TRISTEZA
Por Antônio Lisboa
“O próximo dia 06 de novembro tem tudo para ser o dia mais triste da História recente do Brasil. Mais que o impeachment de Dilma, mais que a prisão de Lula, mais que o golpe de Temer, mais que a eleição do fascista (se bem que é difícil existir algo mais triste que isso). Mesmo porque todos esses dias aconteceram para que chegasse finalmente o que vem por aí no sexto dia do próximo mês: o Mega Leilão do Pre-sal, ou melhor, do chamado "excedente da cessão onerosa". Palavrão que significa em português claro: Todo o excedente das reservas de petróleo encontradas que não eram previstas pela Petrobrás quando fez o investimento em perfurar os poços em profundidade. A Petrobrás esperava encontrar uma quantidade, mas encontrou três vezes mais. São esses dois terços a mais que serão entregues para o capital inter e transnacional. Um patrimônio estimado em mais de um trilhão de reais. Os tais royalties que durante anos tanto se falou no Brasil e cuja destinação para o "eu quero mais emprego, mais saúde e educação" era pauta fundamental dos protestos de 2013. Mas como na canção de Rita Lee, "tudo virou bosta". Socializada hoje só as manchas do crudo misterioso que se espalha pelo litoral nordestino. Mas o mais bizarro disso tudo é que todo esse petróleo excedente será explorado agora sem a parceria da Petrobrás, desde que durante o golpe o Congresso Nacional aprovou a proposta de José Serra de extinguir o sistema de partilha criado no governo Lula (uma das coisas mais geniais dos governos petistas). Ou seja, a Petrobrás investiu sozinha no desenvolvimento da caríssima e especialíssima tecnologia de extração do pre-sal. Mas daqui em diante nem parceira será mais, perdendo o controle não só do crudo, mas da própria tecnologia desenvolvida pelo Brasil a um custo altíssimo.
Dia 06, o futuro do Brasil será literalmente entregue e o país será velado, cremado e sepultado. Ou o povo (esquerda, centro e direita) se une enquanto é tempo e paramos o país em greve geral e nas ruas, ou assinaremos embaixo do maior suicídio já visto de uma quase-nação."
(Antônio Lisboa).
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