Por: Ariana Nogueira
Vivi durante uma parte da minha vida um relacionamento abusivo, nocivo. Até que consegui me divorciar e pensei que tinha conseguido me libertar do ciclo de violência que vivia. Mas no dia 02/11/2017 após ser agredida pelo meu ex- marido entendi que se libertar da violência é muito mais que assinar um divórcio, se libertar da violência é mudar padrões de uma sociedade machista, é construir valores e cultura novas, novos olhares, novas relações, novos princípios....E por isso decidi depois de muito conflito comigo mesma dividir um pouco do que passei e ainda venho passando. Como forma de motivar mulheres também a não terem medo, a não terem vergonha, a lutarem, a buscarem ajuda, apoio...
Ao me olhar no espelho e ver meu rosto sentia um misto de sentimentos e emoções que se alternavam quase que concomitante e contraditoriamente. Variavam da raiva intensa, vergonha, medo (muito medo), constrangimento, repulsa, indignação, tristeza profunda, vontade de não fazer nada, até mesmo de gritar ao mundo a minha dor...Olhava para o espelho e enquanto sentia minhas lágrimas descerem pelo meu rosto dolorido e machucado me perguntava. - Logo eu? Comigo? Uma militante, uma defensora dos direitos das minorias, dos mais frágeis, dos que não tem voz e vez...Logo eu? Então pude perceber que eu também era frágil, que eu também era sem voz no mundo dos homens...PERCEBI QUE SOU SÓ MAIS UMA, AMANHÃ PODE SER VOCÊ, SUA FILHA, SUA IRMÃ, SUA MÃE..ENFIM, NÓS MULHERES.
Ao me olhar no espelho e ver meu rosto sentia um misto de sentimentos e emoções que se alternavam quase que concomitante e contraditoriamente. Variavam da raiva intensa, vergonha, medo (muito medo), constrangimento, repulsa, indignação, tristeza profunda, vontade de não fazer nada, até mesmo de gritar ao mundo a minha dor...Olhava para o espelho e enquanto sentia minhas lágrimas descerem pelo meu rosto dolorido e machucado me perguntava. - Logo eu? Comigo? Uma militante, uma defensora dos direitos das minorias, dos mais frágeis, dos que não tem voz e vez...Logo eu? Então pude perceber que eu também era frágil, que eu também era sem voz no mundo dos homens...PERCEBI QUE SOU SÓ MAIS UMA, AMANHÃ PODE SER VOCÊ, SUA FILHA, SUA IRMÃ, SUA MÃE..ENFIM, NÓS MULHERES.