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Por Tárcio Teixeira
Camaradas, ontem (30/06) passamos, ao lado de outras dez organizações do PSOL*, a compor a tendência *Primavera Socialista*, com presença em 20 estados.
Agora os grupos de todas as correntes deixarão de existir e serão construídos os grupos da Primavera Socialista também nas redes sociais.
* Correntes que participaram da fusão: APS, Rosa Zumbi, RPS, POLIS, Esperança Socialista, Alvorada Popular, Poder Popular, Coletivo do Rio, Coletivo Mandato Glauber, Somos PSOL.
Forte abraço.
Tárcio Teixeira
Membro da Primavera Socialista
Tárcio Teixeira
Membro da Primavera Socialista
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*MANIFESTO: CONVITE AO FUTURO*
"...há gente que acredita numa mudança, que praticou a mudança, que fez triunfar a mudança, que fez florescer a mudança... Caramba!... A Primavera é inexorável!"
- Os comunistas, Pablo Neruda
O mundo está, novamente, diante de uma encruzilhada histórica. Se, por um lado, a crise da globalização neoliberal colocou a democracia das elites em xeque, fazendo surgir movimentos anti-establishment em todo o planeta, por outro, jogou milhões de pessoas na mais absoluta miséria, enquanto inflamou o populismo de extrema-direita e seu discurso de ódio, violência e intolerância.
Os donos do poder não conseguem produzir saídas para a crise que sua própria ganância criou. A instabilidade econômica produziu a maior crise de legitimidade da democracia liberal em décadas, abrindo a oportunidade histórica de apresentar uma saída que supere o sistema do capital. O capitalismo se expressa enquanto forma de opressão e exploração social de classes, e por mais que, como escreveu Marx, “tudo que é sólido se desmanche no ar”, as relações capitalistas perpetuam essa desfiguração humana e da natureza que é a exploração econômica e a crescente diferença de renda entre os 1% que controlam os meios de produção de riquezas e os 99% que são subordinados em diversos níveis às formas de exploração e alienação as mais degradantes possíveis.
No Brasil, essa crise chegou a níveis alarmantes. O golpe de abril de 2016 não só destituiu uma presidenta legitimamente eleita, como deu início a um ciclo de ataques aos direitos sociais e à democracia sem precedentes. Na escalada de violência da extrema-direita, lutadores e lutadoras do povo continuaram tombando, como nossa companheira Marielle Franco. O já frágil Estado de Direito foi sistematicamente atacado pelo pacto conservador, com reiteradas arbitrariedades produzidas pela Operação Lava Jato, sendo a principal delas a prisão política do ex-presidente Lula.
A vitória de Jair Bolsonaro representa a maior ameaça aos direitos do povo brasileiro desde a redemocratização. Além de atacar os direitos sociais e a soberania nacional, subordinando o Brasil a uma agenda econômica ultraneoliberal, Bolsonaro é inimigo da democracia, como atestam a tutela militar exercida pelas Forças Armadas sobre seu governo e a nomeação de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça. Como comprovam os vazamentos das conversações entre o ex-juiz Moro e os membros do Ministério Público, através do site Intercept, a Lava Jato representou uma construção midiático-jurídica com o objetivo de estabelecer uma crescente escalada repressiva e autoritária.
Nesse contexto, os desafios da esquerda socialista mudaram de qualidade. Já não são suficientes a luta parlamentar e a disputa eleitoral. Embora fundamentais, elas devem vir acompanhadas de um novo ciclo de lutas sociais. A esquerda socialista está diante do enorme desafio de se conectar com o mal-estar que a crise da globalização neoliberal e seus efeitos produziram sobre a classe trabalhadora e os excluídos, e transformá-lo em combustível para incendiar a ordem burguesa e estabelecer uma agenda de futuro para construção do Socialismo.
Para isso, é preciso apostar na unidade das forças populares e antineoliberais, construindo uma ampla frente social e política contra Bolsonaro e seus aliados. Mas também é necessário fortalecer os instrumentos independentes da classe trabalhadora, como o Partido Socialismo e Liberdade. Apesar de seus limites, o PSOL se consolidou como o partido das novas lutas sociais e portador da bandeira de uma nova esquerda socialista, combativa e revolucionária, mas conectada às novas dinâmicas de resistência das mulheres, da juventude, de LGBTs, movimentos culturais, de negros e negras. Um partido que reconhece que o racismo, o machismo, as diversas discriminações sexistas e racistas são elementos estruturais do capitalismo dependente brasileiro; e capaz de unir uma plataforma socialista – por salário, emprego, democracia e soberania – a uma plataforma radicalmente libertária.
A responsabilidade histórica do PSOL é, portanto, gigantesca. E é por essa razão que devemos aprofundar a aliança construída com os movimentos sociais nas eleições de 2018, ao mesmo tempo em que oferecemos aos militantes do PSOL um novo instrumento de organização política que una o passado de lutas que está em nossas origens com o futuro de um socialismo democrático e libertário. Construir um presente de lutas para garantir um amanhã socialista!
As diversas tendências reunidas no histórico Encontro de Junho de 2019, após longo processo de debate e interação críticos, coordenadas pela perspectiva histórica da luta revolucionária em defesa do socialismo e da liberdade do povo brasileiro, da qual alguns dos agrupamentos participantes são herdeiros há quase meio século, expressamos a disposição de dar ao PSOL as condições necessárias para liderar o processo de reorganização da esquerda brasileira, estabelecendo a construção de uma nova tendência nacional.
Nos orgulhamos imensamente de nossa trajetória. Somos lutadores da revolução socialista no Brasil. Trabalhamos para que o PSOL, juntamente com outros partidos, frentes e movimentos sociais, se torne um dos protagonistas deste processo revolucionário. Consideramos que a contradição central da sociedade é aquela que opõe capital e trabalho, mas sem jamais ignorar que o capitalismo no Brasil foi montado com base no extermínio de nações, na escravização de africanos e povos originais e na opressão das mulheres. Por isso, a Revolução Brasileira é necessariamente popular, indígena, negra e feminista.
Combatemos o colonialismo e o imperialismo, somos defensores do sonho bolivariano da Pátria Grande, a ser composta pela unidade dos povos latino-americanos. Lutamos para que as múltiplas formas de organização dos povos do Brasil, inclusive suas representações partidárias e institucionais, sejam capazes de instalar, defender e desenvolver um Governo Democrático e Popular, que através de suas medidas antimonopolistas, antilatifundiárias e anti-imperialistas abra o caminho para o Socialismo.
Praticamos a solidariedade internacional com povos e países que enfrentam a agressão imperialista e a barbárie capitalista. Lutamos contra todas as formas de opressão para que todos e todas possam viver, amar e desejar com plena liberdade e respeito. Abraçamos a equidade de gênero e as causas da população LGBT. Acreditamos no futuro e reivindicamos tradições. Somos filhos e filhas das lutas operárias, das resistências camponesas, da Cabanagem, Balaiada, Canudos, Contestado, Caldeirão e de tantas outras rebeliões populares. Nosso campo de luta é a fábrica, o bairro, o quilombo, a aldeia, o sindicato, a escola, os lares, as redes sociais e a rua.
Ao nos unirmos e unirmos nossas histórias, coletivos, mandatos, lideranças partidárias e sociais, tomamos parte em um novo ciclo de lutas e organização da esquerda revolucionária brasileira.
O Brasil está gestando o futuro e precisa de um instrumento partidário capaz de trazê-lo à luz da história. Uma nova tendência que trabalhe para fortalecer o caráter amplo, popular e socialista do PSOL é urgente e necessária. Nos colocamos esse desafio e convidamos todos e todas que partilham desse sonho para dar início ao novo.
Viva o povo brasileiro!
Viva a revolução brasileira!
Viva o PSOL!
Viva a PRIMAVERA SOCIALISTA.
Valinhos/SP, 30 de junho de 2019
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