Por: Dirce Maria Antunes Suertegaray; Manoel Fernandes e José Gilberto de Souza*
A ANPEGE – Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia e a AGB - Associação dos Geógrafos Brasileiros vem a público se manifestar contra aos ataques e, em defesa da universidade pública brasileira, que vem se realizando desde o golpe à democracia brasileira ocorrido em 2016.
Nossas universidades vêm sendo arbitrariamente questionadas em suas gestões. São exemplos: a “Operação PhD” na UFRGS: a operação “Research” na UFPR; a operação “Ouvidos moucos” na UFSC, um dos casos de maior arbítrio já visto nesses últimos anos com dirigentes de instituições universitárias públicas, que resultou no impedimento por ordem judicial de reitor Cancellier de exercer suas atividades de gestão, enquanto reitor eleito na universidade e até mesmo, ser impedido de entrar na universidade para o desenvolvimento de suas atividades como docente e pesquisador, culminando com sua trágica morte.
Nossas universidades vêm sendo arbitrariamente questionadas em suas gestões. São exemplos: a “Operação PhD” na UFRGS: a operação “Research” na UFPR; a operação “Ouvidos moucos” na UFSC, um dos casos de maior arbítrio já visto nesses últimos anos com dirigentes de instituições universitárias públicas, que resultou no impedimento por ordem judicial de reitor Cancellier de exercer suas atividades de gestão, enquanto reitor eleito na universidade e até mesmo, ser impedido de entrar na universidade para o desenvolvimento de suas atividades como docente e pesquisador, culminando com sua trágica morte.
Essa intimidação também se fez presente nas universidades UFRN e UFPA, neste caso, com impedimento de realização de eventos e ou debates sobre temas nacionais relevantes.
No dia 6 de dezembro de 2017, vivenciamos mais uma situação de ataque, agora na UFMG, com invasão e condução coercitiva do reitor Jaime Ramirez, da vice-reitora Sandra Almeida e outros dirigentes dessa instituição. A operação denominada “Esperança equilibrista” expressa sarcasmo em referência a música “O bêbado e o equilibrista” escolhida como símbolo de resistência ao período da Ditadura Militar.
Não podemos deixar de mencionar em defesa da universidade pública o desmonte programado da UERJ cujas consequências são visíveis em todas as dimensões de suas atividades e dolorosas aos servidores e professores, e da USP, UNESP e UENF com uma desconstrução de ordem financeira e acadêmica por parte de governos estaduais ancorado em políticas de ordem neoliberal, como de resto acontece no Brasil.
Estes são os casos mais emblemáticos, mas no interior da universidade nos deparamos, cada dia com arbítrios, e intervenções externas que permitem dizer:
A Universidade pública brasileira está sendo atacada, com uma clara intensão de sucateamento e implantação de um projeto privatista, que representa, mais uma vez, a perda de um patrimônio nacional da sociedade.
A universidade pública brasileira vem gradativamente perdendo sua autonomia acadêmica.
A Ciência que em mais de 90% é realizada nas universidades públicas, da mesma forma, corre risco.
O livre acesso ao conhecimento, o desenvolvimento da pesquisa, do ensino e da extensão estão sob ameaça.
Diante disto as associações nacionais que representam a Geografia brasileira vêm através desta nota manifestar seu repúdio aos atos policialescos midiáticos pelos quais passam as universidades deste país. Manifestar sua solidariedade a todos os gestores universitários, pesquisadores, professores e alunos que vem a cada dia sofrendo restrições a sua atividade social e pública em prol dos brasileiros.
Estamos vivendo atos de violação do direito pessoal, e institucional manifestado no princípio da autonomia universitária (prevista no art. 207 da Constituição).
O Brasil e os brasileiros estão vivendo momentos de exceção. É preciso uma ampla reflexão sobre os atos que vem sendo cometidos na e além da universidade. É tarefa da universidade uma reflexão sobre o futuro a partir dos acontecimentos do presente. O presente que estamos vivenciando é de desconstrução do tecido social, de ampliação das desigualdades, da eliminação dos direitos dos trabalhadores, do ataque a escola pública em todos os níveis. A universidade precisa resistir e cumprir seu papel de forma autônoma.
Neste momento a indignação precisa se converter em luta em defesa de uma a Universidade Pública, plural em seu debate e, acolhedora dos diferentes grupos que compõem a sociedade brasileira.
Autonomia, liberdade de expressão e ampliação da inclusão social é o que se se faz necessário como instrumento de resistência.
Porto Alegre, 08 de dezembro de 2017.
*Dirce Maria Antunes Suertegaray Presidente da ANPEGE - gestão 2016-2017
*Manoel Fernandes Presidente da ANPEGE - gestão 2018-2019.
*José Gilberto de Souza - Presidente da AGB-DEN gestão 2016-2018.
*Manoel Fernandes Presidente da ANPEGE - gestão 2018-2019.
*José Gilberto de Souza - Presidente da AGB-DEN gestão 2016-2018.
Fonte da Imagem: https://jornalggn.com.br/blog/kraenkel/a-universidade-publica-na-encruzilhada-por-roberto-kraenkel
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