sábado, 4 de abril de 2020

Guarabira e os riscos com o Coronavirus



Por Belarmino Mariano

Em Guarabira-PB vivem apaixonadamente 58.492 mil habitantes, 352,9 hab./km2, em uma área de 165,744 km2 (IBGE, 2018). 
Faz parte da Região Imediata de Guarabira-PB e da Região Intermediária de João Pessoa, ficando a uma distância de 98 km da capital. Guarabira é um município que congrega e influencia uma área imediata com 26 municípios e uma população de aproximadamente 320 mil habitantes (IBGE, 2019).
O que representam estes dados quando estamos falando do Covid-19? Quais os riscos reais para uma população extremamente dinâmica e que não respeita totalmente, as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), nem as normas dos Governo estadual e municipal?
Ainda de acordo com dados do IBGE (2018), Estima-se que 87,5% da população vive na zona urbana, considerando essa concentração urbana, podemos deduzir que existe mais que o triplo da densidade demográfica aglomerada na cidade, pois se trata de uma cidade média e polariza mais de 320 mil habitantes, incluídos os 26 municípios vizinhos, tornando-se a cidade pólo e referência em termos de Saúde Pública e Privada. 
Os Equipamentos de saúde de Guarabira no contexto regional, são poucos, isso é muito preocupante, contando com: 01 hospital regional de média complexidade, com 86 leitos, sendo, 06 de UTI e leitos de partos; 01 Unidade de Pronto Atendimento (UPA24Hs) de baixa complexidade; 35 Unidades Básicas de Saúde (UBS); 32 postos mínimos de saúde. Existem cerca de 05 clínicas e 06 laboratórios privados, de pequenas dimensões e de pronto atendimento de baixa complexidade, além de uma dezena de consultórios com algumas especialidades.
Nos demais municípios, alguns como Pirpirituba e Araruna, estão com seus hospitais fechados e outros possuem pequenas unidades hospitalares que em alguns casos, não possuem internação e nem realizam procedimentos cirúrgicos de média complexidade, enviando os casos diretamente para Guarabira, João Pessoa ou Campina Grande. 
Podemos afirmar, sem sombras de dúvida que, estas Unidades de Saúde, mal atendem a população de Guarabira-PB, com 58 mil pessoas. Imaginem mais de 280 mil pessoas dos municípios polarizados por Guarabira-PB?
Dentro do perímetro urbano de Guarabira, existem além do Centro, 34 bairros e conjuntos habitacionais. No campo são 02 Distritos e 09 povoados rurais.
Com exceção do Bairro Novo, alguns loteamentos e condomínio privê, os demais bairros concentram população com poder aquisitivo baixo e intermediário, o que eleva a população as condições de total dependência da saúde pública.
De acordo com dados da prefeitura municipal de Guarabira (PMG),  Coordenação do Bolsa Família, no Programa da TV Mídia, existem mais de 11 mil pessoas cadastradas pelo Bolsa Família, mas predomina nos bairros, desempregados, assalariados, autônomos, alternativos, camelôs e pequenos comerciantes.
Esse lamentável quadro com poucos equipamentos urbanos de saúde pública per capta, representa o histórico descaso dos poderes públicos locais com a população mais pobre, numa cidade com grande importância socioeconômica polarizadora de áreas como Brejo, Curimataú e Agreste Setentrional.
A frágil rede de políticas públicas e uma pandemia de Covid-19 batendo em nossas portas é algo realmente assustador. 
Os dados municipais apontam para uma população vulnerável e com equipamentos e profissionais de saúde insuficientes, sem condições para atender à todos.
O pior em tudo isso é a velocidade com que o Covid-19 se propaga, enquanto vemos muitas pessoas circulando pelas ruas e se aglomerando em praças, feiras livres, portas de bancos, barzinhos e lotéricas.
Apesar de existir um público mais vulnerável, como idosos e pacientes com doenças pré-existentes, qualquer ser humano pode ser contaminado e transmitir o vírus em escala social, inclusive, sem limites de classes sociais, cor, religião, sexo, idade, pois já foram registrados muitos jovens morrendo.
Guarabira por ser um município que polariza oficialmente 26 municípios circunvizinhos, mas ao todo, podemos registrar outros, além do grande fluxo de pessoas vindas de  grandes centros como João Pessoa, Campina Grande e Natal. Nesse sentido, se torna uma região de tênues limites para a entrada de pacientes com os sintomas do Covid-19.
Outro fator de preocupação é o forte quadro migratório da região, que historicamente se tornou forte eixo de êxodo para os grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo, locais mais atingidos pelo Covid-19 e que, sempre registra a chegada de ônibus de viagens, trazendo pessoas das áreas mais contaminadas.
O poder público municipal, entidades sindicais, associações, empresários, fundações e ONGs precisam assistir as populações mais vulneráveis, pois além dos desempregados e trabalhadores informais, milhares de guarabirenses, vivem em habitações pequenas, precárias e insalubres.
Nestes termos, temos que apelar para as autoridades públicas locais e regionais para ações baseadas na ciência e na OMS. Precisamos impedir o relaxamento da quarentena e temos que:
#FICAREMCASA!
#FAZERHIGIENIZAÇÃO!
#USARMÁSCARAS!
#RESPEITARAVIDA!
#VivaOsProfissionaisDeSaúde
Os dados mundiais confirmam que, os países que não respeitaram o isolamento social, rapidamente se contaminaram, com milhões de infectados, milhares de mortos e o colapso do sistema de saúde dos países.

Fontes:

10 comentários:

  1. Parabéns,professor,pelo excelente texto.
    Ainda lembro que Guarabira tem empresas de ônibus que fazem viagens constantes ao Rio de Janeiro e vice-versa.

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    1. Esse é um grande risco, pois as pessoas deveriam ficar em quarentena, mesmo que não apresentem os sintomas.

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  2. https://m.youtube.com/watch?v=-b6OKFqQ9mk&feature=youtu.be#dialog isso é muito importante.

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  3. Texto de muita importância e de relevância para a nossa população guarabirense e cidades vizinhas. Parabéns Professor pela edição!!!

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    1. lhe agradeço pelos comentários, vamos divulgar em nossas redes, basta copiar o link e republicar.

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