonaro, seguindo a cartilha de Donald Trump, ameaçou se retirar do Acordo de Paris, tratado que garante políticas ambientais sobre mudanças climáticas. 
Seguindo a lógica americana de Trump, o Brasil da era Bolsonaro, caminha no sentido contrário aos interesses da União Europeia, pois em aproximadamente 60 anos, busca superar o nazismo, fascismo e as guerras. A União Europeia, trabalha pela unidade política, econômica, cultural e o respeito ao meio ambiente e aos povos.
O Brasil anterior a Bolsonaro construiu uma agenda ambientalista, de melhoria das condições de vida das populações mais pobres. O Brasil anterior ao Bolsonaro investiu pesado em educação, habitação, em agricultura familiar e outras políticas de energia renováveis. O Brasil da era Lula/Dilma, se tornou signatário de todos os tratados em defesa do meio ambiente. Mas na era Bolsonaro, em apenas seis meses se estragou todas as possíveis boas relações com o mercado europeu.
Nesse momento, países como a França, a Alemanha, entre tantos outros que formam a União Europeia, se negam a selar os pactos que mudariam a vida econômica do Mercosul e o governo Brasileiro aquele que vem piorando as relações.
O Agronegócio do Brasil se encontra ameaçado, justamente o grupo que deu total apoio a eleição de Bolsonaro. Os grandes pecuaristas, avicultores e outros criadores de animais podem perder décadas de lucrativos ganhos, pois o desgoverno Bolsonaro conseguiu em apenas seis meses, afastar a América do Sul do mercado europeu ou da Zona do Euro.
Esta semana a Inglaterra rejeitou a entrada de frango brasileiro, coisa que vários portos da Europa também fizeram. O motivo especulado foi a presença da salmonela na carne de frangos. Mas talvez possa ter sido também o desrespeito a Rainha da Inglaterra praticado pelo presidente Bolsonaro. Um prejuízo gigantesco e que será minimizado, pois será absorvido pelo próprio mercado brasileiro, que absorve os venenos e os problemas fito sanitários que os europeus rejeitam.
De acordo com o El País, esse acordo da União Europeia com o Mercosul renderia para ambos os blocos cerca de 780 milhões de consumidores e um mercado mundial que representaria 25% do PIB internacional. Ou seja, 20 anos de muita diplomacia, estão escorrendo pelo ralo da incompetência e falta de projeto de país. Nesse momento, Bolsonaro não prejudica apenas o Brasil, mas o continente Sul Americano.
A atual minuta do acordo que foi assinado no dia 28, em Bruxelas, poderá ser uma versão piorada da dependência financeira, econômica e tecnológica dos países do cone Sul em relação as potências europeias. Isso em um mundo fortemente disputado por países como Estados Unidos e China que vivem uma verdadeira "Guerra Comercial". No caso do Mercosul, se preparem para uma quebradeira total do parque industrial de países como o Brasil e a Argentina. 
Nessas condições poderemos voltar as fases iniciais da colonização como importadores de bens industrializados e vendedores de materiais primas e bens primários da agropecuária. O mais certo desse novo pacto, será a incapacidade que os países do Mercosul em cumprir as exigências do Mercado Europeu, coisa que alguns países de dentro da União Europeia como Portugal, Espanha e Grecia que têm dificuldades em cumprir. Nesse caso, teremos nosso mercado aberto, mas poderemos ficar em simples barreiras como a da carne de frango com salmonela e a outra, os vários agrotóxicos que não são permitidos na Europa e que serão detectados em produtos brasileiros, aspectos que estão dentro dos alertas ambientalistas já combatidos nos dias atuais. 
O outro aspecto desses acordos está nas profundas reformas em curso em países como Brasil, Argentina e Paraguai, em que se trabalha com o desmantelamento dos direitos trabalhistas, Reforma da previdência, reforma tributária, privatizações de estatais entre outras, que enfraquecerão o papel dos Estados e abriram os caminhos para que empresas e capital estrangeiro controlem efetivamente as economias da região sul americana. Vejam que a grande mídia trabalha pesado para aprovação da reforma da previdência e quem esta bancando todo esse bombardeio comercial nos telejornais de todas as horas da Rede Globo e outros meios de comunicação? Com certeza, os grandes especuladores e empresários que buscam tirar vantagens em médio e longo prazo.
Se o Donald Trump decidiu sair do acordo de Paris e o Bolsonaro declarou que faria o mesmo, imaginem o que estão pensando os governos europeus e os ambientalistas europeus e do mundo todo? Por outro lado, os governos da União Europeia acompanham todas as sinalizações de governos como Bolsonaro e Macri, em relação aos acordos com os Estados Unidos de Donald Trump.
O Brasil se encontra em sua pior situação diplomática internacional, pois as desastrosas declarações do presidente Bolsonaro podem levar o país para um retrocesso econômico de, pelo menos, uma década. Dentro do resumo da ópera, em meio aos escândalos da Cocaína no avião da FAB, do uso do nióbio como bijuterias e da incapacidade de dialogar com os países do BRICS, só nos resta dizer: "Bay Bay Brazil", pois ao se abrir para a União Europeia, poderia destruir seu potencial industrial em um quinto de anos dos acordos e terá grande dificuldade de colocar no mercado europeu, alimentos contaminados e carnes com problemas fitossanitário, que já são detectados na atualidade.

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