Por Belarmino Mariano
Os grupos de extrema direita, em especial os atrelados ao bolsonarismo, identificados como "bolsominios" estão enraivecidos com o cantor e compositor paraibano Chico César, simplesmente por que o artista, no exercício da sua profissão, compôs algumas canções que não estão no seu gosto musical. Se é que esse grupo possuí algum gosto musical?
Chico César se tornou alvo de ataques em redes sociais e em blogs de extrema direita que apoiam o atual presidente Jair Bolsonaro. Depois que Chico em seu canal a música intitulada "Bolsominions são demônios". A vereadora Bolsonarista Eliza Virgínia (PP), conseguiu aprovar na Câmara de Vereadores de João Pessoa, uma nota de repúdio contra o cantor e tentou lhe imputar o crime de "cristofobia". Como cristofobia, se Chico alerta justamente sobre o Anticristo?
Em contra partida, os artistas e os fãs do cantor assumiram a defesa de Chico e já lançaram notas de repúdio contra a vereadora, ratificando que o compositor canta a verdade dos fatos, pois o que acontece no Brasil, nestes 18 meses de governo Bolsonarista é total responsabilidade dos bolsominios. Um pequeno balanço da atual situação do Brasil é desastroso, tanto em escala nacional, quanto internacional, pois o país, que já enfrenta uma forte crise econômica fruto dos erros de sua equipe, agora com a pandemia de Covid-19, todos os brasileiros conscientes sabem que o governo nega ou ignora que o Brasil é um dos piores lugares do mundo para se viver em meio a pandemia e ao pandemônio bolsonarista.
Em pouco tempo o governo já fez todos os tipos de ataques a estabilidade democrática do país, incitando seus seguidores contra o STF, Contra o Congresso Nacional, Contra o Ministério Publico Federal e contra os movimentos sociais organizados. O Governo é nitidamente anti-ecológico, dando total liberdade para práticas de crimes ambientais e ataque aos territórios dos povos das florestas como os indígenas. Basta assistir trechos da reunião ministerial do dia 22 de abril, em que o Ministro do Meio Ambiente, Sales, sugeriu ao presidente, aprovar medidas que permitem destruir a natureza e, ainda continua no cargo.
Completa inoperância em relação ao derramamento de petróleo nas praias do Nordeste brasileiro, um crime ambiental ainda sem responsáveis diretos. O gigantesco aumento nas queimadas em Florestas como a Amazônica e o Pantanal Mato-grossense. A liberação de mais de 350 novos agrotóxicos para agraciar o agronegócio e a completa ameaça sanitária e de saúde pública com o Covid-19, em que o governo federal ignora os mais 3,3 milhões de infectados e os mais de 105 mil mortos em apenas 4 meses de pandemia.
O Brasil já vivia uma profunda crise econômica, aprofundada no primeiro ano do governo Bolsonaro com 12,5 milhões de desempregados, altas em preços de produtos essenciais como gasolina, gás e diesel, além de cesta básica, perda de mercado internacional e falência da industria nacional, com violenta fuga de capital estrangeiro e violenta desvalorização do real frente ao dólar na proporção de 1 dólar para 5 reais. Com a pandemia esse quadro só se agravou ainda mais.
Os bolsominios colocam suas mascaras nos olhos e tentam ignorar os escândalos de corrupção da família do presidente Bolsonaro (Sem Partido), como filhos, mulher e ex-mulher participando de rachadinhas, lavagem de dinheiro sujo, com chocolate caro, uso de dinheiro vivo para transações empresariais e compra de bens materiais que ultrapassam os limites dos milhões. Também colocam a mascara nos olhos para evitar vê o governo completamente refém de deputados e senadores do conhecido Centrão, grupo mais corrupto do país.
Bolsominios insistem em dizer que o presidente está certo e continuam a defender sua reeleição em 2022, como se estivessem completamente inebriados por algum tipo de feitiço satânico. O alerta musical de Chico César é a mais fiel tradução do que de fato estamos vivendo. Faço um alerta para os bolsominios de plantão. A arte serve exatamente para isso, para provocar, para instigar, para criticar o que está errado. Estou me referindo a Arte engajada, por tanto não esperem flores perfumadas dos que vocês instilam seu ódio. Logo vocês que apoiam um anticristo que não respeita as mulheres, os negros e as negras, os LBGTQIA+ e os nossos direitos trabalhistas e previdenciários. Dá-lhe Chico:
"Bolsominions são demônios/ Que saíram do inferninho/ Direto pro culto para brincar de amigo oculto com satã num condomínio/ Bolsominions são vergonhas/ Que pastavam distraídos/ Whisky modesto/ horror a festa/ E a risada instruída/ A bolsa de valores sem valores/ Os corpos molhados sem alma/ O sangue de barata e a raiva por toda humanidade que não quer ser salva/ Refrão: A bolsa de valores sem valores/ Os corpos molhados sem alma/ O sangue de barata e a raiva por toda humanidade que não quer ser salva" (Chico César, 2020).
O cantor e compositor Chico César incomoda um monte de bolsonaristas, pois não querem admitir seu erro histórico e sua responsabilidade política em eleger um projeto de governo fascista e completamente fora da realidade do mundo. Um governo que se orienta pelo ódio as liberdades e a democracia, pelo interesse em doutrinas ou ideologias militaristas e autoritárias e de seguir os ditames da Doutrina Americana de Segurança Nacional, ainda formulados durante a Guerra Fria.
Um governo em que os próprios familiares do presidente e seus assessores, se encontram completamente atolados em corrupção, desvio de dinheiro público, envolvimento direto com milicianos e até envolvimento no suposto assassinato da Vereado Mariele Franco (PSOL). Será que se esqueceram dos crimes de propagação de fake news, ao qual estão quase todos envolvidos? E o discurso de ódio, misturado com as teoria de conspiração? Lhes digo mais, se ainda existe algum que se diz cristão, na linha de frente do apoio ao governo genocida do bolsonarismo, então me desculpe, mas essa carapuça de demônio lhe serve muito bem.
A raiva é uma doença perigosa, pois é de origem canina, mas se propaga entre humanos. Nesse sentido, faço questão de também divulgar a outra composição do cantor e compositor Chico César intitulada "Pedrada":
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