quarta-feira, 25 de julho de 2018

Roda viva - Manu versus Chuchu!


Ângelo Cavalcante

O Roda Viva de ontem (2a. feira; 23 de julho) foi uma "mamãezinha" com o presidenciável e ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Mas, olhem... O Programa de ontem com o Chuchu teve a exata cara e medidas do tucano: insosso, chato, maçante e absolutamente inútil.

Deixa ver se explico... Bom... Sabem aquelas aves "mãezona" que caçam, mastigam, trituram e depositam o alimento leve e suavemente nos biquinhos dos filhotes? Pois é... O Roda Viva foi esse 'bico sagrado' que depositou o nutriente no papo do "bebezinho" tucano.

Não teve uma, mas nenhuma, pergunta minimamente complexa para Alckmin; foram questões banais, triviais e escancaradamente tenras com um dos derradeiros tucanos ainda em operação. Ao fim, todo cuidado e zelo fora utilizado para proteger essa quase extinta ave de arribação.

Fosse Manuela D'ávila, a comunista dos pampas... A mídio-tucanagem já partia com punhais afiados na garganta da moça; aliás, em quase uma hora e meia de programa a banca-bando que inquiriu Manu não a permitiu responder nenhuma (eu disse NENHUMA!) questão; vejam... Manuela D'ávila, a presidenciável do PCdoB e, que por sinal, está surpreendendo até aos mais céticos da direita, não teve condições de iniciar, desenvolver e concluir qualquer tipo de pensamento da vez em que esteve no centro do "Roda Morta". Todas a questões que lhe foram feitas eram seguidas de interrupções planejadas e cronometradas.

O 'modus' foi assim: vinha a questão; Manu começava; falava entre seis e dez segundos e... Corte; mais seis a dez segundos e, mais corte; outros segundos e, "tesoura". Aí... Não tem paciência que aguente.

Estratégia deliberada pelo alto tucanato paulistano. É que não pode haver político de destaque sem pensamento coerente e coeso que lhe justifique; a ideia é cortar fluxos mentais; é interromper a lógica do pensamento que vai em um crescendo; o ardil fora desmantelar desde as bases do pensamento da progressista Manuela D'ávila até aos seus desfechos finais, onde se tentava, por óbvio, impor um caos retorico para a moça; uma totalidade argumentativa confusa, indecifrável e, é claro, incompreensível. O plano? Desconstruir Manu desde os seus mínimos!

A prova de fogo da candidata e que, é claro, ela passou; é que, de fato, a gaúcha não entrou na "pilha" da turma e que, vejam só, até coordenador da campanha do Bolsonaro se fazia taticamente de fronte com Manu! Mais minado... Impossível!

Com o Chuchu não... Com o Chuchu foi diferente! O mediador deixava a bola quicando para o inviável Geraldo Alckmin (com ou sem "centrão"!) fazer seu gol. Delicadezas ao estilo: "Como o senhor quer ser lembrado?"; "Governador... Educação será importante no seu governo?"; "Como será com os professores?"; "E sua relação com o Congresso?" e outras canduras deste mesmíssimo naipe.

Arremato: a imprensa brasileira é uma das maiores desgraças de nossa miserável contemporaneidade e tomo uma "colinha" dos milicos 'meia quatro' quando tentavam tratar das incontroláveis pragas de saúvas espraiadas nas lavouras do país: "ou o Brasil acaba com essa 'emprenssa' ou essa 'emprenssa' vai acabar com o Brasil".

Ângelo Cavalcante - Economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Itumbiara
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