sexta-feira, 28 de junho de 2019

HÁ MUITA COISA POR TRÁS DE UM HABEAS CORPUS PARA LULA


Por Matheus Siqueira

Para entender o que aconteceu ontem no STF é preciso, mais uma vez, compreender corretamente o que está em jogo. Com o mapa mundi em mãos pode-se apontar três epicentros das crises políticas mundiais: Irã, Venezuela e Brasil. Nestas áreas do globo a intervenção política e militar norte-americana é direta. Não importa se o governo é republicano ou democrata: golpes, locautes, subornos, sanções, espionagem e ameaças tornaram-se comuns. Afinal, o que estes países têm que tanto incomoda o império estadunidense? Certamente não são os governos autoritários, bombas atômicas ou desinteresse pelo Mickey. O fato é que todos possuem uma quantidade quase inestimável de petróleo, a fonte energética mais cobiçada do mundo.

sábado, 22 de junho de 2019

Bolsonaro humilha a Rainha do Reino Unido

extraído das redes sociais (borapensar).


Por Belarmino Mariano*

Querem me deixar como a rainha da Inglaterra”? Esta foi a expressão usada pelo presidente Jair Bolsonaro, se referindo ao Congresso Nacional e a Lei de indicações dos parlamentares para cargos das agências reguladoras do Estado.
Dois grandes erros do Presidente em uma única frase: 1) esqueceu que é o presidente e que possuí o poder de veto; 2) esqueceu que o Reino Unido é uma Monarquia Parlamentarista, logo, o poder da Rainha da Inglaterra (Reino Unido) é muito grande, tanto para as questões politicas quanto diplomáticas, inclusive de nomeação do Primeiro-Ministro e de toda a sua equipe de governo, coisas que aqui no Brasil, quem define são "as bancadas do boi, da bala e da bíblia".
O presidente do Brasil, em suas relações políticas demonstra profundo despreparo até em suas comparações. Como pode querer comparar República Presidencialista com Monarquia Parlamentarista? O Pior é sabermos que não é a Rainha da Inglaterra, mas do Reino Unido e de pelo menos, mais 15 Estados Nacionais Independentes espalhados por todo o mundo.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Moro Mentiu no Senado


Por Tárcio Teixeira

"Não comenta com ninguém e me assegura que teu Telegram não está aberto no seu computador e que outras pessoas não estão vendo o que eu falo. Você vai entender pq eu estou dizendo isso", Dallagnol ao cumprir ordens do Moro, chefe da Lava Jato.

Resumo da ópera, Moro mentiu no Senado. Foi escorregadio, até a sabatina, já que disse: "posso ter dito", "não lembro", "hacker podem ter modificado conteúdo"... Tudo isso faz com que jornalistas não comprometidos com a verdade, vinculados ideologicamente ou financeiramente a direita, criem machetes do tipo "Moro nega informação", coisa que nem ele tem coragem de dizer de forma direta. É possível ser de direita, mas não esconder a verdade ou mentir, é possível fazer como fez Reinaldo Azevedo, de direita, e fazendo jornalismo com dados concretos.

Seguindo, quando Moro diz que suas declarações não possuíram efeitos práticos, mas passamos a tomar conhecimento da operação feita por Dellagnol para atender as ordens de Moro sobre a atuação de outra procuradora, aí não resta outra conclusão que afirmar que Moro mentiu no Senado, que Moro era, se duvidar ainda é, o chefe da Lava Jato.

Tárcio Teixeira
Presidente do PSOL/PB

#vazajato #vazamoro #milíciafora

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Stuart Angel Vive

Por Flamengo Antifascista
Completam-se 48 anos do assassinato de Stuart Angel pela ditadura militar do Brasil. Quem era Stuart Angel:
Stuart foi Bicampeão carioca de remo pelo Clube de Regatas Flamengo na adolescência (1964 e 1965).
Nascido em Salvador, em 11 de janeiro de 1945, Stuart Edgar Angel Jones cresceu no Rio de Janeiro. Era filho de Norman Angel Jones e Zuleika Angel Jones, a Zuzu Angel, uma conhecida estilista. Aluno de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, passou a militar politicamente no movimento estudantil, numa dissidência do PCB (Partido Comunista Brasileiro) que daria origem ao MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro). Dirigente do grupo armado desde 1969, foi acusado num inquérito policial de participar, em setembro daquele ano, do sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick. Stuart Angel foi sequestrado por agentes da repressão em 14 de maio de 1971. Relatos de dois militantes que sobreviveram à prisão no período revelaram que Stuart foi torturado até a morte pelos agentes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, para que revelasse o paradeiro do ex-capitão Carlos Lamarca. Foi morto sem delatar ninguém. Lamarca havia entrado para o MR-8 na época. Há suspeitas de que teria sido preso na Base Aérea do Galeão e que seu corpo tenha sido enterrado na Base Aérea de Santa Cruz, também no Rio de Janeiro. Em 2014, cogitou-se que um crânio encontrado no local poderia ser de Stuart Angel, mas a informação nunca foi confirmada. Um ex-militar chegou a afirmar, em depoimento, que corpos também eram lançados por aviões ao mar, a partir da base área. Sonia Maria Lopes de Moraes, com quem Stuart Angel era casado desde 1968, também foi morta após tortura em 1973, em São Paulo. Seu caso tornou-se internacionalmente conhecido devido à luta de sua mãe em esclarecer o desaparecimento do filho. Ela chegou a entregar um dossiê sobre o assunto ao então secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger. Zuzu Angel só parou de denunciar o crime ao morrer em 13 de abril de 1976, num acidente de carro no Rio de Janeiro. Sua história é mostrada no filme “Zuzu Angel” (2006), de Sérgio Rezende. Também é lembrada na música “Angélica”, de Chico Buarque. Um trecho da composição diz: “Quem é essa mulher / que canta sempre esse estribilho / Só queria embalar meu filho / Que mora na escuridão do mar”. Em 1998, a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos analisou o acidente e responsabilizou o regime militar pela morte da estilista. Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em 2014, o ex-delegado Cláudio Guerra relacionou o coronel Freddie Perdigão ao acidente. Ao entregar seu relatório final, ainda no ano de 2014, a Comissão Nacional da Verdade afirmou que Stuart Angel havia sido “vítima de desaparecimento forçado em ação perpetrada por agentes do Estado brasileiro, em contexto de sistemáticas violações de direitos humanos promovidas pela ditadura militar”. A comissão recomendou ainda a continuação das investigações para localização e identificação dos restos mortais do jovem e a identificação dos demais agentes envolvidos no crime.
FONTE: JORNAL NEXO



terça-feira, 11 de junho de 2019

O Brasil injustiças que vazam a jato


fonte da imagem - https://theintercept.com/brasil/.

Por Belarmino Mariano
                Aqui não estamos falando de sites brasileiros, tendenciosos do Brasil. Nesse momento temos um site estrangeiros e independente, o "The Intercept", revelando as entranhas do que já foi nominado de #VazaJato, com as conversas de juízes e membros do Ministério Público, que revelam os crimes por eles praticados contra a nossa democracia e da própria justiça brasileira.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Sobre a Greve Geral da Educação e as Jornadas Populares de Maio de 2019.

Por João M. C. e Andrade
Professor de História e Química
Especialista em Direitos Fundamentais e Democracia.
Fundador do Centro de Referencias em Direitos Humanos do Agreste da Paraíba.

Fonte: https://une.org.br/wp-content/uploads/2019/05/Sa%CC%83o-Paulo-SP.jpg

Nesses dias de grande mobilização popular, quando um tema é capaz de convulsionar a nossa sociedade, é comum ouvirmos os mais diversos discursos sobre o movimento, as razões, os motivos e justificativas. É evidente que sopesam sobre as falas o lugar social de cada um e, ainda, a pressão exercida pelas forças que se contrapõem na Luta de Classes.
Sim, Luta de Classes é um tema antigo e muitas vezes se apregoa que já foi vencido. Mas temos que observar mais de perto e levantar uma questão crucial: a disputa entre o capital e o trabalho foi realmente encerrada?
Para além disso precisamos lembrar que a teoria marxista clássica aponta que a Luta de Classes se dá em dois campos: o campo econômico – ligado as necessidades mais básicas do ser humano no que tange a sobrevivência diária, e aqui temos a produção de alimentos, vestimenta, transporte e moradia, somente para citar algumas das inevitabilidades do cotidiano; e o campo político – ligado aos projetos de sociedade necessários para a estabilização do próprio processo produtivo.
É no campo político que encontramos uma das principais arenas de disputa da sociedade que é, justamente, a Educação e mais precisamente a Escola.
Já não é de hoje que ouvimos o discurso de que a “educação é capaz de salvar a sociedade”. Mas cabe questionar: QUE SOCIEDADE? Aqui, então, está o ponto nevrálgico dos questionamentos sobre a legitimidade de algumas manifestações durante os eventos de grande mobilização nacional que aconteceram nas “Jornadas Populares de Maio”.
Alarmados pela desastrosa e irresponsável política de cortes promovida pelo Governo Bolsonaro na área da Educação, num ataque sem precedentes na história de nosso país, entidades populares, organizações da sociedade civil, sindicatos, entidades representativas dos estudantes (UNE E UBES) tomaram as ruas em protesto, levando à mobilização de mais de 5 milhões de pessoas, quando somamos a participação nos dois dias (15 e 30 de maio).
Mas, apesar do grande sucesso de mobilização, vieram à tona os sintomas da exaustiva campanha da burguesia contra o povo trabalhador:
...“política não deve ser discutida por pessoas comuns”
...“quem faz política não trabalha, quem trabalha não faz política!”
Esses e outros jargões espalhados aos quatro ventos pela Imprensa nacional comprometida com o capital, realizaram em nosso Brasil a sentença de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Adolf Hitler: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.
O principal resultado desse processo de escamoteamento de mentiras em verdades é a abominação chamada “apolítica” ou “apartidarismo”. Ora, já os filósofos gregos afirmavam que não existe espaço vazio na política. Não há como não fazer escolhas. Viver em sociedade requer que determinemos nosso lugar, nossa posição e, em última instancia, o nosso lado, o nosso partido.
Nesse contexto é possível perceber que a principal arma utilizada pelo capital contra a Classe Trabalhadora é, justamente, o discurso da apolitização. O reflexo mais notório é ver-se advogar que não se devem lançar mão das organizações partidárias em eventos que, em tese, seriam “movimentos espontâneos do povo”.
Mas algumas reflexões são necessárias sobre esta questão.
Em primeiro lugar, não existe “movimento espontâneo das massas”, toda mobilização necessita organização e isso só é possível na Classe Trabalhadora através de instituições como Sindicatos, Grêmios Estudantis, DCE’s, UNE, UBES, Partidos Políticos. Pois são eles que elaboram as pautas, produzem o material de divulgação e tomam a frente do processo organizativo. Sem isso, não há manifestação.
Em segundo lugar vemos que tal entendimento já foi adotado até o capital burguês no Brasil. Por isso construíram e financiaram o famigerado “Movimento Brasil Livre – MBL” que, inclusive, teve seus principais representantes eleitos para a Câmara de Vereadores da cidade de São Paulo e para a Câmara de Deputados em Brasília.
É patente que o discurso do “apartidarismo” é uma das grandes armas do capital burguês para desorganizar as ações dos trabalhadores. Mas, como afirma o velho ditado “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, se o capital burguês pusesse em prática esse discurso, a primeira coisa a fechar seria a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) ou a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP).
Essas instituições defendem politicamente os interesses do empresariado, frente às estruturas do Estado. Se fossem, realmente, apartidários e apolíticos não teríamos empresários envolvidos com disputas eleitorais, e ocupando cargos eletivos nas mais diversas esferas de nossa federação. O governador do distrito federal é um exemplo típico desse comportamento.
Em terceiro lugar: todo fanatismo é nocivo, mas o partido é necessário. Não existem relações sociais sem haver a relação de poder e, consequentemente, a relação política. O que vêm acontecendo é a apropriação de um discurso perigoso da "apolitização", fazendo o ambiente político parecer inadequado ao tal "cidadão comum".
Mais do que isso, sem partidos não existe democracia. Se o sistema democrático prescindir dos partidos, restará apenas a autocracia ou o totalitarismo. A história está bem marcada com exemplos disso: o FASCISMO e o NAZISMO escancararam a virulência do discurso totalitarista e, com isso deixaram à mostra o que a humanidade pode fazer de pior.
Aqui no Brasil tivemos diversos momentos de quase extinção da democracia: na Ditadura de Vargas e na Ditadura Militar, por exemplo. Hoje o que temos é uma ampla propaganda contra os partidos para que o povo não se organize e deixe de participar do processo democrático, ficando à margem a espera de um salvador.
Precisamos ter clareza da real necessidade da organização popular, no sentido de garantir o funcionamento mínimo do processo democrático e republicano. Mas, ao passo que precisamos de organização, necessitamos ficar atentos aos aventureiros oportunistas, que engabelam os trabalhadores e o povo. O próprio presidente é um exemplo típico dessa personagem de que falo.
Por fim, vemos que o projeto de “dois Brasis” se confrontam agora: Um projeto voltado para o Povo Trabalhador: promovendo bem-estar social, desenvolvimento econômico, avanços na educação e desenvolvimento científico, reconhecido e respeitado internacionalmente;  e outro projeto voltado para o Capital, comprometido apenas com o lucro das empresas, que matam pessoas soterradas pela lama, que corta o pouco dinheiro da educação, que compromete o sagrado direito à aposentadoria, e que não consegue ter nenhum reconhecimento internacional.
Tal confronto de projetos de país se materializa em uma frase: “#LULALIVRE!". Essa manifestação em muito já ultrapassou o necessário fato da liberdade do Presidente Luiz Inácio. Ela contém, também a defesa do Estado de Direito Democrático, pois como já é amplamente conhecido o Presidente Lula está preso sem provas, é um PRESO POLÍTICO.
A simples ideia de que o Estado brasileiro permite que tal fato exista é uma execração. É algo extremamente perigoso, pois desrespeita a constituição e põe em cheque as Garantias e Direitos Fundamentais do Cidadão Brasileiro. Veja o caso do Rio de Janeiro, onde o próprio governador empunha uma metralhadora para matar os cidadãos de seu próprio estado.
A defesa da Classe Trabalhadora tem se tornado uma coisa cada dia mais urgente. Precisamos compreender nosso lugar social e nossa responsabilidade com todo esse processo.
Atualmente não faço parte de Direções Sindicais ou Partidos, mas, como professor, procuro sempre compreender meu lugar social: filho de trabalhador, neto de agricultor; professor de escola pública, preceptor de jovens pobres. Esse é meu lugar. E entendo que devo defender minha Classe, a dos Trabalhadores.