quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Relatório Final sobre a Comissão da Verdade e a Ditadura Militar na Paraíba

Imagem de Mariano Neto, Belarmino (João Pessoa - 13/12/2017).

Por Belarmino Mariano Neto

Imagem de Waldir Porfírio 13/12/2017.
Momento histórico e emocionante para os oprimidos durante a Ditadura Militar na Paraíba. Foi lançado para o público o Relatório Final da Comissão Estadual da Verdade e da preservação da Memória do Estado da Paraíba. Um trabalho longo e detalhado sobre os crimes, assassinatos, presos, desaparecidos e torturados durante a Ditadura Militar na Paraíba. Um trabalho realizado pelos pesquisadores Paulo Giovani Antônio Nunes, Lucia de Fátima  Guerra Ferreira, Iranice Gonçalves Muniz, Irene Marinheiro Jerônimo de oliveira,  Fábio Fernando Barbosa de Freitas,  Herbert Andrade Oliveira e Waldir Porfírio da Silva, além de uma equipe com mais de 30 pesquisadores. O Relatório foi publicado pela União Editora  (2017) do governo do Estado da Paraíba. é um Relatório completo, com 747 páginas, divididos em quatro partes , 13 capítulos e centenas de subcapítulos.

De acordo com Waldir Porfírio, representante do governo do Estado na Comissão: 
"Uma data memorável para a história da Paraíba. Hoje o governador Ricardo Coutinho recebeu o Relatório Final da Comissão Estadual da Verdade da Paraíba em solenidade bastante concorrida no Palácio da Redenção. Foram quatro anos de investigação sobre as violações aos direitos humanos praticados pela ditadura militar na Paraíba. O depoimento de Neide Araújo, filha do desaparecido político Pedro Fazendeiro, foi emocionante. A homenagem póstuma ao professor Fábio Freitas, representada por sua esposa, Cleideney Freitas, foi linda. Na solenidade o governador criou uma Comissão para tratar da instalação do Memorial da Democracia, composta por mim, Lúcia GuerraShara Medeiros e Lidiana Carvalho Cavalcanti. Enfim, dever cumprido!"

O Secretario de Cultura do Estado Lau Siqueira em suas redes sociais publicou fotos e fez a seguinte observação:
"A imprensa estava lá, mas pouco repercutiu a entrega do Relatório Final da Comissão da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba. Um momento histórico que bate de frente com o fascismo que vem tomando conta das redes sociais e das esquinas. O governador Ricardo Coutinho fez um discurso impecável, mas uma frase sua marcou a manhã de hoje diante de uma conjuntura tão conturbada: "haverá resistência!"

Imagem de Lau Siqueira, 13/12/2017.
Lau Siqueira acrescentou e essa imagem: "A frágil fortaleza de Dona Elizabeth Teixeira, um dos símbolos da resistência à ditadura militar. Nela ainda vive a memória das Ligas Camponesas".
Sobre o Relatório ele afirmou que é "Um documento para a história, para que não esqueçamos o passado".


Para Lau Siqueira, "O governador Ricardo Coutinho fez um discurso histórico hoje, em defesa da democracia. Em breve estará instalando o Memorial da Democracia na Fundação Casa de José Américo". Ricardo Coutinho ainda anunciou que já acionou a Codata/PB para disponibilizar esse relatório em formato digital e que pretende estimular outras produções com todo o material de pesquisa. Também avisou que todas as escolas e universidades do Estado irão receber cópias do Relatório. 
Agassiz Almeida um dos perseguidos pela Ditadura Militar, ficou muito emocionado com todo o evento, em especial com "a leitura do relatório feita pelo professor Paulo Giovani, presidente da Comissão, estas personalidades tiveram referência especial no relatório, o escritor e ex-deputado federal Agassiz Almeida e a líder camponesa Elizabeth Teixeira, legendária lutadora pela reforma agrária, período no qual foi uma das fundadoras das Ligas Camponesas com o seu esposo João Pedro Teixeira, em Sapé, em 1958. Ele foi assassinado pelo latifúndio em 2 de abril de 1962 (ALMEIDA, 2017)".
Agassiz Almeida com Elizabeth Teixeira, 13/122017
"Agassiz Almeida com o golpe militar de 1964, teve o seu mandato de deputado estadual cassado, e foi demitido das funções de promotor de justiça e de professor da UFPB, e também foi preso na ilha de Fernando de Noronha e posteriormente transferido para a Fortaleza das 5 Pontas, em Recife.
Teve também negada a sua inscrição na OAB, secção da Paraíba. Por 10 anos deixou o nosso estado, retornando em 1979, com a lei da anistia. Em 1980, foi candidato a deputado federal pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), conseguindo a 1° suplência, e logo após a assumir este mandato" (ALMEIDA, 2017).
Agassiz Almeida com  Josenide Maria, filha de Pedro Fazendeiro, 13/122017
"Em 1986, se elege deputado federal à Assembleia Nacional Constituinte. Em 1990, deixa a vida pública, produzindo uma obra literária aclamada em todo o país. Após a sessão, Agassiz Almeida e Elizabeth Teixeira receberam calorosos cumprimentos de lideranças políticas e intelectuais, entre eles, o governador Ricardo Coutinho, a vice reitora Bernardina Freire, deputado Anísio Maia, ex deputado Simão Almeida, secretários de estado e por diversas personalidades perseguidas pela ditadura militar, entre elas os filhos de Pedro fazendeiro" (ALMEIDA, 2017).
Realmente é um Relatório completo e que permitirá aos novos pesquisadores, das áreas de História, Ciências Jurídicas, Geografia, Geopolítica, Filosofia, Sociologia e Antropologia centenas de novos estudos e novas abordagens metodológicas sobre esse triste período histórico que não deve ser apagado das nossas memórias para que nunca mais se repitam.

Imagens e texto extraídos das Redes Sociais de: Agassiz Almeida, Belarmino Mariano, Lau Siqueira e Waldir Porfírio.



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