quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

"PMDB: de qual ponte estamos falando?


Fonte: A ponte JK - radames.manosso.nom.br

Por Belarmino Mariano Neto

O PMDB quer muito mais, vai sangrar o governo PeTista até onde puder. O encontro de hoje (12/03/2016) é a mais nítida prova disso. Já estão com mais da metade do governo, agora chantagens em cima de chantagens. Vejam de qual ponte fala o Vice-Presidente Michel Temer. Vejam o quanto o PMDB vai conseguir de um governo marcado por experiências sangue-sugas, um governo que sacrifica servidores públicos federais, que encaminha todas as políticas neoliberais, através de uma significativa maioria do PMDB, tanto na Câmara, quanto no Senado. Com o PMDB, o PT se encontra em um beco sem saída, pois "se correr o bicho pega e se ficar o bicho come".

Em 29/outubro/2015 o PMDB através da Fundação Ulysses Guimarães, lançou um documento intitulado "Uma ponte para o futuro" em que faz uma análise superficial de conjuntura política e econômica, para a atual situação de crise em que vive o Brasil. Parece até que o documento elaborado pelas dezenas de lideranças regionais e nacionais do PMDB nada tem haver com a atual crise política e econômica, na qual se encontra o país. da qual o Partido é um dos principais articuladores nacionais.

Antes de mais nada, gostaria de tratar dos paradoxos da ponte. Então escolhi o pernambucano Lenine,

Lenine - A Ponte 

Como é que faz pra lavar a roupa?
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte

A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento

A ponte nem tem que sair do lugar
Aponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar
Com a mão da maré
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
http://www.vagalume.com.br/lenine/a-ponte.html
  
Expostas esta intervenção musical e poética, ficamos a nos perguntar: de qual ponte fala o PMDB? Melhor ainda de que PMDB estamos falando? Apontemos alguns: Será o PMDB do Cunha, do  Temer, do Renan Calheiros, do Moreira Franco, do Sarney,  do Jader Barbalho, Zé Maranhão...são tantos.
Uma coisa ficou bem clara na "Ponte para o futuro" proposta pelos líderes nacionais do PMDB, é uma carta de intenções para o neoliberalismo e os interesses do grande capital internacional, que já controla mais de 85% da economia brasileira, querendo controlar também o que resta de setores estratégicos da economia que ainda se encontra em mãos de governo federal e de alguns governos estaduais.
Uma carta de intenções que colabora com o que pensam os principais economistas que seguem os receituários do Fundo Monetário Internacional (FMI). O que quer o PMDB defendendo a desindexação dos recursos da saúde e da educação? Em que difere esse pensamento do que defendem os economistas do PSDB? De fato estão propondo equilíbrio fiscal, sangrando saúde, educação, salário mínimo entre outras propostas que de fato busca a geração de superávit fiscal com intuito de agradar o neoliberalismo, com o pagamento de juros da dívida pública. Dívida essa alimentada por constantes e históricos atos de corrupção e desvio de recursos públicos.

Essa ponte para o futuro é na verdade um grande golpe nos singelos avanços da nossa constituição de 1988. Golpe que vem sendo orquestrado por dentro do congresso, por Eduardo Cunha (PMDB) e Renan Calheiros (PMDB), seguidos por deputados e senadores do DEM, PSDB, PP, PSD entre tantos outros parlamentares que estão no congresso para atender aos interesses das elites dominantes.
Não podemos nos contentar com essas pontes que parecem resolver os problemas nacionais, como em um toque de mágica, estranhem, pois se fossemos fazer um pequeno comparativo de poder, teríamos que considerar o PMDB como aquele partido que há mais tempo esta no controle desse país. Ao preço de hoje: Temer (Vice-Presidente); Renan Calheiros ( Presidente do Senado); Eduardo Cunha (Presidente da Câmara dos Deputados). Maior numero de Ministérios, Maior número de Senadores, maior numero de deputados federais; maior número de deputados estaduais;maior número de prefeitos; maior número de vereadores e presidentes das mais importantes comissões parlamentares do congresso nacional.

Esse é o tamanho do PMDB. Base de todos os governos pós redemocratização brasileira. Como podem querer vir falar de pontes para aproximar o Brasil do futuro. De qual futuro? Futuro de quem? Então vamos responder o que estava por traz de "tão bem intencionado documento". Simples: se projetou uma crise política, diante da eminente crise econômica enfrentada pelo governo Dilma (PT), governo do qual o PMDB tem o maior controle político, tanto nas instâncias do executivo, quanto do legislativo, sem falarmos  do poder judiciário, que aparenta maior autonomia, perante os poderes. Visavam derrubar Dilma, com uma boa base de aliados do PSDB, DEM, PP, etc, por uma cassação, aos moldes da cassação do Collor de Mello.

Parece que o tiro saiu pela culatra, parece que a "Ponte para o futuro" esbarrou na falta de concreto, ferro, vergalhão e mão-de-obra capaz de executar a tão sonhada obra de entrega do país em curto espaço-tempo para que o capital neoliberal se deleite, destruindo as nossas frágeis políticas públicas, que envolvam saúde, educação, segurança, habitação, seguridade social e renda mínima, entre outras. Pelo jeito, terão que enfrentar as urnas, terão que suportar o frágil exercício da democracia, tão desgastado e esgarçado, diante de uma população, com mais acesso a informação, com mais acesso aos meios de esclarecimento dos fatos.
Estamos de olhos e convidamos vocês para esse espetacular exercício dos paradoxos do que seja de fato a ponte e para onde ela aponta:



FONTES:
https://www.youtube.com/watch?v=zufUOwQFTYI
http://www.vagalume.com.br/lenine/a-ponte.html(https://hiphopeasociedade.wordpress.com/2011/12/01/uma-critica-a-ponte-jk-nas-vozes-de-gog-e-lenine/) na integra:

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