Foi apenas um em todas as suas ramagens. Mas queria o quê? Ele nasceu por conta própria, sozinho em meu beco com saída para o quintal.
Se estendeu e se arrastou pelo beco cimentado, beirando a parede do vizinho e encontrou uma pequena área de terra, onde deitou raízes e se fixou por lá.
Era realmente uma área muito pequena e densamente ocupada por uma grande erva cidreira, um pé de uvas pretas, um pé de chuchus e uma pequena laranjeira, além de ervas daninhas.
Esse pé de laranja, colado ao muro do vizinho, evito seu crescimento e uso para colher as folhas e espinhos.
O jerimum tentou florir e chegou a colocar umas três vingas que não vingaram. Um jerimum chegou até a nascer por cima do pé de babosa, mas também não vingou.
Como sabia dos poucos nutrientes em seu nascedouro, fiz um pequeno coquetel de casca de ovo, casca de banana e pó de café, batidos no liquidificador e lhe ofereci.
Observei que ele se ampliou bastante e resolveu seguir o caminho da área cimentada do quintal, ainda tentei voltar duas ramagens, mas ele teimou e dias depois, uma dessas ramas seguiu o trecho de cimento até encontrar uma caqueira de cebolinhas, onde jogou raízes por lá.
Na parte cimentada, por debaixo da goiabeira, ex que surgiu uma linda flor laranja amarelada e em poucos dias vingou um pequeno jerimum. Pensei como os outros, esse não vai durar muito. Ledo engano, erro grosseiro, pois a gente não conhece todos os segredos e mágicas da natureza.
O jerimum resistiu e vingou, verdinho e com rajadas branco amareladas foi ganhando corpo, se tornando único em meu quintal.
Tudo bem, é só um jerimum, porém, com tudo, toda via, expressou força, residência e a importância da vida natural. E me deu lições em momentos de alegria e reflexão, pois todas as vezes que pegava a mangueira para aguar as plantas do quintal, ao som mental e melódico de "vem me ragggaer mãe, vem me haggaer"... sempre penso, regar é uma expressão forte para quem quer a vida florindo nos pequenos quintais do grande mundo. É assim que precisamos cuidar da "Mãe Terra". É isso aí, nada mais...
Por Belarmino Mariano, imagens do autor e das redes.
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