sábado, 21 de novembro de 2015

Drenagem do Centro de Guarabira, uma obra inacabada?

Fonte: Arquivo do autor 23 de nov. 2015


Por: Belarmino Mariano (PSOL Guarabira)


A placa não mente, estamos diante de um outdoor sobre o projeto de Drenagem do Centro de Guarabira, com o valor exato de R$:  5 milhões 887 mil e 746,75 reais. Ou seja, quase 6 milhões de reais. Observem bem essa placa, as comunidades atendidas serão o Centro e o Bairro Novo e tem como objetivo a drenagem urbana. Os agentes participantes são: O Ministério das Cidades; Prefeitura Municipal de Guarabira. O prazo estabelecido para inicio da obra: 16/09/2014 e o termino da obra: 16/03/2015.

Esse poderia ser um excelente presente para a cidade de Guarabira em seu aniversário de 128 anos de emancipação política, mas como a obra ainda não foi concluída, infelizmente não temos como receber essa obra do governo de Dilma Russeff, das mãos do prefeito, responsável pela execução da drenagem de Guarabira, um problema de décadas. Alguns poderão dizer que eu estarei puxando o saco do grupo Paulino, mas vale registrar que essa obra havia sido encaminhada pelo governo de Fátima Paulino (PMDB), anda no governo do Presidente Lula (PT) e estava perdida por dentro do Ministério das Cidades, tendo sida, resgatada pelo prefeito Zenóbio Toscano.

O que temos de fato? A prefeitura executou apenas uma parte da obra, através de uma construtora identificada como: SANCCOL - Saneamento, construção e Comércio LTDA. As contradições em relação a esta obra começam aqui. Vejam que no outdoor abaixo, as informações são incompletas. Primeiro, desaparece da placa os dados do governo federal, que é o financiador da obra, depois as informações das áreas atendidas, pois cita-se apenas a Av. Dom Pedro II e Centro.

Fonte: Arquivo do autor 23 de nov. 2015
A placa exclui completamente que a obra é do governo federal, apenas com a execução da prefeitura municipal de Guarabira. Deixou de ser um outdoor informativo da obra e passou a ser uma placa comercial, fazendo propaganda e poluindo o centro com várias placas com a mesma e incompleta informação, que não dizem exatamente quem financia e a real dimensão da obra. Essas mesmas informações incompletas conseguem atingir dois objetivos bem perceptíveis: 1) poluição visual e; 2) confusão mental entre a placa oficial na engenhosa rotatória e as demais. Nessa confusão informativa, pairam dúvidas cruéis, do tipo: informar ou confundir?

Me estranha o fato de que, aqui em Guarabira, mesmo existindo o PT e o PMDB, Partidos que governam o país, nas figuras de Dilma e Temer, não vemos uma efetiva preocupação em esclarecer para a população guarabirense de que se trata de uma obra financiada pela a união. Diferente do Canal do Juá, em que os governos tucanos, nas esferas: municipal (Léa Toscano); estadual (Cássio Cunha Lima) e, federal (Fernando Henrique Cardoso), tiraram dividendos políticos daquele canal e que hoje esta quase que completamente abandonado, dessa vez por um prefeito do ninho tucano.

E o que estão fazendo os vereadores de Guarabira, que estão na bancada de oposição ou se consideram independentes? Temos essa grande obra no centro de Guarabira com recursos diretamente do governo federal (Dilma), vários vereadores, ao invés de fiscalizarem a obra, que se encontra paralisada, de maneira mesquinha estavam apostando no fracasso da obra, esperando a primeira chuva, para que a obra desse errada. 

A obra tem um grande erro sim, senhores vereadores, seu prazo final é para março de 2016, mas os trechos do Bairro Novo simplesmente não foram começados. Procurem o canteiro de obras, cadê o trecho que envolve a feira livre de Guarabira, local que alaga, que inunda. Vocês não fiscalizam o prefeito e ele irá dar essa obra por encerrada. O que fará o prefeito com os recursos não gastos, retornará para os cofres do governo federal? E depois que acontecer a primeira inundação, vocês irão aparecer apenas para criticar?

Provoquem o Ministério Público, convoquem o prefeito e seu secretário de infra-estrutura, Esse é o papel dos senhores, ganham para isso, recebem recursos para assessorias para atender as demandas da sociedade.Fica aqui uma pergunta no ar: Seus assessores estão mesmo trabalhando em seus gabinetes, ou também estão ocupando outros cargos públicos em órgãos do governo estadual? Se não estão cumprindo o seu papel, deixarão de ser necessários, são dispensáveis e poderão ser substituídos, os senhores e os seus apadrinhados.

Fonte: Arquivo do autor 23 de nov. 2015


Se fizermos um comparativo entre o "Canal do Juá" e a drenagem do centro de Guarabira na Av. Dom Pedro II e Bairro Novo,  se voltássemos no tempo diríamos que ali estão enterrados quase 12 milhões de reais, da época da Prefeita Léa Toscano (PSDB). Recursos provenientes do Ministério do Meio Ambiente do então presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC do PSDB). Também no período em que o governador era o Sr. Cássio Cunha Lima (CCL do PSDB). Todos estavam nas mais importantes instâncias do poder, em seus três níveis. A diferença financeira entre uma obra e outra é de quase 6 milhões de reais. Com grave erro, ali era possível recuperar o meio ambiente, lá no centro não seria possível.

Fotos do face de Jose Alves de Andrade (Juca) outubro de 2015.
O grande primeiro problema. Essa obra é um erro ambiental sem precedente na história de Guarabira. Obras como essas só foram executadas nos anos de 1960, época em que as preocupações ecológicas ainda não eram tão grandes. Se a gente for em Campina Grande veremos vários desses canais, feitos por engenheiros, sem a minima preocupação ambiental.
Oque deveria ter sido feito: 
1) Diminuição do  assoreamento do leito do riacho Jacaré/Juá e fazer um pequeno aprofundamento em seu leito e declividade no talvegue, para que ele retomasse o seu estado de natureza;
2) Era para ter sido feito uma limpeza geral do riacho, para que a água pudesse escorrer livremente pelo leito do rio;
3) Implantar em uma faixa de 15 a 20 metros de afastamento do leito principal, para a tubulação de esgoto dos bairros do entorno, em parceria com a CAGEPA e com o governo do Estado da Paraíba, que era aliado da prefeita e co-responsável pelas áreas de bacias hidrográficas;
4) Era para ter sido feita a recuperação da mata ciliar que já existiu nessa região, com a plantação de muda de plantas nativas (jurema, juá, espinheiro, Pau D´arco, jatobá, ingá, marmeleiro, além de frutíferas (cajueiro, jambeiro, jaqueira, mangueira, pitombeira, oliveira), para atrair meninos e animais ao ambiente;
5) Era para ter sido definido um trajeto de trilhas unicamente para transeuntes e ciclistas, para que pudessem fazer caminhadas e pedaladas. Na medida em que as árvores fossem crescendo, poderiam ser instalados locais com banquinhos e mesas de materiais ecológicos, para que as famílias pudessem fazer pique-niques ou passar as manhãs de feriados e finais de semanas curtindo a natureza.
6) O local era para ter sido transformado em um central parque ecológico, um corredor ambiental que aumentaria o verde da cidade, diminuiria os efeitos térmicos do local em até 3ºc e embelezaria a nossa cidade com efeitos puramente naturais.

Fotos do face de Jose Alves de Andrade (Juca) outubro de 2015.

Estamos diante de obras contraditórias, em que os recursos públicos federais chegam ao município de Guarabira, mas não sabemos exatamente se foram ou estão sendo bem aplicados. Como ambientalista digo que o "Canal do Juá" é uma obra ecologicamente incorreta. fizeram uma obra de engenharia, tipicamente antiecológicas. Sobre a rede de drenagem do centro urbano, acredito que não teria outra maneira de executar a obra, apesar de observar que estão faltando trechos importantes que passam pelo Bairro Novo, conforme identificação da placa oficial da obra. 

Fonte: Arquivo do autor 23 de nov. 2015
Outro ponto a ser considerado na obra de drenagem é que entre uma mão da Av. Dom Pedro II e a outra, não foram instalados os mesmos sistemas de tubulação, foram aproveitados trechos das antigas tubulações, bem mais finos e provavelmente com infiltrações, foram apenas complementados e feitos pontos de ligação entre um lado e o outro da avenida. Isso poderá acarretar sérios problemas de entupimento ao longo dos anos e voltarmos a termos alagamento em um dos lados da avenida.

Quanto ao Bairro Novo, fica aqui a grande interrogação dessa obra? Será feita até o dia 16 de março de 2016? O prefeito esta aguardando o mês natalino para interditar as ruas principais e ou desalojar os feirantes, nos trechos por onde passaram as redes de drenagem? como foi feito no trecho da D. Pedro II; sem o trecho do Bairro Novo o prefeito devolverá a parte do recurso que não foi executado? Essas várias placas menores, que simplesmente excluem o trecho do Bairro Novo, foram feitas propositalmente para encobrir essa informação, de que a obra é do Bairro Novo para o centro da cidade? Estas são questões as quais, os vereadores poderiam buscar as respostas do poder executivo.

Eu, particularmente, como pré-candidato a prefeito de Guarabira pelo PSOL-50, se eleito quero receber a obra toda concluída pois tenho um projeto para integração dos mercados públicos e da feira livre de Guarabira, tenho um projeto economicamente viável e ambientalmente sustentável, com capitação de energia solar e capitação de águas pluviais, acabando também com essa divisão entre feirantes e mercadores, mas preciso que a obra de drenagem esteja concluída, pois o governo federal repassou recursos para esse fim.
Então, assim como o ex-prefeito Josa da Padaria (antes PMDB e hoje no PSB), poderá ou terá que pagar uma multa de mais de R$: 40 mil reais, devido a irregularidade em suas contas da época que foi prefeito, também vou querer a obra ou os recursos de obras não concluídas, para poder de fato executá-las de fato.

Um comentário:

  1. Concordo plenamente!
    Essa opinião a respeito do canal do Juá é a mais pura realidade, sempre imaginei que poderíamos estar desfrutando de uma área ecológica linda, mas infelizmente temos atualmente um grande esgotão.

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