segunda-feira, 23 de novembro de 2020

A ENCRUZILHADA QUE O CARREFOUR NOS BOTOU


Por Bento Júnior (Professor - Ator). 

Neste momento só me chega à memória aquelas cenas terríveis que sucumbiram com aquele homem negro de 40 anos, na cidade de Porto Alegre-RS. Não dá para acreditar que a Rede de Supermercados Carrefour possa inibir o fato e não levar adiante o assunto, até porque, nos vídeos que o país por inteiro assistiu, nota-se que o objetivo daqueles seguranças e daquela mulher que estava filmando e protegendo os assassinos, era de fato um racismo profundo e acima de tudo, matar aquele homem.

Lamentável as cenas. No Brasil, século XXI ainda existe este assunto na pauta do dia, infelizmente, lamentável... É de você olhar ao seu redor e não encontrar motivo, resposta para tal brutalidade. É como se não houvesse outro processo de abordagem... Que seguranças são esses? Que empresas são essas? Que homens são esses? Que empresários são esses? Que funcionários são esses?

Impossível acreditar nestas aberrações, onde depois do acontecido os homens brancos donos do Carrefour é bom estampar este nome, Carrefour, porque a mídia, a televisão inibiu o nome do Carrefour, ninguém sabe o porquê, então os donos, da França e daqui do Brasil estão com uma história que vão modificar o protocolo de atuação da empresa. Agora? Agora é tarde. Não é o primeiro caso. A vida humana para esta empresa não vale nada, nada, nada... Aquele corpo estendido na sua loja, coberto por caixas de papelão e o povo dentro trabalhando como se nada tivesse acontecido? Um absurdo. E a morte do cachorro? Pelo amor de Deus não dá para aguentar mais essa miserável loja que compra  o terreno a preço abaixo do mercado, explora nossos trabalhadores, lucram acima do esperado, menosprezam a todos, e isto é muito pouco. 

Quando é agora reconhecem que há preconceito, que há racismo, agora é tarde, muito tarde. Estou rasgando meu cartão desta loja porque não compartilho com estes ideais. Essas lojas só estão aqui neste país visando lucro, lucro, lucro, e que história é essa que esses donos agora querem mudar a sua história. É tudo uma mentira, porque no fundo eles não solidários coisa nenhuma. São capitalistas que só querem ganhar muito, muito e muito. No entanto, vidas negras estão sendo desrespeitadas, mortas e outros mais. 

E esta imprensa brasileira, manipuladora, quer a todo custo justificar o assassinato dizendo o número de passagem da vítima pela polícia, e daí? Isto é outra história. A imprensa sempre está confundindo a cabeça das pessoas e trabalhando a serviço do capital estrangeiro, do capital financeiro, enfim, do mais baixo viés capitalista. 

A morte daquele negro, que tinha família, tinha responsabilidade, era um cidadão como outro qualquer que às vezes de forma errada entra nestas mediocridades de supermercados que exploram os seus trabalhadores, os seus fornecedores e o seus clientes, não podemos de maneira nenhuma buscar outro argumento. Está errado sim, está errado, errado. Errou feio, não o Carrefour de Porto Alegre, e sim, toda a Rede, até porque isto já virou prática. 

O certo seria, num país sério, toda a Rede Carrefour ser fechada, processada e começar a trabalhar com o lucro sendo dividido pelos seus funcionários... Eu me envergonho de um dia ter feito parte como cliente desta loja, estou indignado, muito mais ainda quando certas pessoas dizem que o Brasil não é racista. É racista sim, precisamos pedir desculpas ao negros, aos índios, aos pobres, porque somos repletos de preconceitos, e não me venham dizer que não... 

A partir do momento que você nega o racismo nosso, é aí que mora o perigo, descobrimos que você é racista, isto sim, racista. Está estampado na cara o racismo brasileiro, na cara, na cara, na cara. Precisamos lutar por uma sociedade mais justa, mais humana e que valorize vidas, sejam quais vidas forem. Nós somos seres humanos e merecemos respeito. Ninguém tem o direito de tirar uma vida, de forma nenhuma, muito mais ainda da forma com aquele homem foi morto. A morte de negros no Brasil está crescendo. 

Devemos cada vez mais amar o negro, este negro foi muito explorado, do descobrimento do Brasil até o prezado momento, será que nós não enxergamos isto, porque? O meu desabafo toma a minha alma por completo, fico indignado com tal situação que ocorre no nosso país, não chega a pandemia que está sucumbindo vidas, muito mais de negros? Os supermercados abriram neste momento de crise, tiveram lucro, criaram protocolos sem levar em consideração a vida humana. Além de abrirem as portas com a doença se alastrando, ainda sentem o dever de matar gente, de matar negro, de não respeitarem vidas. 

É completamente revoltante os vídeos que nos são mostrados e ainda existem pessoas que fingem que não veem, e ainda dizem que não foram com elas, que o supermercado não é aqui, imaginem a falta de clareza e de inteligência moral. O que o Carrefour fez ele faz em todo país. E agora, depois que tudo acontece chega aquele que se dizem "os donos" e dão aquele depoimento que estão dando apoio à família que vai mudar... Vocês acreditam? Eu não acredito. Só acredito no cartão que eu estou rasgando e não quero mais fazer parte deste Carrefour que traduzindo em poucas letras é uma ENCRUZILHADA DO mal,  do mau,  da ruindade, e do desserviço. Rasgue o seu cartão antes que o Carrefour lhe bote numa encruzilhada.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

SOBRE O CAVALO DE TRÓIA E AS ELEIÇÕES EM ARARUNA - PB

Por João M. C. e Andrade

Professor de História
Mestrando em Ensino de História
Especialista em Direitos Fundamentais e Democracia.
Fundador do Centro de Referencias em Direitos Humanos do Agreste da Paraíba.



Homero, poeta grego que viveu há mais de 3.000 anos, nos relegou a história da grande batalha pela cidade de Íllion, que foi chamada depois de Tróia. Muitos atos heroicos tiveram lugar no longo cerco grego aquela esplendorosa e orgulhosa cidade.

Entre tantos eventos, o que mais ficou marcado da história contada por Homero foi a forma como os gregos conseguiram entrar nas inexpugnáveis muralhas da cidade: construíram um cavalo com restos de navios, e o encheram de guerreiros. Eis o famoso Cavalo de Tróia, foi ele o responsável pela completa destruição do lugar, tanto que até os dias atuais são procuradas evidências sobre sua verdadeira localização.

Faço essa pequena introdução para refletir sobre os eventos que culminaram no último dia 15 de novembro, na reeleição do atual prefeito de Araruna. Aos incautos ou desinformados vale lembrar que disputaram a eleição: Benjamin Maranhão (MDB) e Vital Costa (PP), cujos resultados apresentados pela Justiça Eleitoral, com a totalização da votação acontecida no último domingo, dão conta de que Benjamin obteve 5.257  votos (49,17%) e Vital alcançou 5.435 votos (50,83%), numa diferença de apenas 178 votos.

Logicamente, o sr. Vital obteve a sonhada reeleição. Mas cabe perguntar: a que custo? E é aqui que as semelhanças entre o Cavalo de Tróia e o prefeito reeleito começam a fazer sentido, e não apenas pela mascote eleitoral adotada durante a campanha e que faz alusão ao número do Partido Progressista.

Somente a título de exemplo da capacidade destrutiva do Cavalo de Troia Ararunense, podemos citar a rápida instauração de um ambiente de perseguição àqueles e àquelas que optaram por não votar no atual prefeito, inclusive com o compartilhamento, em Redes Sociais, de Listas de pessoas que devem ser lembradas para um processo sistemático de perseguição. E olhe que só passou um dia da eleição...

Sobre essa lista se pode dizer que é apenas falácia, uma invencionice. Tal posição ou falta de posição por parte dos “ganhadores”, é um perigoso indício e ameaça à Democracia e aos princípios fundadores de nosso país que se encontram ancorados na Constituição Federal e que garantem a existência do Estado Democrático de Direito. A própria possibilidade de existir de fato uma “lista negra” nas mãos de apoiadores, aliados, assessores ou do prefeito, configura em si o cometimento de diversos crimes tanto na ordem Administrativa, como Cível e também Penal.

Para além desta e de outras questões que vêm surgindo ainda alimentadas pelos humores do período eleitoral, temos outros fatos extremamente graves, que já foram extensamente publicizados durante o período de campanha e que são, também, elementos que forjam o cavalo de troia ararunense.

Mas esses assuntos trataremos em outras oportunidades.





terça-feira, 17 de novembro de 2020

Boulos e Erundina - Paraibanos e Nordestinos em São Paulo.

 


Por Belarmino Mariano

Descobri através de Pesquisa Google: Como votar em #Boulos50Erundina, #PSOL, mesmo não votando em São Paulo. Você pede pra um/a amigo/a ou parente que mora na Capital paulista e até o dia 29 conseguiremos virar milhões de votos.
Guilherme Boulos é filho de médica e médico paraibanos de Campina Grande. Luiza Erundina é paraibana de Uiraúna. Ela já foi prefeita de São Paulo na década de 80 e acumulou muita experiência, sem esquecermos que é uma das deputadas federais (PSOL) mais combativas do Brasil. Ele uma grande liderança dos movimentos sociais organizados, entre os quais o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), referência mundial na luta por moradias populares.
Até o dia 29 de novembro temos um caminhão de mudanças para realizar uma verdadeira guerrilha informacional. Vamos inundar as redes sociais dos nossos parentes e amigos/as que vivem, trabalham e votam na Capital paulista, pedindo para que eles elejam Boulos e Erundina (50). Vamos crescer essa onda de esperança por mudanças na maior capital da América Latina. Como disse Boulos: "No primeiro turno derrotamos o bolsonarismo paulista e no 2º iremos derrotar Dórias e Covas".

Sobre as eleições municipais em João Pessoa.


Por Sérgio Murilo (historiador)
Há tempos que não voto em João Pessoa - PB, essa cidade linda que por muitos anos de minha vida me acolheu. Contudo, a gravidade do momento que vive o país fez com que acompanhasse o resultado do pleito atentamente, afinal a última eleição presidencial na capital paraibana já havia sido bastante trágica.  Dessa vez a tragédia não somente se repetiu, ampliou-se.
A disputa de segundo turno entre Cícero Lucena (PP) e Nilvan Ferreira (MDB) deixa algumas lições extremamente importantes. Vejamos:

1) A tradicional autofagia acontecida entre os que, como eu, se colocam num espectro político à esquerda chegou ao limite do inimaginável. Juntos, os partidos de esquerda poderiam ter partido na campanha de um patamar razoável para tentar um crescimento que poderia ocorrer ou não, mas que certamente os colocaria em uma posição melhor do que aquela em que hoje se encontram. Testemunhei pelas redes sociais o fogo amigo que foi aberto entre os partidos de esquerda e o êxito com que esses mesmos grupos conseguiram se auto mutilar em uma conjuntura em que precisamos de unidade para enfrentar o fascismo. Ou a esquerda aprende a se unir, ou sofrerá em 2022 uma derrota que será definitiva por várias décadas.

2) Avizinha-se um segundo turno entre a Direita tradicional, representada pela candidatura do ex. prefeito Cícero Lucena e a "nova direita", fascista, agrupada na candidatura de Nilvan Ferreira. Embora seja uma escolha bastante desconfortável, pondero que alguns elementos sejam considerados. A candidatura de Nilvan Ferreira representa o que de pior pode ser encontrado no escopo político brasileiro atual: as forças do obscurantismo irracional, fundamentalismo religioso e fascismo que, lideradas pelo atual Presidente da República, representam a maior ameaça ao Estado Democrático de direito no Brasil, desde transição democrática iniciada com o governo Sarney em 1985. No outro lado, a candidatura de Cícero Lucena é a direita tradicional de feição oligárquica que, embora possamos discordar em 99,99% de sua pauta, abre espaço para a possibilidade de debate com quem pensa diferente, mantendo ao menos 01 pilar do Estado democrático de direito que é o livre pensamento e expressão. Não Vejo Cícero nem como obscurantista, nem como fascista.

3) As forças políticas da esquerda, hoje, tem a tarefa histórica de derrotar o fascismo e, se as condições objetivas não nos permitem destruí-lo, reencapsular as suas pautas de retrocessos civilizatório, destruição e morte.

Pesando esses elementos, votaria pela redução de danos, que, não resta dúvida, nos coloca no campo contrário a Nilvan Ferreira e favorável ao ex. Prefeito Cícero Lucena. Depois, façamos a oposição a Cícero e retomemos a construção de um projeto alternativo para João Pessoa. É o que resta...

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

51 ANOS DO ASSASSINATO DE CARLOS MARIGHELA

✊🏾 Por: MST
O baiano Carlos Marighella (05/12/1911 - 04/11/1969) foi um Revolucionário, político, escritor e poeta que deu sua vida na luta pela libertação do povo brasileiro. Militante marxista-leninista, Marighella foi um importante lutador político, sobretudo por sua coerência entre a teoria e a prática. Para ele “o dever de todo revolucionário é fazer a revolução”, tendo o amor ao povo como força motriz.

Seu exemplo revolucionário fez com que gerações de lutadoras e lutadores mantenham sua chama viva na certeza que só a luta muda a vida!