sábado, 23 de junho de 2018

Marcos ViniciusJuventude Negra e Pobre


Profa _Alcione_
                      Serviço Social
                      *neab-í* UEPB

menino preto da favela, com fardamento seguindo para escola, baleado pela polícia numa operação mal sucedida que, no dia da ação, só matou este menino mesmo (no RJ, em intervenção militar, que muitos dizem que seria uma grande saída).

- _"Eles não viram que eu estava de farda, mãe ?!"_

Entre os lamentos da mãe:
_"Os estilhaços destruíram tudo, não tenho o que doar do meu filho. . ."_

Nessas frases, que revelam um contexto de ```genocídio``` que atinge a *juventude negra*, cabe quase toda a história do povo *negro* e *pobre* desse país, cujos corpos são paradeiros cotidianos de balas perdidas que seguem um projeto de nação, projeto que as conduzem e indica quais sujeitos devem ser encontrados.

Bala perdida não sabe quem encontrar. As nossas sabem, encontram sempre os mesmos sujeitos. Perdidos estamos nós.

Nas redes sociais já aparecem imagens falsas, algum outro jovem de arma na mão, a mentira:
_"esse era o garoto..."_
Não, não era!
                        E se fosse?

Assim como com a *Mariele*, chovem imagens e o mesmo discurso mentiroso que mostra exatamente qual o lugar e valor da vida negra e pobre nesse país.

A sociedade nos retirou tudo, nos jogou na marginalidade, nos fotografou e guardou esta como "prova" de que "não merecemos viver".

Um discurso que convence sempre que cada um de nós é assassinado.
_"Morreu mais um preto encontrado por bala"._
Ainda quando nada se sabe das condições em que o fato ocorreu, alguém noticia:
_"supostamente envolvido com tráfico",_
segue o silêncio e o alívio, a gente nem precisa saber se é verdade, não precisa investigação e pode ser, claramente, ```mentira,``` como nos casos citados.
A gente não se importa!

Não é uma criança branca da elite, que ocupa todas as manchetes, tomadas ao vivo e sensibiliza nossos corações.
Não precisa parar o Brasil, inclusive porque todas as manchetes são para voltar nossos corações para o goooooooool.
Parece que a elite soube bem como nos ensinar a amá-la em primeiro lugar.

Mas . . .
era menino indo para escola _!_
Ao menos não compartilhem imagens mentirosas.

É cruel _!_
                 
                      Profa _Alcione_
                      Serviço Social
                      *neab-í* UEPB

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