Por Flamengo Antifascista
Completam-se 48 anos do assassinato de Stuart Angel pela ditadura militar do Brasil. Quem era Stuart Angel:
Stuart foi Bicampeão carioca de remo pelo Clube de Regatas Flamengo na adolescência (1964 e 1965).
Nascido em Salvador, em 11 de janeiro de 1945, Stuart Edgar Angel Jones cresceu no Rio de Janeiro. Era filho de Norman Angel Jones e Zuleika Angel Jones, a Zuzu Angel, uma conhecida estilista. Aluno de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, passou a militar politicamente no movimento estudantil, numa dissidência do PCB (Partido Comunista Brasileiro) que daria origem ao MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro). Dirigente do grupo armado desde 1969, foi acusado num inquérito policial de participar, em setembro daquele ano, do sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick. Stuart Angel foi sequestrado por agentes da repressão em 14 de maio de 1971. Relatos de dois militantes que sobreviveram à prisão no período revelaram que Stuart foi torturado até a morte pelos agentes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, para que revelasse o paradeiro do ex-capitão Carlos Lamarca. Foi morto sem delatar ninguém. Lamarca havia entrado para o MR-8 na época. Há suspeitas de que teria sido preso na Base Aérea do Galeão e que seu corpo tenha sido enterrado na Base Aérea de Santa Cruz, também no Rio de Janeiro. Em 2014, cogitou-se que um crânio encontrado no local poderia ser de Stuart Angel, mas a informação nunca foi confirmada. Um ex-militar chegou a afirmar, em depoimento, que corpos também eram lançados por aviões ao mar, a partir da base área. Sonia Maria Lopes de Moraes, com quem Stuart Angel era casado desde 1968, também foi morta após tortura em 1973, em São Paulo. Seu caso tornou-se internacionalmente conhecido devido à luta de sua mãe em esclarecer o desaparecimento do filho. Ela chegou a entregar um dossiê sobre o assunto ao então secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger. Zuzu Angel só parou de denunciar o crime ao morrer em 13 de abril de 1976, num acidente de carro no Rio de Janeiro. Sua história é mostrada no filme “Zuzu Angel” (2006), de Sérgio Rezende. Também é lembrada na música “Angélica”, de Chico Buarque. Um trecho da composição diz: “Quem é essa mulher / que canta sempre esse estribilho / Só queria embalar meu filho / Que mora na escuridão do mar”. Em 1998, a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos analisou o acidente e responsabilizou o regime militar pela morte da estilista. Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em 2014, o ex-delegado Cláudio Guerra relacionou o coronel Freddie Perdigão ao acidente. Ao entregar seu relatório final, ainda no ano de 2014, a Comissão Nacional da Verdade afirmou que Stuart Angel havia sido “vítima de desaparecimento forçado em ação perpetrada por agentes do Estado brasileiro, em contexto de sistemáticas violações de direitos humanos promovidas pela ditadura militar”. A comissão recomendou ainda a continuação das investigações para localização e identificação dos restos mortais do jovem e a identificação dos demais agentes envolvidos no crime.
Nascido em Salvador, em 11 de janeiro de 1945, Stuart Edgar Angel Jones cresceu no Rio de Janeiro. Era filho de Norman Angel Jones e Zuleika Angel Jones, a Zuzu Angel, uma conhecida estilista. Aluno de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, passou a militar politicamente no movimento estudantil, numa dissidência do PCB (Partido Comunista Brasileiro) que daria origem ao MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro). Dirigente do grupo armado desde 1969, foi acusado num inquérito policial de participar, em setembro daquele ano, do sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick. Stuart Angel foi sequestrado por agentes da repressão em 14 de maio de 1971. Relatos de dois militantes que sobreviveram à prisão no período revelaram que Stuart foi torturado até a morte pelos agentes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, para que revelasse o paradeiro do ex-capitão Carlos Lamarca. Foi morto sem delatar ninguém. Lamarca havia entrado para o MR-8 na época. Há suspeitas de que teria sido preso na Base Aérea do Galeão e que seu corpo tenha sido enterrado na Base Aérea de Santa Cruz, também no Rio de Janeiro. Em 2014, cogitou-se que um crânio encontrado no local poderia ser de Stuart Angel, mas a informação nunca foi confirmada. Um ex-militar chegou a afirmar, em depoimento, que corpos também eram lançados por aviões ao mar, a partir da base área. Sonia Maria Lopes de Moraes, com quem Stuart Angel era casado desde 1968, também foi morta após tortura em 1973, em São Paulo. Seu caso tornou-se internacionalmente conhecido devido à luta de sua mãe em esclarecer o desaparecimento do filho. Ela chegou a entregar um dossiê sobre o assunto ao então secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger. Zuzu Angel só parou de denunciar o crime ao morrer em 13 de abril de 1976, num acidente de carro no Rio de Janeiro. Sua história é mostrada no filme “Zuzu Angel” (2006), de Sérgio Rezende. Também é lembrada na música “Angélica”, de Chico Buarque. Um trecho da composição diz: “Quem é essa mulher / que canta sempre esse estribilho / Só queria embalar meu filho / Que mora na escuridão do mar”. Em 1998, a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos analisou o acidente e responsabilizou o regime militar pela morte da estilista. Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em 2014, o ex-delegado Cláudio Guerra relacionou o coronel Freddie Perdigão ao acidente. Ao entregar seu relatório final, ainda no ano de 2014, a Comissão Nacional da Verdade afirmou que Stuart Angel havia sido “vítima de desaparecimento forçado em ação perpetrada por agentes do Estado brasileiro, em contexto de sistemáticas violações de direitos humanos promovidas pela ditadura militar”. A comissão recomendou ainda a continuação das investigações para localização e identificação dos restos mortais do jovem e a identificação dos demais agentes envolvidos no crime.
FONTE: JORNAL NEXO
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