Por: Avenzoar Arruda
Após a reconquista do direito de votar para escolher os governantes, a maioria das tentativas de construir uma terceira via, entre dois polos eleitorais, com base em argumentos racionais e mediadores, não foi exitosa.
Mario Covas em 1989 e Marina Silva na última eleição são exemplos, dentre muitas outras tentativas em Estados e Municípios. Os polos se encarregam de atuarem em conjunto para destruírem a terceira via. As exceções confirmam a regra.
Agora é a vez de Ciro Gomes fazer esse esforço e nada sugere que o resultado seja diferente.
Nós do PSOL não devemos nos incomodar com essas tentativas nem com as possibilidades de um segundo turno que parece fora da razão. Os polos eleitorais têm suas razões de ser os e os riscos são deles, embora os prejuízos venham para todo o país e as coisas boas só para alguns mais próximos dos polos.
Devemos ser pacientes e explicar a quem ainda queira ouvir alguma coisa nesta altura da eleição que a polarização entre “os filhos da ditadura e os filhos da corrupção” é uma falácia, uma técnica para induzir, cada um a seu modo, o erro de votar com base em emoções e ressentimentos. Devemos perguntar friamente: Qual é a solução democrática para evitar que o poder judiciário ou o poder legislativo derrube um presidente eleito e nomeie outro, sem qualquer consulta ao povo, como aconteceu recentemente? Os polos dizem o que? Qual é a solução para evitar a compra de voto e a intervenção do poder econômico que torna a atual democracia uma farsa onde só quem tem dinheiro tem chance? O que os polos dizem? Quais são as propostas concretas e objetivas em termos de ações e metas para garantir os direitos básicos de segurança, saúde e educação de boa qualidade para todos? O que os polos e seus apoiadores dizem? Eles não dizem nada de significativo, apenas falam que é preciso derrotar o polo oposto, aí sim, reside a chave da conquista do voto. Não o meu, que continuo votando em Boulos, Tárcio, Nelson Junior e Nivaldo Mangueira. Psol 50. Eles que se expliquem.
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