Por Belarmino Mariano
A Geopolítica é uma área de conhecimento que ultrapassa os limites da Geografia e ganha uma dimensão multidisciplinar, pois temos questões que envolvem desde a ciência Política, Sociologia, Antropologia, Direito, História, Ecologia Política, Psicologia e Comunicações, entre outras.
O que vemos na atualidade é um grande e desleal apelo midiático em defesa dos interesses do imperialismo americano/europeu pró Ucrânia, e contra a Rússia. Quando de fato, esse conflito é muito mais de interesses geopolíticos alimentados pela OTAN há pelo menos 30 anos.
Quando foi dissolvida a União Soviética e o Pacto de Varsóvia, a partir de 1992, 1993, a OTAN passou de 12 países para 30 e a grande maioria desses países aliados da OTAN vieram exatamente, da Europa Oriental e na medida em que a geoestratégia da OTAN se aproximava das fronteiras russas, os alertas eram de perigo eminente de guerras como essa com a Ucrânia.
Vemos que a Ucrânia que conhecemos como independente é coisa dos últimos 30 anos, considerados destes, governos predominantemente aliados de Moscou, mas a partir de 2014 essa tendência foi quebrada com um golpe de estado e a constituição de um governo pró interesses da OTAN. A partir daí, as tensões se ampliaram e devido a perseguição de etnias russas dentro da Ucrânia, o desfecho foi o surgimento dos movimentos separatistas dentro da Ucrânia com a anexação da Crimeia pela Rússia e dos outros territórios de fronteira.
Um ano de conflito direto e grandes avanços dos russos em territórios de maioria russa dentro da Ucrânia. Hoje, se calcula que os russos já ocuparam cerca de 16% dos territórios de fronteiras além da área da Criméia.
A Guerra continua, pois o imperialismo americano discursa em favor da paz, mas apenas da boca pra fora, pois continuam financiando armamentos para a Ucrânia e essa estratégia atrapalha completamente as possibilidades de futuros acordos de paz.
A ONU controlada pelos interesses Norte-Americanos, pressionam a Rússia e seus aliados, como a China e a Bielo-Rússia, mas não existem tendências de acordos imediatos. Se os Estados Unidos, colocam a faca no pescoço de alguns países a votarem pelos seus interesses no conflito, por outro lado, a Rússia não se abala e continua defendendo suas ações de autodefesa de suas fronteiras. No meio disso surgem as grandes contradições, entre os interesses de governos europeus, como a França, Alemanha e Itália, entre outros.
O outro ponto de distorção dessa exagerada força midiática em relação ao conflito na Ucrânia, com tendencias ideológicas contra a Rússia, não condiz com os mais de 30 conflitos que acontecem em todo o mundo nesse exato momento e o maior exemplo é o conflito Sírio, que tem a participação direta da OTAN e que já dura 12 anos.
Os cenários dos conflitos internacionais contam com a participação dos Estados Unidos e OTAN, ou seja, forçar os contatos diretos das fronteiras russas é apostar em uma Terceira Guerra Mundial sem precedentes na história do mundo. Esse é o pior cenário, pois em se tratando de uma Guerra que já ultrapassou um ano de conflitos diretos ninguém quer ceder nada. Por isso a guerra se prolonga.
A Rússia não estar em Guerra contra a Ucrânia, mas em luta pela sua segurança estratégica frente aos avanços da OTAN. A Ucrânia ficou no meio do caminho e cedeu espaço para que a OTAN entrasse em sua zona territorial.
O preço dos planos ucranianos de tentar entrar na OTAN foi a completa destruição de suas forças militares, pois em um ano, todo o poderio militar da Ucrânia foi transformado em frangalhos e calcula-se que mais de 100 mil soldados ucranianos já foram enterrados.
Se os países da OTAN mantém artificialmente a guerra, com um investimento que já ultrapassou os 100 bilhões de dólares. Nesse momento, vemos que a Ucrânia não existe mais. Esse território foi completamente comprado pelas forças da OTAN para manter um cenário de guerra, enquanto o povo ucraniano é usado como bucha de canhão.
O Ocidente, em especial as potências da OTAN, pousam de bons e amigos da Ucrânia, mas o cenário da Guerra, força a Rússia a se manter em campos de batalha, enquanto destrói bases da Ucrânia e o povo ucraniano, vira "bucha de canhão" dos mercenários mundiais que ganham com o cenário de guerra.
Vejo como urgente e sincero o movimento de paz proposto por Lula e acredito que esse seja o melhor caminho, mas, enquanto a OTAN não recuar em suas ações geoestratégicas, a Rússia irá se manter e aprofundar ainda mais as suas ações em territórios ocupados na Ucrânia, pois são áreas de maioria russa e que não aceitarão voltar ao comando da Ucrânia, um país governado por forças e interesses do imperialismo Norte-Americano e Britânico, entre outros.
No imperialismo capitalista, as guerras são excelentes oportunidades para lucrativos negócios e dependência territorial dos mais fracos, nesse momento, a Ucrânia. O resumo desse tabuleiro de xadrez é o seguinte: Enquanto russos e ucranianos se matam, os americanos ganham mais dinheiro e não é pouco. A estratégia mais simples é a seguinte, fragmentar os países de origem Eslava (Rússia) é um dos grandes sonhos da Europa Ocidental e os Estados Unidos financiam esse sonho. A morte dos ucranianos e russos (Eslavos) é o que menos importa aos financiadores dessa guerra.