quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Aula de Campo em Antropologia da Educação

Por Cristiane Nepomuceno*

Museus temáticos: "Histórico e Geográfico"  e  "Algodão", Açude Velho e escultura João Carga D'água.
A Memória tem papel fundamental na conservação de informações do passado, na perpetuação dos acontecimentos coletivos ou individuais que desejam guardar ou compartilhar. Nesse sentido, o museu é por excelência um local de observação, interação e reflexão. Diversas histórias são ali contadas, de outras épocas, outros povos, diferentes maneiras de agir e pensar. É um lugar simbólico que oferece experiências educativas e divertidas. 
A atividade proposta, de maneira geral, tem como intuito viabilizar discussões que visam ampliar reflexões em torno dos conteúdos estudados em Antropologia da Educação.
A visita contribuirá para conhecer a história de Campina Grande e, primordialmente para reconhecer a importância do acervo museológico como Patrimônio Cultural e Memória coletiva. 
A atividade também permitirá que graduandas e graduandos compreendam a preservação como um meio de valorizar a identidade cultural e ajudar as/aos futuras/os 
professoras/es a entender e apreciar sua história e cultura, além de promover o orgulho e o conhecimento sobre as realizações de seus antepassados. E debruçassem-se sobre questões relevantes que precisam ser pensadas: Preservar o quê? Preservar para quê? Preservar por quê?
Estação Ferroviária e Museu do Algodão. Imagens do Centro Histórico de Campina Grande. 
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* Professora Doutora em Antropologia da UEPB/CEDUC, Campus I, Campina Grande/PB. 
Fotografías da autora.
Fonte Original - Facebook da autora.

Política e Fé Equivocada


Por Belarmino Mariano
Na atualidade temos uma forte bancada evangélica eleita com o voto e o dízimo dos irmãos, querendo impor o velho testamento dos judeus a Constituição Brasileira.
Imaginem que o Brasil, uma República Federativa, presidencialista, municipalista e laica, tendo que seguir as regras e leis de Abrão, Davi, Isaac e Jacó, como a mais de cinco mil anos.
Nem os Judeus, seguem mais esses fundamentos antiguados e atrasados. Em 2019, Israel aprovou a lei do aborto; em Israel as populações LGBTQIA+ são reconhecidas e livres.
A fé equivocada e anti cristã, prega um conservadorismo hipócrita e usa o parlamento para aprovar leis que beneficiam as elites e prejudica seus próprios fiéis pobres, que os elegeram.
Ouvi o discurso de alguns políticos pastores ou evangélicos dá nojo. Falam em família tradicional, mas fica uma dúvida no ar, pois Noé transou com as próprias filhas, embriagado por excesso de vinho. 
Vão restaurar o direito a três esposas como Abraão? Será que aprovam Jacó com duas esposas e duas concubinas?
Davi tinha 20 esposas e centenas de concubinas, esse seria o modelo legal de família?
Já violentam as suas esposas e declaram total apoio ao machismo estrutural, vão querer o direito de também apedrejar as mulheres em praça pública?
Foi assim que os judeus condenaram e crucificaram Jesus, pois suas tradições não previam um filho de Javé de origem pobre, filho de carpinteiro com uma mulher periférica da Judeia.
A imposição de uma fé equivocada, já levou centenas de povos ao fundamentalismo religioso. 
A falta de empatia e amor pelo próximo, a falta de solidariedade e de comunhão, a negação da ciência e o apóio a falsos líderes e falsos profetas que se revestiram de politicos corruptos em pele de cordeiros, se transformaram em uma sanha perigosa e medieval.
Por isso sempre digo, 
Não vote em PM,
Não vote em milico,
Não vote em miliciano,
Não vote em crente,
Não vote em Pastor,
Não vote em patrão,
Não vote em patricinha,
Não vote em Conservador, pois sempre estarão apoiando intereses contrários a classe trabalhadora.
Por Belarmino Mariano, imagem das redes.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Medicina Santo Amaro - Elite Machista Punheteira

Machistas brancos da faculdade de medicina Santo Amaro, aparecem nus, se masturbando, enquanto moças disputam uma partida de vôlei, durante jogos universitários. Nunca tinha ouvido falar desse crime coletivamente.
Digo isso pois sou professor há 38 anos, dos quais, 23 em universidade pública.
Sempre ouvi frases preconceituosas do tipo, "nas universidades públicas só existem viados, maconheiros, lésbicas e comunistas". "As públicas de humanas são um lixo e coisas piores". 
Agora, vê um grupo de homens, brancos e ricos, se masturbar coletivamente enquanto mulheres estão jogando vôlei, é crime grave e precisa de uma resposta dura.
Sempre adotei uma postura libertária no meio acadêmico e a acho as liberdades individuais e coletivas um dos pilares da universidade.
Nunca condenaria a prática da masturbação, como um ato sexual saudável em ambiente privado, seja individual como é de praxe, ou coletiva, pois é super normal, inclusive entre os recatados e do lar.
Mas a prática de masturbação coletiva masculina, explícita, enquanto mulheres jogam vôlei é marchismo estrutural e abuso sexual em público.
Isso no Brasil, um dos países em que o patriarcalismo, marchismo e violência contra mulheres é caso de polícia, com agressões fisicas, violência sexual e feminicidio é de deixar todos estarrecidos.
Estes são os futuros médicos? 
Por isso, tanta violência contra as mulheres por parte de alguns médicos e profissionais da área de saúde?
Quem são esses filhotes de papai, que por falta de estudos não entram em uma faculdade pública de medicina, aí seus pais pagam dez, doze mil reais por mês, para esses despudorados praticarem tamanha barbaridade.
Se não acontecer uma punição dura contra esses tarados, o Brasil vai continuar assistindo violência sexual contra mulheres. 
As mulheres precisam e merecem respeito. Inadmissível atitudes vergonhosas, dos que se consideram a elite brasileira.
Se a Universidade de Santo Amaro, instituição de ensino superior não punir esses marginais, deve ser resposabilizada. Expulsão e até 5 anos de prisão, é o mínimo que a legislação criminal brasileira prevê para casos atipicos assim.
Por Belarmino Mariano.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Do Brasil Holandês ao Pão Brote

Por: Brasil Holandês 1624-1654*
Você já comeu pão brote?
O pão brote é uma variedade de pão consumido no Nordeste, principalmente na Paraíba. Sua produção envolve uma combinação de ingredientes, incluindo farinha de trigo, água, fermento e sal. O pão brote em sua versão mais ‘moderna’ mantém a forma arredondada, porém é bem macio. O pão brote tradicional também é conhecido como bolachão.

Esse pão duro é uma forma de biscoito de navio, pão que foi levado a bordo de um navio. Embora tenha ficado seco e duro, ainda era comestível após um longo período de armazenamento. Este tipo de pão ainda é consumido principalmente na província de Groningen. 

De acordo com José Antônio Gonçalves Mello, esse pão tem origem durante a passagem holandesa no Brasil e devido à sua durabilidade era usado para alimentar os soldados da Companhia das Índias Ocidentais: 

“O biscoito ou pão servido aos soldados era cozido duas vezes (biscoctu), para maior duração, e era chamado pelos holandeses de hard brood ou pão duro, do qual ficou a lembrança no Nordeste no brote.”

MELLO, José Antônio Gonçalves. 
Fontes para a história do Brasil Holandês: administração da conquista II. Recife: CEPE, 2004.
*https://instagram.com/brasil_holandes?igshid=NzZhOTFlYzFmZQ==

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Pedra de amolar facas

Por Belarmino Mariano
A Geologia é a ciência que explica qual é a melhor pedra para amolar facas. Que me responda o professor Ivanildo Costa . Certamente é a pedra de quartzito, ou melhor, para os geólogos é rocha.
Aqui vamos usar o termo popular, pois como diz o poeta "é pau, pedra é o fim do caminho, é um pedaço de vida no meu coração". 
O quartzito é bom por ter origem no quartzo, com dureza 7 e no granítico, material que se formou em bilhões de anos, sofrendo pressão, intemperie e metamorfose, até virar um pedaço de pedra de amolar faca, facão e lâminas em geral.
Tudo isso para dizer que as memórias viajam, divagam e hoje, enquanto ascendia o fogo para assar um pedaço bode, me peguei lembrando meu velho pai, Mariano, amolando sua faca.
Sua pedra de amolar ainda veio na mudança do vale do Pajeú, Fazenda Angico Torto, na zona rural de Itapetim, direto para o Conde/PB.
A pedra de amolar faca, levemente molhada, se transforma aos poucos, na medida em que a lâmina lhe toca, e ela toca a lâmina. Seus poros e fragmentos de rocha se desgastam, enquanto amola a faca, se desprendem do maciço e viram um pó de rocha.
Não sou um hábil amolador de facas, apenas aprendi a lição, ao observar o vai e vem da faca e a viragem de sua lâmina entre as mãos, para criar o atrito com a pedra, um gume afiado e cortante vai se definindo.
Lembro das mãos do meu pai no vai e vem da faca inclinada sob a pedra de amolar, e depois, ele passava o dedão na lâmina para sentir o corte da afiação.
Esse ritual ainda se repete e provavelmente se repitirar por gerações. Que bom saber que somos aprendizes dos que nos ensinam.
Por Belarmino Mariano, fotografias de Luisa Mariano ). Minha caçula linda.

Guarabira Esburacada


por Belarmino Mariano
Um bolo de pedras protege um buraco de motorista desavisado, parece até uma festa de buraco aniversário, de um governo talentoso onde o trabalho não para, mas de obra que o bom a gente não ver quase nada.
Guarabira esburacada tá assim porque Deus quer, diz o fiel da igreja que votou e fez campanha, mas nem parece ser ele o culpado da fassanha por eleger o inocente que vai escapando na manha.
Guarabira esburacada é culpa do eleitor, pois entra ano e sai ano, ele continua votando em governo detrator, que compra voto, faz cena e enrola até  doutor.
Vendo aqui esse buraco no formato de um bolo, as pedras tudo empilhadas parecem obra começada, mas é alerta de anos sem o cuidado devido, mas o culpado é o povo das obras desgovernadas.
Nunca pensei que em versos daria pra criticar essa vergonha danada da cidade esburacada e o governo dizendo que não tem culpa de nada, culpando a natureza pelo clima e a chuvarada.
Essa sina eu não carrego, pois não votei nesse povo, que promete e dá tapinhas nas costas do eleitor, mas de obras não faz nada, deixando tudo ao léu e no programa de rádio é o mais trabalhador.
Enquanto o tempo vai passando, o atraso tá à vista, o povo vai se enganando com o tapeia eleitor, dizendo que trabalhou, mas os buracos não param e estão por todo lado, até cego já tateia Guarabira esburacada.
Por Belarmino Mariano. Foto do autor.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Damião, o Cavaquinho e a Contra-Mestra da Lapinha.

Por Belarmino Mariano
Em festa de lapinha, tradição do meu interior, temos as músicas e as danças, com dois cordões de moças, sendo o cordão azul e o cordão encarnado, com dançarinas cheias de laços de fitas e umas roupas de seda com plumas e paetês. 
Os rapazes, querendo arrumar namoradas, ficam colocando dinheiro em pequenos cestos aos pés das dançarinas. Sempre tinha as mestras e contra-mestras, que eram as mais bonitas e comandavam os ritmos e as cantigas, que misturavam o sagrado e o profano.
Damião saiu do Brejo de Areia ainda criança e com a idade de dez anos veio morar em Guarabira. 
Quando criança, em termos de estudo, aprendeu pouco e nessa vida injusta, logo cedo aprendeu a fumar e da curiosidade, trabalhou por anos seguidos em olaria de telha e tijolo. 
De curiosidade aprendeu a dirigir ainda rapaz, e entre carro pequeno, trator e caminhão ele dirigia sem medo.
Seu pai era daqueles brutos do interior, mas gostava de música, de bailes e no vai e vem da vida, comprou um cavaquinho velho e desgastado pelo uso e, nas bocas das noites, tentou sem muito sucesso, dedilhar umas notas.
Damião observava de longe e tinha vontade de pegar o instrumento, mas seu pai sempre guardava num baú a cadeado.
Na lida das olarias, quem dirigia ganhava um pouco mais e ele foi juntando dinheiro, pra quem sabe, um dia, poder comprar um cavaquinho. Mas antes dessa compra, descobriu que tinha um alejado chamado Rufino , que morava na rua da ladeira, que sabia tocar violão e outros instrumentos.
E foi com um amigo chamado Cícero até a casa de Rufino. Ele não o conhecia e chegando lá descobriu que Rufino tinha paralisia infantil. O amigo apresentou os dois e perguntou quanto ele cobrava por umas aulas de cavaquinho. Ele disse que cobrava 5 mil rés e garantia que em três meses ele estaria tocando em baile, lapinha e reisado.
Damião adiantou 10 mil rés e Rufino já foi lhe ensinar os primeiros acordes. Nas primeiras noites de aula e com as cabeças dos dedos machucadas, pensou logo em desistir, mas como já tinha adiantado o pagamento continuou o aprendizado.
Ele pediu pra o amigo guardar segredo, pois não queria que seus pais ficassem sabendo. E como estava de paquera com Dora a contra-mestra do cordão encarnado da Lapinha do Rosário, queria segredo.
Depois de quatro meses, Rufino já havia ensinado até a afinação das cordas e disse que Damião já tava pronto. Então ele criou coragem e foi no Rei dos Discos, única loja em Guarabira, que vendia instrumentos e comprou um ótimo cavaquinho, além de um triângulo e um pandeiro.
Em casa, Damião sempre observa seu pai quebrando a cabeça com o seu velho cavaquinho mas não comentava nada, e as vezes ria com os cantos do rosto para que seu pai não notasse. Mas nessa boca de noite o velho percebeu e esbravejando disse, tá rindo de quê?
Aí Damião disse, é que o cavaquinho tem quatro cordas e o senhor só toca em uma, mas acho que era pra tocar com as quatro. Foi a deixa e, seu pai desafiando, disse, então tente você, mas se não tocar eu quebro na sua cabeça.
Damião pegou o cavaquinho, pegou a palheta e deu um pequeno ajuste nas cordas pra encontrar o tom. Quando acertou a afinação, passou a palheta nas quatro cordas e aprumou um chorinho.
Aí seu pai disse, espia Maria, num é que esse moleque leva jeito! Onde danado tu aprendeu a tocar. Ele disse, o alejado da rua da ladeira me deu umas aulas, mas ainda tô aprendendo.
Seu pai disse, o cavaquinho é seu. Ai Damião disse, esse seu não segura a afinação e eu já comprei o meu lá no Rei dos Discos. "Cabra da peste", resmungou seu pai com um ar de alegria.
Nesse meio tempo, Dora já estava sabendo dos boatos e o que era uma paquera, foi se virando namoro sério e em pouco tempo Damião já estava animando as lapinhas e os bailes das redondezas. 
Ele disse que aprender cavaquinho foi seu maior feito, pois lhe ajudou a conquistar o coração de Dora e diminuiu a sua matutice de rapaz do interior.
Agora, com 82 anos e Dora com 83, contou que nunca se separaram. Mas o cavaquinho e até outros instrumentos eram só diversão, pois ganhou mesmo a vida foi como motorista de caminhão e para isso, aprendeu não apenas dirigir, mas a entender da mecânica dos motores, pois são como o coração das moças, cheios de delicadezas.
Quanto a lapinha, baile e reisado, quando era tocador, sempre colocava dinheiro na caixinha do cordão encarnado, pois sua alegria era ver a bandeira vermelha sempre lá em cima.
Por Belarmino Mariano, memória do velho Damião, imagem fantasia das redes).