Muitas vezes uma fotografia não apenas registra um momento; ela eterniza uma história. Algumas pessoas ao usar uma câmera têm a capacidade de nos desafiar a enxergar o que preferimos ignorar. Foi o que fez João Paulo Guimarães, fotógrafo paraense, ao captar um instante em 2021, em Pinheiro, Maranhão, a 333 quilômetros de São Luís.
Ali, em meio ao lixão, encontramos Gabriel. Doze anos, olhos atentos, passos que seguem os da mãe, uma catadora que transforma o que o mundo descarta em sobrevivência. E então, como se o improvável decidisse se manifestar, ele encontra algo que jamais teve: uma árvore de Natal.
A fotografia registra o exato momento em que Gabriel encara uma árvore de natal, uma cena que mistura espanto, alegria e talvez uma pitada de melancolia. “Ela chamou minha atenção porque eu e minha família nunca tivemos uma”, confessou o menino. Uma frase simples, mas cortante, que fala mais sobre desigualdade e sonhos negados do que qualquer tratado sociológico.
O poder dessa imagem não está apenas na estética ou na técnica. Está no que ela nos obriga a ver: A dura realidade do descaso que boa parte da nossa população vive no nosso cotidiano. João Paulo Guimarães não capturou apenas um retrato, mas uma provocação. O final de ano está chegando e Gabriel, com sua árvore perdida entre os rejeitos, nos questiona: que Natal celebramos quando tantos não têm sequer o básico?
Texto: Ph Máximo ( A história Esquecida).
Fonte: https://www.facebook.com/share/p/15otKDBHhM/
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