"Sábado de manhã o telefone tocou. Do outro lado da linha uma voz conhecida perguntou, em italiano, se poderia falar com o padre #JulioLancellotti.
Imediatamente o próprio respondeu, ainda meio atônito: “Tua Santità”, ou Vossa Santidade, também na língua dos romanos. “‘Aqui é o #PapaFrancisco. Você prefere falar em espanhol ou italiano?’ Ele me perguntou. Seguimos na língua italiana. Ele quis saber, então, como estavam as coisas por aqui. Típico de um jesuíta questionar como é o dia a dia de alguém... Depois, disse que estava ciente do trabalho com a população de rua e falou: ‘Não saia do lado dos pobres. Diga que estou rezando por eles e que eles rezem por mim”.
Nem precisava que a maior autoridade da Igreja Católica orientasse seu sacerdote mais combativo no momento. Tão combativo que o telefonema do Papa teve uma razão: as constantes ameaças de morte sofridas pelo pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, em São Paulo. E tudo por que o presbítero escolheu trabalhar com as minorias como a população de rua, os dependentes químicos, o grupo LGBTQ+ ou tudo isso junto.
“São tempos difíceis num momento muito nebuloso do país, em que existe uma crise nas relações humanas e interpessoais. As ameaças são sintomas de um desprezo e um ódio ao pobre. Ninguém quer ver a miséria, a pobreza e a degradação humana. A gente vive em bolhas. Eu vivo numa. Alguns penetram nela para criticar. Quando posto a situação de vulnerabilidade desses irmãos, sou atacado”
Hoje (27) é o aniversário do padre #JulioLancellotti, 73 aninhos, coordenador da Pastoral do Povo da Rua de SP.
Exemplo de luta pelos direitos humanos e pelos mais pobres entre os pobres.✊🌺