O Papa, em sua conhecida simplicidade, contrasta com esses homens adornados de vaidades, vestindo fazendas caríssimas de panos, rendas e bordados que parecem ser mais adequadas a trajes femininos, portando anéis de ouro e pedras preciosas; gostam de trazer a cabeça coberta com chapéus luxuosos, barretes com enfeites medievais, para parecerem importantes. Quando fazem seus cortejos, mais que cristãos a caminho, parecem blocos de carnaval, expondo fantasias glamourosas pelas vias das cidades, reduzindo o cristianismo a uma espécie de tradição folclórica vinda de outros tempos e de um mundo que já não há.
Existe uma regra que não costuma falhar, quando olhamos para os ministros das igrejas. Geralmente, com raras exceções, quanto mais enfeitados, luxuosos e esplendorosos se apresentam externamente, mais vazios, incultos, medíocres e distantes do Evangelho são interiormente.
É como diz a sabedoria popular: "Por fora bela viola, por dentro, pão bolorento.
O Apóstolo Pedro nos dá um grande ensinamento de humildade. Chegando à casa do pagão Cornélio, é recebido pelo anfitrião que se coloca de joelhos à sua frente.
O primeiro Papa, diante daquilo, não se deixou levar pelo orgulho, pela tentação de ser cultuado como se fosse um príncipe, ou até mesmo uma divindade. "Pedro levantou-o, dizendo: Levante-se. Eu também sou apenas um homem."
Também Paulo e Barnabé, como podemos ler em Atos 14 após terem curado um homem em Listra, ao perceberem que as pessoas daquela cidade pensavam que fossem as divindades Júpiter e Mercúrio, querendo inclusive oferecer sacrifícios a eles, não perderam a humilde consciência de que eram apenas servos do Senhor. Prontamente gritaram ao povo: " Amigos, por que vocês estão fazendo isso? Nós somos apenas seres humanos como vocês.
Estamos aqui, anunciando o Evangelho, para que abandonem essas coisas que não servem para nada."
Sigamos os exemplos de Pedro, Paulo, Barnabé e do Papa.
Que toda glória seja reservada ao Senhor, nunca aos homens que o servem.
Fabrício Beckmann
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