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Por: Belarmino Mariano Neto
Aqui estou diante de um Sol que nasce, evolui e se põe
majestoso todos os dias completando a sua revolução, pois Guarabira é a cidade luz e na política caminhamos
para atingir os 50 graus. Falo de reviravoltas na política de Guarabira: PSOL, vermelhão e Girassóis, atrás do gato preto,
mas o gato ainda não berrou, se será ou não candidato a reeleição em 2016. Acho que, como um experiente e bem articulado
político, o atual prefeito de Guarabira deve esta pensando: -“Me aguardem!”. Esse artigo de
opinião reflete uma importante entrevista do Empresário João Rafael (JR), na
qual fui citado e tomei a liberdade de tecer considerações sobre a mesma.
Estamos nas definições de pré-candidaturas ao executivo
municipal, mas o jogo ficou muito confuso, entre as tradicionais oligarquias e
seus grupos fragmentados em três. O Vermelhão perdeu Josa da Padaria, o Gato
Preto perdeu Beto Meireles e três
vereadores que se juntaram e se colocam como o “novo da política de Guarabira”.
Josa e Beto (PSB) são os pré-candidatos
do grupo girassol, mas olhando direitinho para esse tal novo grupo, vemos que
todos já pintaram as caras, tanto com as tintas vermelhão dos paulinos, quanto
com as tintas azulão dos toscanos, então de novo estão bem longe.
O atual prefeito Zenóbio Toscano (ZT/PSDB), certamente com pesquisas de consumo interno em suas mãos, já tem o conhecimento de que seu governo gorou, diante das mirabolantes promessas totalmente descumpridas a essa altura do campeonato. ele matuta um jeito de sair de mais essa cilada política na qual se meteu, pois depois que brigou com o governador, perdeu importante parte da máquina estadual que na região, se encontrava em suas mãos. Perdeu importantes aliados no legislativo local e sabe que poderá amargar uma derrota em 2016, pois seu erro político em abandonar o governador lhe custou uma gestão completamente sem obras de relevância histórica.
A questão de honra da política estaria em, se ZT corre o risco de perder, será para quem? O atual prefeito seria capaz de não correr esse risco e colocar algum aliado como boi de piranha? Nomes não lhe faltaria, pois do vice prefeito Zé do empenho (PRB) ao atual presidente da Câmara de Vereadores Inaldo Jr., além de alguns fieis secretários, tenho certeza de que estariam apostos a se sacrificarem pelo tutor político, pois nas eleições municipais de 2016, o mar pode não esta para peixes grandes.
Correndo por dentro e por fora ao mesmo tempo, temos o
empresário João Rafael (JR), dono de rádios e equipamentos de som em trios elétricos,
além de outros empreendimentos de grande monta, gerando empregos e tributos
municipais. Ele se encontra com um pé no governo girassol e o outro pé em
interesses políticos ligados ao grupo paulino. Como empresário que não precisa
de mais nada, mas como alguém que adora
política, JR encontra-se entre a cruz e a caldeirinha, pois há alguns meses se
desentendeu com a equipe Girassol e só queria ser candidato se fosse para
ganhar, pois não era um homem de aventuras. principalmente contra ZT, um dos seus maiores desafetos políticos locais.
Por mais que tenha
dinheiro e prestigio, o empresário JR, reconheceu em sua entrevista que não se ganha
eleição com dinheiro, mas com articulação política e unidade de grupos. Isso
foi o que ele expressou em sua ultima entrevista ao programa de Rudney Araújo e
Edcarlos Monteiro (Radio Cultura em 25/02). JR resgatou um exemplo histórico na campanha
de Ney Suassuna (PMDB) que tinha muito dinheiro pra gastar, mas perdeu a
eleição. Lembro que era candidato ao senado, aliado de Zé Maranhão, com “pastas rosa” e esquema “sanguessuga”,
mas perdeu para Cicero Lucena (tucanato cassista, apoiado por ZT)
também envolvido em escanda-los de improbidade administrativa, com prisão na
Policia Federal, posteriormente superada com bons advogados.
O empresário JR colocou em sua entrevista alguns paradoxos necessários
à análise: Se não se ganha eleição com dinheiro, porque os grupos estão se digladiando
pelo controle das duas principais máquinas públicas como os órgãos municipais e
estaduais? Hoje o grupo toscano e o grupo girassol disputam palmo a palmo, quem controla
as regionais, quem controla os programas federais por dentro das secretarias,
quem aplica os recursos em “obras” financiadas pelo governo federal. Os ataques
diários entre membros desses grupos repercutem fortemente nas redes sociais,
acusações, leviandades e baixarias são comuns, deixando os populares com nojo
da politicagem local, marcada entre outra coisa, por traições e perseguições,
em especial contra contratados que não jurem fidelidade aos esquemas em
disputa.
O grupo do PMDB, não conseguiu êxito nas ultimas eleições e consequentemente perdeu espaço nas máquinas públicas, apelando apenas para o seu capital político e popularidade local. Essa semana o Vermelhão anunciou que apresentaria duas pré-candidaturas
a prefeito e vice. Nos bastidores,
alguns especulavam até que poderia sair uma chapa do vermelhão, com Fátima
Paulino (PMDB) a “Rosa Vermelha” Pré-
candidata a Prefeita e JR (PTB) como vice.
Nesse caso, o empresário Deda da Parabólica seria
naturalmente carta fora do baralho. Mas a entrevista de JR de quinta-feira, parece que desfez toda e qualquer possibilidade de aliança e
deu a entender que o empresário não sabe mais onde ficar. Se no jardim dos
girassóis, onde tem negócios empresariais importantes, ou se na segunda-feira poderá
estar na reunião do Clã dos Paulinos? para apoiar Fátima Paulino, Deda ou quem sabe lhe substituir? Fico imaginando como estará a cabeça do
empresário, que além de dedicar mais de 10 horas diárias as suas empresas,
ainda encontra tempo para se dedicar a polícia como uma paixão. No mínimo como
um liquidificador em funcionamento, triturando todas as possibilidades para
evitar uma derrota, seja dos girassóis ou dos paulinos. O desafio é como
conseguir misturar água e óleo de maneira harmoniosa? Mas isso, nem mesmo a físico-química
conseguiu.
Eu particularmente prefiro aguardar o movimento das peças, sem
querer fazer prognósticos apressados, pois na política essa junção entre JR e
Fátima seria uma possibilidade política de união entre o PMDB e o PTB. Mas não acredito que o empresário Deda seja descartado dessa maneira. Acho
que a entrevista de JR, embaralhou tudo, misturou e confundiu ainda mais os
analistas políticos de Guarabira. Sua ida para o vermelhão detonaria
completamente as chances materiais do grupo girassol, mais isso lhe custaria alto,
em relação aos seus compromissos com o governo estadual. Depois de tantas
farpas e ataques do grupo girassol aos paulinos, também respondidas com a mesma
rispidez, seria no mínimo estranho que estivessem de um mesmo lado. Isso
comprovaria de vez que a velha política do toma lá dá cá é
o que de fato eles saberiam fazer.
O empresário JR, muito habilidoso em suas análises
políticas, havia brigado com o grupo girassol local, chegou a disputar espaço
de poder com o Secretário Executivo de Comunicação do Estado, líder do PSB de
Guarabira, Radialista Célio Alves. Crise essa, parece que superada, pois ele
citou em sua entrevista que –“tanto ele, como o amigo Célio” tentaram de tudo para agregar uma unidade
entre o grupo girassol e a família paulino, bastava que Raniery Paulino
passasse a defender o governo na Assembleia. JR declarou que tentou todos os
meios para unificar os dois grupos, inclusive com o PMDB indicando o candidato
a prefeito e o PSB indicando a vice, que poderia ser Josa da Padaria ou Beto Meireles. Será que "papa-angu
de maisena" ainda engana menino? Como ficariam os ataques girassóis contra Raniery e do próprio governador,
marcados por contra-ataques do grupo paulino?
As entrevistas de Roberto Paulino, bem como as entrevistas
de Raniery Paulino, demonstram que o grupo girassol de Guarabira foi intransigente
em relação a qualquer acordo de composição de chapa e que seria no mínimo
estranho que o Deputado Raniery, passasse de opositor ferrenho ao primeiro
governo de Ricardo Coutinho (RC), para aliado. Isso seria no mínimo antiético.
Roberto também relembrou sucessivas vezes que o grupo girassol teve o seu apoio
na reeleição de RC, acordando apenas que o governo realizasse algumas obras
para Guarabira, como um Hospital de traumatologia, um anel viário, casas
populares, entre outras. Coisas que o governador se comprometeu, mas que até o
momento nada fez.
Em sua entrevista JR já deu um veredicto, que se o
grupo girassol e o grupo paulino não se unir e se o atual prefeito for candidato poderá
se reeleger. Será que a política funciona assim mesmo? O Empresário ainda citou
o meu nome, lembrando que o prof. Belarmino não teria chances. Será? Com base
em quê o empresário faz tal afirmativa? Pelo fato de ser um simples professor e
não ter dinheiro para enfrentar uma campanha, contra duas fortes máquinas, como
a do governo do estado e a da prefeitura? Ou por que o grupo paulino, mesmo sem
essas máquinas, conseguirá atrair para sí reforços empresariais como ele
próprio, Deda e outros?
Como fui citado por JR, gostaria de, em nome dos princípios democráticos,
solicitar do empresário, pequenos espaços em sua rede de rádio para que eu possa
expor um pouco mais, sobre a minha pré-candidatura pelo PSOL, pois como ouvinte,
escuto em seus programas de rádio, que existe uma desproporcionalidade quanto
as pautas políticas locais. Alguns grupos são privilegiados em sucessivas
entrevistas ou pautas dos radialistas. Desde já, estou á disposição para
responder as questões que os radialistas queiram fazer, sabatina política,
questões locais, panoramas políticos, cenários eleitorais, opiniões sobre
governo estadual, sobre o governo do prefeito Zenóbio, sobre o grupo paulino,
sobre a câmara de vereadores, ou temas polêmicos da sociedade. Isso tudo dentro
do completo respeito á legislação eleitoral e aos potenciais adversários.
O empresário JR poderá por livre e espontânea vontade, em
momento eleitoral, disponibilizar um dos seus carros de som, devidamente
registrado como doação pessoal de campanha, para que eu possa comunicar o meu
programa para a população de Guarabira, pois como ele mesmo diz, não ser um
político, mas apenas um empresário
apaixonado por política. Em nome da
democracia ele estaria dando condições para que a sociedade ficasse mais
esclarecida sobre os grupos no poder e sobre um novo projeto político para a
cidade e o campo, representado pelo PSOL.
Gostaria de dizer apenas que, a eleição em Guarabira no ano
de 2016 ficará para a história desse município, pois não será uma eleição
balanceada por dois grupos encastelados no controle da coisa pública local.
Teremos pelo menos quatro opções para a livre escolha do eleitor, uns com a máquina,
com o capital financeiro, outros com o capital político e outros apenas com a
coragem, com a determinação e com a ética de que a política é uma experiência
para que toda e qualquer pessoa possa participar: seja elaborando as políticas, escolhendo os secretários
através de assembleias populares, definindo coletivamente sobre os investimentos
municipais e votando ou sendo votada.
Estou como pré-candidato pelo PSOL, seja para obter um voto,
para obter mil votos ou para obter 10 ou 20 mil votos, pois não estarei como candidato de
mim mesmo, nem de algum grupo político interesseiro. Estou como porta voz do
PSOL, de um Novo Projeto de Sociedade com democracia e com liberdade política. Estou
como um agricultou que semeia a terra, acreditando nas forças divinas e da
natureza, estou como aquele que “sem meias palavras”, semeia o novo, semeia a
nova política. Aquela política que esta fora de esquemas milionários. Quem
tiver interesse e não tiver preso ou dependente desse ou daquele grupo
político, poderá fortalecer esse novo projeto político.