Ontem o Bispo católico de Goiás, pediu a Nossa Senhora para livrar o Brasil do Comunismo. Seria o mesmo que a Mãe de Jesus, pedir para Ele abandonar a sua missão na Terra. Com isso, gostaria de refletir um pouco sobre a ideologia de extrema direita, que utiliza discursos religiosos para atacar tendências políticas como estas fossem o grande mau da humanidade.
Todo respeito pela religiões, pelos líderes religiosos, mas a partir do momento em que alguns, que se dizem pastores, padres ou bispos, usam suas igrejas, púlpitos e fiéis para manipulação política e favorecimento de vários tipos de crimes, fico muito desconfiado.
Alexandre de Moraes, Lula, o PT e os partidos de esquerda, se tornaram alvo de violentos e odientos ataques de lideranças religiosas golpistas. Não pense que são apenas discursos vazios, ou mimimi de grupos derrotados politicamente.
A Polícia Federal, autorizada pelo Ministro Alexandre de Moraes, revelou as interferências de Bolsonaro na PF, autorizando a ABIN paralela a investigar centenas de padres e bispos católicos, enquanto centenas de pastores evangélicos e líderes, foram benefiados em seu governo. De ministro da educação a ministro do supremo, além de pastores que, "da cozinha do ex-presidente", destilavam ataques violentos contra autoridades a contra a democracia brasileira.
Não pensem que foi um pastor isolado, que de repente se tornou um grande apoiador do fascismo e da extrema direita do Brasil. Isso é uma ação política que foi herdada da "Guerra Fria". Em 1964, depois do golpe militar e da implantação da Ditadura Militar que durou 21 anos, até 1985. Durante esse período, ocorreu uma verdadeira corrida e abertura de espaço para a entrada de congregações religiosas evangélicas para o Brasil e América Latina.
Inicialmente não se metiam em política, mas internamente, na medida em que se instavam e ganhavam a confiança da comunidade, foram introduzindo a ideologia anticomunista em todo o Brasil. A ideia de que os comunistas comiam o fígado e o coração das crianças, que os comunistas eram ateístas e que nos países comunistas não existia democracia, encobria o próprio regime militar do Brasil e de dezenas de outros países da América Latina (Chile, Paraguai, Argentina, Uruguai e etc.).
Mas essa interferência de líderes religiosos evangélicos diretamente em situações políticas, passou a ser mais frequente bascduas últimas décadas, período em que, as grandes redes de TV e redes sociais se tornaram mais presentes entre as pessoas.
As igrejas ou seus líderes foram transformando esses espaços em locais de práticas golpistas e antidemocráticas. As igrejas se tornaram em ambientes seguros para políticos corruptos, lavagem de dinheiro e outras práticas ilícitas. O uso da fé e da boa vontade das pessoas evangélicas, virou gigante cota de alienação política.
Os perigosos comunistas, nunca fizeram nada contra cristão, até porque, o ideário comunista é muito parecido com o que defendeu Jesus Cristo. Mas, os evangélicos foram tão envenenados pela extrema direita que, muitos, foram para as ruas de bíblia nas mãos, pedir intervenção militar, golpe de Estado e desferir ataques contra membros do Supremo.
Achando pouco, muitos evangélicos foram acampar nis portões dos quarteis para pedir intervenção militar no Brasil. Esses atos radicalizados e estimulados pela extrema direita culminou com o 8 de janeiro, com a tentativa de "Oclocracia" para o golpe militar e a volta do Bolsonaro ao poder.
O exemplo mais emblemático dessa situação e o caso do Pastor
Silas Malafaia e a capacidade de instalar ódio e ataques a democracia. Mas não é o único, lembrem da Esposa do inelegível, A senadora Damares Alves, Flor de Lis, Waldomiro, Crivela, RR Soares e dezenas de outros que colocaram suas igrejas a serviço da Extrema Direita e Bolsonarismo.
Muito triste observar que as igrejas, que deveriam servir ao bem comum e a recuperação espiritual das almas abaladas pela besta fera, sendo usada para atacar a constituição e a democracia nosso país. Uma coisa é certa, muita gente tem percebido e se afastado dessas igrejas e seus falsos profetas.
*Por Belarmino Mariano. Imagem das redes sociais.
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