Quando olhamos com cuidado para os diferentes pontos da cidade de Guarabira/PB, nos deparamos com desmandos ambientais. Isso não é de agora.
Em pelo menos 22 anos, venho realizando estudos geográficos em nível de pesquisa para graduação, especialização e iniciação científica e, os problemas ambientais urbanos relativos aos ecossistemas de rios são os mais graves.
Já fiz documentários, dei entrevistas, já orientei Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), mas entra ano e sai ano e tudo continua ao "Deus dará".
As imagens em destaque estão relacionadas ao Rio Guarabira, Riacho Jacaré e Canal do Juá, entre os Bairros do Nordeste, Centro da Cidade e Bairro das Nações.
Em ano eleitoral, a prefeitura faz uma limpeza arcial do rio, geralmente com máquinas prsadas e o trabalho é apenas um paliativo, criando um efeito de limpeza e desassoreamento do rio.
Vemos que é uma ação para manter as aparências, pois o rio continua poluído, escorrendo esgoto ao céu aberto, recebendo degetos poluentes e completamente desprotegido de sua mata ciliar.
Toda a areia, barro e lama que são arrastados para as margens, retornam para o leito do rio, assim que ocorrerem as primeiras chuvas.
Às vezes, realizam a limpeza das áreas próximas ao leito do rio, como o trabalho é feito com máquina pesadas, o solo e a própria vegetação ciliar restante é atingida e até mesmo as tubulações de esgoto são arrancadas, aumentando os poluentes para a calha do rio.
Uma cidade que é governada pelo mesmo grupo político em quase 12 anos, além de outros dois mandatos da ex-prefeita Lea Toscano, já somam mais de 20 anos de administração.
Ou seja, em 20 anos, teria dado tempo suficiente para um grande programa de preservação ambiental, recuperação dos rios, criação de parques ecológicos e recuperação de toda a mata ciliar que margeia os rios e riachos de Guarabira.
Quando estava chegando em Guarabira, lembro de uma grande campanha, "S.O.S. Rio Guararabira!", helicóptero, fogos de artifício, bolas de festas, faixas e bandeiras. Lembro que a promessa da então candidata Lea Toscano era deixar a água do rio em condições para o consumo humano e animal.
O que a agora pré-candidata Lea vai prometer em relação aos atuais desastres ambientais encontrados em uma cidade que foi predominante e ainda é administrada pelo seu grupo político? Essa é uma questão que pode ser feita para todos os candidatos, inclusive aos vereadores e pretendentes ao cargo.
Estamos acompanhando os desastres ambientais e climaticos no Rio Grande do Sul e em vários outros lugares. Não podemos deixar de dizer que nos últimos 20 anos, as áreas de inundação e até mesmo, as margens do rio Guarabira, foram ocupadas pir construções e, estamos em uma área de serras, com risco de inundações, com alagamentos no centro em vários meses do ano.
Espero sinceramente que os eleitores pensem nestas questão, antes de sair votando em pessoa despreparadas para tratar das questões ambientais como deveriam ser feitas.
Se em artigos anteriores escrevi dizendo que o Rio Guarabira se encontra em seu leito de morte, não adianta fazer de conta que desenterrou o rio, quando em seu leite escorre água de esgoto, que desemboca diretamente na barragem Araçagi, que depois abastece a própria cidade de Guarabira.
Por Belarmino Mariano. Imagens do autor.
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