A geografia é uma filosofia da natureza e dos seres humanos.
A geografia é uma ciência de textos, logo, construída de palavras consentidas, com significados e significantes.
A língua guarda em sua gênese as primeiras garatujas para a representação das coisas, e as escrituras da natureza pintadas em paredes de pedras, são os primeiros lampejos humanos, na tentativa de explicar uma geografia de atos e embaraços, práticas de caçadores e coletores abrigados em cavernas.
Entre escuridão, luz e sombras nasce a associação signal de humanos, com sede de penetrar a grande caverna de suas mentes insanas.
Vigilantes da escuridão e do medo miram em pingos distantes da imensidão e, entre a virgília e o sono, criam as primeiras conexões cósmicas.
Os textos sem escritos são como os pensamentos descontextualizados, mas em milhões de anos serviram de base para a oralidade geracional.
As palavras, são como a luz que escapa da fogueira acesa no centro da caverna.
Os olhos associam a luz ao vácuo e as fagulhas penetram a matéria escura, que desaparece na imensidão do nada.
O silêncio e o calor do fogo e dos corpos amontoados, ensina aos acordados aos despertos que, quase nada faz sentido, a não ser o agora, o instante ou o exato momento dos perigos da escuridão.
Assim, os guardiões ficavam acordados e construiam seus textos, contextos e devaneios mentais. Nessa louca experiência de viver, alguns riscaram garatujas e registraram os sagrados textos de uma espécie em evolução linguística.
São textos históricos, frutos de muita filosofia na escuridão e, no contraste de luz e sombra da fogueira acesa, nasce a geografia como uma filosofia humana da natureza.
Por Belarmino Mariano, imagem das redes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário