Por Belarmino Mariano.
Era um boteco improvisado e apertado, localizado no Bairro das Laranjeiras, em Itapinga, interior de Minas Gerais.
O proprietário do estabelecimento era Ramiro de Sousa, conhecido como Neto do Cangaceiro Aboiador, do Bando de Virgulino Ferreira, vulgo Lampião.
Na birosca tinha de tudo um pouco, uma sinuca desnivelada, uns tacos tortuosos e uma empanada verde empoeirada, atraindo bebuns e apostadores de apostas pequenas.
De lanches a garrafadas, de tiragosto feito na hora a lapadas de aguardente, eram servidos, entre uma e outra partida de sinuca. Assim, o tempo era consumido e consumia a todos que ali entrassem e demorassem, o pouquinho que fosse.
Em meio às mercadorias, as pequenas garrafas plásticas de refrigerante eram consumo certo e as embalagens intactas iam se acumulando.
Para burlar o sistema, Ramiro pensou bem e resolveu o problema, higienizar bem as embalagens e reutilizar com o mesmo produto. Uma atitude ecológica ou grandes garrafas, pequenos negócios?
Ao final do dia, com a quintana fechada, ele pegou uma garrafa do escuro refri de dois litros bem gelado, abrio e encheu as várias pequenas embalagens higienizadas, com o líquido preciso e, com um aperto no corpo da garrafa e um pequeno vazio para a circulação do gás, fechou a tampa bem arrochada e deixou o produto na velha geladeira por trás do balcão.
Para a freguesia rotineira e pouco exigente, ele vendia o produto mais barato que seus concorrentes e como estratégia, sempre abria as garrafinhas, fazendo um pequeno barulho do gás com a própria boca.
A manobra era rápida, imperceptível e sorrateira, lembrando os grandes comerciais da marca, espalhados pelas redes sociais, outdoors e TV, clips com jovens, praticando esportes radicais ao sabor do viciante líquido gasoso.
Ele sempre dizia, "- o capitalismo é assim, cobra engolindo cobra". A pergunta que não quer calar: sabotagem, reciclagem, expertise, distorção, divisão ou partição do líquido sagrado de fórmula secreta?
Uma coisa é certa, nem tudo é exatamente o que a gente pensa, sente ou ver. Mas um refri bem gelado com um prato de torresmo mineiro, é um sabor para ser guardado nas profundas entranhas da memória gustativa.
Eli revelou que, ao descobrir que essas marcas usam parte dos seus lucros para financiar as guerras em favor do império, assim como a sua maior concorrente sionista, cujo o genocidio contra os palestinos é feito por seus pares,
#refrigerantenuncamais, a não ser que seja "a Cajuina Cristina em Teresina..."
Esse é apenas um alerta para doenças crônicas, como: diabetes, colesterol e câncer.
As vezes não é bom exigir muito, certo dia em uma dessas biroscas, uma amiga pediu um suco de laranja sem açúcar e sem gelo. Aí a atendente serviu, com açúcar e gelo. Ela ficou pocessa e raclamou, pouco tempo depois a moça trouxe o suco do jeitinho que ela pediu. Aí fiquei pensando, será que ela deu uma cuspidinha e mexeu o suco com uma colher?
Por Belarmino Mariano. Imagem das redes. Ficção Crônica).
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