quinta-feira, 11 de julho de 2019

Nepotismo e Bolsonarismo

Imagem das redes sociais. 


Por Belarmino Mariano

Sobre o Nepotismo no Brasil, a Súmula Vinculante 13 é clara, objetiva e direta:
"A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal".

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ):
"Nepotismo é o favorecimento dos vínculos de parentesco nas relações de trabalho ou emprego. As práticas de nepotismo substituem a avaliação de mérito para o exercício da função pública pela valorização de laços de parentesco. Nepotismo é prática que viola as garantias constitucionais de impessoalidade administrativa, na medida em que estabelece privilégios em função de relações de parentesco e desconsidera a capacidade técnica para o exercício do cargo público. O fundamento das ações de combate ao nepotismo é o fortalecimento da República e a resistência a ações de concentração de poder que privatizam o espaço público".
Quando nos voltamos para o conceito clássico de Nepotismo encontramos em Andrea Russar que: "O vocábulo nepotismo (do latim nepos, neto ou descendente) é utilizado para designar o favorecimento de parentes em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos públicos".
Agora vamos tentar seguir essa lógica do atual governo dos Bolsonaros. O Presidente Jair Bolsonaro (PSL) declarou que pretende nomear o filho e Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL), como Embaixador do Brasil nos Estados Unidos. O mesmo acha que não se trata de Nepotismo, mas se isso não é Nepotismo, o que de fato seria essa prática?
O mais grave é vermos que nos Estados Unidos, o segundo mais importante parceiro econômico do Brasil se encontra sem embaixador brasileiro desde o mês de abril, pois o presidente estava aguardando o filho Eduardo, atingir os 35 anos, idade mínima exigida para ser embaixador. Outra gravidade nessa prática é sabermos que o filho do presidente não possuí nenhuma experiência para assumir tão grandioso e importante cargo e em especial dos EUA, um dos mais importantes parceiros econômicos do Brasil. Caso não se tratasse de nepotismo, talvez fosse mais interessante colocar o filho em uma embaixada menor, tipo na Síria ou no Haíti, apenas para ele adquirir experiência?
Agora teremos que perguntar: Será que o Senado aprovaria tal descalabro? Qual seria a reação do STF frente a essa insanidade?

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