quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

OS PROFESSORES E A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Raio sobre árvore. colhido das redes sociais
Por Belarmino Mariano*

Vespas sanguinárias, piranhas famintas e infelizes das costas ocas. porque tanto ódio aos professores? de onde vem tanta sede de vingança contra a categoria do magistério?
Nós professores temos nossos direitos adquiridos e reconhecidos internacionalmente, pois somos a mola mestra para o pleno desenvolvimento de qualquer Nação.  Nos países nórdicos, os professores são uma categoria de elevado grau e de respeito por todos. Nos países europeus o magistério é a ponta de lança para os avanços tecnológicos e científicos, sem Eles, aquele velho mundo já teria se acabado com guerras e pandemias. 
No Japão o imperador se curva para saldar os professores. A sociedade japonesa tem verdadeira adoração pelos mestres dos seus filhos e participam rigorosamente da vida das crianças, exigindo respeito aos professores e comprometimento com os ensinamentos.


Mas aqui no Brasil parece uma coisa. Governadores neoliberais mandam policiais e guardas espancarem professores, aqui no Brasil o professor é visto como um cidadão de terceira classe, como um Zé Ninguém, que pode ser desrespeitado e humilhado em praça pública.
De onde esses infelizes desses governos tiraram a ideia de que professores precisam ser massacrados? De qual cartilha extraíram tão sórdidos pensamentos e sentimentos? Desconfio que pode ter sido das anotações de Olavo de Carvalho.
Miseráveis da hora da fome! Sem professores o país afunda nos mais profundos porões da ignorância e do atraso; sem professores não existe ciência e nem tecnologias nacionais; sem professores entramos na idade das trevas e do obscurantismo absolutista.
É isso que vocês querem? Esse é o grande desejo de vocês? Estão querendo escravos cativos e amedrontados com as suas leis e os seus podres poderes?
Pois não vão ter não! Vocês comerão o pão que o diabo amassou com os próprios pés, vocês serão amaldiçoados até a décima geração, suas almas penarão até a nona esfera Dantesca e suas carnes arderão no fogo do inferno, pois lutaremos com unhas e dentes, mas não perderemos nossos direitos sagrados para essa casta de miseráveis.
Queremos integralmente o nosso direito de aposentadoria aos 30 anos de magistério para os professores e aos 25 anos de exercício para as professoras, pois as mulheres, além de professoras, nesse país patriarcalista e machista, elas em muitos casos exercem jornada dupla de trabalho. 
Esse nosso direito líquido e certo se encontra na emenda Constitucional N. 20, de 15/12/1998, publicada no D.O.U., de 16/12/1998 e reafirmado como direito constitucional nas emendas N. 41, de 19/02/2003, publicada no D.O.U, de 31/12/2003, Emenda Constitucional N. 47, de 05/07/2005, publicada no D.O.U., de 06/07/2005. e a Lei N. 11.301, de 10/05/2006, publicada no D.O.U., de 11/05/2006.
Notaram que se trata de uma aposentadoria especial do magistério, garantida pela Constituição e depois de todo esse rame, rame e essas emendas, finalmente temos uma Lei que nos garante a aposentadoria especial para a categoria dos profissionais da Educação.
Nós somos a categoria de trabalhadores que formam academicamente todas as outras profissões. Isso, somos nós quem formamos os médicos, os enfermeiros, os engenheiros, os arquitetos, os pedagogos, os historiadores, os filósofos, os advogados e até os políticos, que não são uma classe, mas apenas detentores temporários de mandados políticos públicos.
De todas essas profissões somos como os agricultores, pois muitos não chegaram aos bancos de uma escola, mas mesmo assim, aprenderam nas escolas da vida e alimentam a todos nós. 
Os demais, temos a consideração de ao encontrá-los, ouvir de suas bocas, o quanto aprenderam com as nossas aulas, com os nossos sermões e com as nossas lições. 
Então, respeitem nossos cabelos grisalhos, nossas famílias e nossas vidas, pois somos dignos de excelentes condições de vida e de trabalho e não temos nossa categoria para chafurdo não.
Acordem para a Vida e enterrem essa maldita reforma da previdência no quinto dos infernos para que nunca mais queiram desvalorizar os trabalhadores da educação, pois somos muitos e somos fortes. Evitamos ao máximo situações de confrontos, mais esse governo da gota serena, vem nos tirando a terreiro e precisam tomar cuidado, pois se a categoria dos professores se espalhar não vai ter quem junte.
Tenho dito!


* Professor da UEPB/Centro de Humanidades. Doutor em Sociologia e Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela UFPB/UFCG/UEPB.

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