quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Título de Professora Emérita, Emilia Moreira e Ivan Targino, entre outros.

Por Belarmino Mariano*

Tive a felicidade de participar da cerimônia dos títulos de Professores eméritos para os professores da UFPB, entre eles a minha eterna orientadora e mãe intelectual Profa. Dra. Emilia Moreira e do Prof. Dr. Ivan Targino (O Grande).

Que felicidade, em fazer parte desse seleto grupo de orientandos e de pesquisadores do grupo da professora Emília. Encontrei amigos de longas datas: Ricelia Marinho Sales, Luis Gustavo Sales, Wellington, Genaro Ieno, Gláucia, Takako Watanabe Anieres, Maria, Marco Antonio Mitidiero Junior e tantos outros(as).

Também pude interagir com o Prof. Dr. Ivan Targino, da área de economia e que, em muito, contribuiu com a minha formação profissional. Esse casal fez toda a diferença em minha formação, pois com eles aprendi que a universidade deve ser um instrumento de formação e transformação social, econômica, cultural e política.

Atualmente sou professor da UEPB, com Aperfeiçoamento, Especialização, Mestrado e Doutorado. Sou líder de Grupo de pesquisa, coordeno projetos de pesquisa, extensão e orientação de graduação. Tudo isso foi fruto da minha formação na UFPB, que completou 70 anos e esses professores foram fundamentais e ainda são, pois atualmente recebem meus pesquisadores para a pós-graduação.

Pelas suas mãos já passaram muitos dos meus orientandos ao exemplo de Leandro Paiva , Rômulo Panta , Diego Pessoa e tantos outros (as), que hoje, são mestres e doutores e continuam nessa senda da ciência com consciência. Portanto, não se trata de uma vida, mas de muitas vidas que se emaranham para o fazer acadêmico e profissional.

Quando ouvi a professora Emília Moreira resumindo a sua vida acadêmica e agradecendo as pessoas que fizeram parte de sua vida, fui lembrando o quanto ele foi e é fundamental em minha vida e na vida de muitos amigos e amigas da UFPB. Ela fez doutorado e pós-doutorado na França, mas nunca presenciei nenhum ego em sua humildade.

Confesso que no ano em que entrei na UFPB, oriundo da Escola Pública, não tinha a ideia de o quanto minha vida mudaria. Tinha excelentes professores, mas era obrigado a trabalhar no comércio para me manter e ajudar em casa. Isso poderia ter me impedido de continuar, mas felizmente conheci professores que fizeram a grande diferença m

Foi nessa época que encontrei Emília e seu grupo de pesquisa. Como eu trabalhava, não podia ser bolsista, então me tornei um voluntário em suas pesquisas. Como trabalhava como vendedor, fazia meus horários e confesso que me empolguei com a Geografia Agrária e com a pesquisa empírica.

Foi com Emília que aprendi a elaborar projetos, pois ela discutia conosco, ponto por ponto. Então a gente ia aprendendo a problematizar, traçar objetivos, definir campos teóricos e principalmente, definirmos metodologias. 

Confesso que Emília era brava, exigente, perfeccionista e metódica. Quem não quisesse aprender e a levar a sério os seus estudos, podia sair fora. Sempre perseguia o rigor científico, no entanto era, uma pessoa maravilhosa, carinhosa e preocupada com cada um de nós.

Foi com Emília que aprendi muito sobre geografia agrária, Geografia Econômica, do Brasil e da Paraíba. Foi através de Emília que me aproximei da CPT, dos assentamentos e dos acampamentos dos trabalhadores rurais sem terra. 

Ter sido voluntário em seus estudos me ajudou a querer concluir o curso e tentar a carreira docente. Em uma longa greve entre o terceiro e o quarto período, submeti currículos em escolas e no quarto período já estava em sala de aula e isso mudou completamente a minha vida, pois mesmo ganhando pouco, deixei o comércio e fui fazer o que gostava.

Emília como bolsista de produtividade da CAPS e do CNPq, não podia parar suas pesquisas, então a gente seguia firme e forte, todos os seus passos. Ali a gente não aprendia apenas sobre a ciência, era um misto de ciência, direitos humanos, solidariedade e comunhão com os oprimidos da cidade e do campo. 

Enquanto a gente estudava, trabalhadores rurais sem terra e líderes sindicais eram perseguidos, presos e mortos. Crianças camponesas eram super exploradas e ficavam entre o fogo e o facão para cortar a cana-de-açúcar das usinas e grades destilarias canavieiras. Então a gente também aprendia a se indignar com a exploração capitalista selvagem.

Quando terminei a graduação, Emília me convidou para continuar no grupo de pesquisa e conseguiu uma bolsa de Aperfeiçoamento do CNPq, então me instalei na sede do INCRA/PB e, por dois anos, compilei quase todos os processos de conflitos agrários da Paraíba. Era tudo copiado em tópicos, pois não tinhamos autorização para retirar os processos para fazer xerox.

Outro grupo, coletava dados em jornais e com os dados íamos ao campo, confrontando as informações com a realidade. Lembro que tinha uma moto velha e precisávamos checar informações do Acampamento Padre Gino, entre Sapé e Mari. Emília não estava bem de saúde e me voluntariei para ir.

Essa foi a minha maior experiência prática. Confesso que já havia sido picado pela ciência da práxis marxista e, chegando lá, como já conhecia alguns camponeses, fui informado da ocupação das terras. Escondemos a moto por dentro de galhos e folhagens e passei uma semana, entre as barracas de lona, os camponeses e os capangas armados. 

Emília ficou muito preocupada, quase morria do coração, mas ao final lhe levei um litro de mel de abelha enviado pelos camponeses. Era um tempo difícil, tivemos o assassinato de tralhadores em Alhandra, Caaporã, tivemos a prisão de Frei Anastácio, tivemos o cruel assassinato de Margarida Maria Alves e as greves canavieiras.

Estávamos entre o mundo acadêmico, o suor, a fuligem e o sangue derramado pelos camponeses; estávamos entre os relatórios e as denúncias de trabalho análogo a escravidão; estavámos juntos com outras professoras, preocupados com a saúde dos trabalhadores que, em pleno final do século XX, trabalhavam 14, 15 horas por día, para cortar toneladas de cana e tómbolas para agroindustria canavieira.

As pesquisas estavam no fogo cruzado da violência no campo, mas não podíamos ficar de braços cruzados. Nessas horas a gente aprende que a consciência não se faz num dia, mas no dia da consciência cada um. Ter feito parte dessas experiências com Emília Moreira, me fez ser o que sou e nunca desistir dos meus sonhos e das minhas utopias ativas.

Foi nessa época que Emília coordenou e publicou obras como "Capítulos de Geografia Agrária da Paraíba" e "Por um Pedaço de Chão I e II" e também publicamos artigos e resumos estendidos sobre o trabalho infantil na palha da cana e sobre a violência no campo paraibano. Anos depois, conseguimos publicar nossos relatórios "sobre o trabalho infantil na palha na cana", em especial no Litoral Sul da Paraíba.

Emília foi minha grande incentivadora em ser professor e pesquisador. Tanto é que assim que terminei a graduação, passei em primeiro lugar na Especialização em Geografia Território e Planejamento e me submeti a seleção de professor substituto da UFPB, sendo aprovado em primeiro lugar.

Como já professor na rede particular em João Pessoa, com a especialização fiz concurso na UFPB de Cajazeiras, sendo aprovado em terceiro lugar, pois havia concorrido com mestres e doutores. Emília me disse, não desista, suga em frente e nesse mesmo ano, ao terminar a Especialização entrei no Mestrado do PRODEMA, agora me voltava para as questões ambientais.

Era um novo campo para os geógrafos da época e a professora e Ecóloga Takako Watanabe nos acolheu muito bem. Era uma dissertação de ecologia, mas, na contramão das tendências da época, quis saber da ideia de natureza dos homens e mulheres do Cariri paraibano. Emília em muito contribuiu, mesmo dizendo que não era de sua área. Ela fez parte de minha banca e suas sugestões foram fundamentais para me tornar mestre.

Isso foi fundamental para me tornar professor da UEPB e dar continuidade às pesquisas sobre a questão agrária no Agreste Brejo paraibano, sempre trilhando a ideia dos "Territórios de Esperança", proposição da professora Emília Moreira e Ivan Targino.

No meu Doutorado não foi diferente, pous Emília estava lá me dando dicas sobre os passos a seguir e fui fazer doutorado na Sociologia Rural e me interessei pekas práticas de agroecologia no Agreste e Brejo da paraíba. Ela estava em minha defesa de Tese, dando as grades contribuições que só ela poderia dar pois Emília Morreria, acompanhou todos os meus passos acadêmicos e posso dizer que ela foi e é uma grande dádiva em minha vida.

Esse título de Professor(a) Emérito(a) é mais que reconhecido, pois a grandeza acadêmica e compromisso científico e social desses professores, consta em seus currículos Lattes e em suas plataformas de pesquisas e, mesmo aposentados, continuam, pesquisando e orientando pesquisadores em nível de Mestrado e Doutorado. Mas o Lettes monstram apenas dados e datas frios. Porém, o que vivemos com esses Mestres como Emília, Ivan e os demais professores é EMÉRITO DEMAIS.

A UFPB, está de Parabéns, liderada pela Profa. Dra. Terezinha Domiciano Dantas. Ao fazer essa homenagem e reconhecer os professores como eméritos, fortalece ainda mais a ciência e a docência. Todas as indicações foram fundamentadas nos vastos currículos de cada um(a) e a vida de um simples orientando como eu, testemunham isso.

Vida longa aos professores Emília Moreira, Ivan Targino e aos demais eméritos. Vida longa à UFPB, onde fiz toda a minha vida acadêmica e hoje, posso servir aos estudantes e a ciência da Paraíba e do Brasil. Nesse momento de ataques à ciência e à democracia, precisamos fortalecer as universidades públicas e tudo começa pelo reconhecimento dos seus quadros docentes enquanto eméritos.

Por Belarmino Mariano. Imagens do autor.



segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

"A MORTE DO MINISTRO TEORI ZAVASCKI E DO ASSASSINATO DO DELEGADO QUE INVESTIGAVA O CASO. COISAS NÃO ESCLARECIDAS".

Repost: Ricardo José Martins.Via João Lopes. Via Ana Vasconcellos* 

Eu publiquei umas frases soltas para chamar a atenção. 
Agora, vou colocar tudo junto, para mostrar que minha perplexidade de quase dez anos faz sentido. 
Se não, vejamos.
1. O Ministro do Supremo Teori Zavascki era o encarregado do processo da Lavajato, anulou as interceptações telefônicas envolvendo a presidente afastada Dilma Rousseff, feitas por Sergio Moro. 
2. Interrompeu as férias para cuidar das “famosas” delações. Voltou no avião de um amigo, que caiu misteriosamente.
3. Registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que o avião estava com os certificados atualizados. 
4. Agora, a ex-juíza Luciana Bauer, que atuou na 17ª Vara Federal de Curitiba conta que denunciou os crimes e foi agredida por sergio moro.
5. Ela contou a agressão a quem? Ao Ministro Teori Zavascki. 
6. O Delegado da Polícia Federal, Adriano Antônio Soares, que investigava a morte do Ministro foi mandado para Florianópolis.
7. Pergunto: Quem o mandou e para quê? 
8. Oficialmente, dizem que para participar de um curso de capacitação interna da Polícia Federal. Um “cursinho de atualização”. Logo em Florianópolis? 
9. Em 31 de maio de 2017, provavelmente foi atraído a uma cilada, num bordel, junto com o colega, Delegado Elias Escobar e lá assassinados por um leão de chácara, Nilton César de Souza Júnior. Na época, era apresentado como leão de chácara. Fui pesquisar agora e aparece como “comerciante” de cachorro quente.
10. O assassino não tinha porte de arma, mas usou uma pistola 380. 
11. Tenho uma matéria, do dia, assim: “De acordo com informações do Copom (Centro de Operações Policiais Militares), os dois delegados teriam chegado ao local de táxi. Um terceiro homem teria entrado logo em seguida, iniciando uma intensa troca de tiros.”
12. Na mesma matéria que tenho: “Está sendo apurada a participação de outros dois indivíduos não localizados até o momento”, afirmou a PF.”
13. Depois, as notícias mudaram completamente.
14. O assassino ficou três semanas internado no hospital e foi liberado no dia 21 de junho. Dois dias depois, a Justiça de Santa Catarina concedeu ao suspeito o direito de responder ao processo em liberdade. Ou seja, mata dois delegados da PF e passa dois dias preso. 
15. O assassino foi treinado no “Clube de tiro 38”, na cidade de São José, na Grande Florianópolis.
16. QUE CLUBE É ESSE?
17. Pertence ao marido da deputada Júlia Zanatta. 
18. Neste clube treinaram os filhos do ex-presidente, agora presidiário condenado.

19. No mesmo Clube também foi treinado lá o “MILIONÁRIO” ADÉLIO BISPO, famoso por ter burlado a segurança de um candidato e lhe dado uma facada sem sangue."

*Repost: Ricardo José Martins.Via João Lopes. Via Ana Vasconcellos.
Fonte: https://www.facebook.com/share/1AYvw1gYj5/

domingo, 7 de dezembro de 2025

Presidente Maduro agradeceu a Gustavo Petro pelo apoio à soberania da Venezuela

.  Via Rita Lustosa II*

O Presidente Maduro agradeceu a Gustavo Petro pelo apoio à soberania da Venezuela; “Somos um só povo, o povo de Bolívar e a Grande Colômbia, agradeço de coração; pode contar com a Venezuela pra ajudar na reconstrução da Grande Colômbia, assim como, na união de forças em defesa da América Latina”, disse o presidente venezuelano.
A propósito, Maduro veio a público pedir que o povo brasileiro vá às ruas em apoio à soberania venezuelana, contra as agressões dos EUA; há rumores de que estaria sendo articulada ou negociada a renúncia (ou derrubada) de Maduro, que ainda tem posição sólida à frente do governo.

A “Great America" tem quase um milhão de pessoas em situação de extrema pobreza, morando nas ruas, se afundando nas drogas (fentanil), e o pessoal do “andar de cima” , com uma “ guerra” pra lutar em casa, anda atrás de produzir mais guerras fora de casa…
Elegem pseudo inimigos, explodem embarcações com drogas que não aparecem, desaparecem com pessoas que nada tem a ver com o tráfico, tudo porque não suportam um governante que não se submete aos desmandos imperialistas, que defende as riquezas e a soberania do seu país.

O Brasil, na figura do Presidente Lula, não apenas deixou de reconhecer a vitória de Maduro nas eleições, como não permitiu a adesão do país ao BRICS, um passo mal dado; como irá lidar no caso de um ataque dos EUA ao país que faz fronteira com o Brasil ? vai seguir alimentando a “química” com Trump, ou vai ajudar um país irmão? 🤔👇🇻🇪🇨🇴🇧🇷

Esse alerta de Rita Lustosa é urgente, diante da ameaça de Trump aos países latino-americanos, é urgente que o governo Lula e o povo brasileiro reajam em solidariedade aos nossos irmãos venezuelanos econtra o imperialismo dos EUA.

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Crônica - A Jaula é do lado de fora.

Por Alessandra Del'Agnese* 

Era uma vez um menino que queria domar leões. Esta é a única verdade que importa, no fim de tudo. Enquanto a cidade de João Pessoa se espantava com a notícia do “vaqueirinho”, do “invasor”, do “rapaz que pulou a cerca do zoo para entrar no cercado da leoa”, nós, na nossa sofisticada cegueira urbana, víamos apenas mais um ato de insanidade. Um espetáculo de horrores para ser consumido entre um café e um scroll na tela do celular.

Mas a história de Gerson, o menino de 19 anos, não começou naquele cercado. Ela começou muito antes, num lugar mais perigoso e sombrio que qualquer jaula: o abandono.

Enquanto nós discutimos a altura da cerca, o menino Gerson já vivia há anos saltando abismos muito mais profundos. Filho de uma mãe com esquizofrenia, neto de avós também “comprometidos na saúde mental”, como dizem os relatórios sociais com uma frieza que gela a alma. Ele não foi apenas pobre. Ele foi pobre de tudo. De pão, de afago, de presente, de futuro. Sua infância foi uma sucessão de “violações de direitos”, um eufemismo burocrático para dizer que lhe roubaram a infância, a segurança, a sanidade.

E no meio desse deserto emocional, brotou um sonho impossível, belo e trágico: ir para a África domar leões. O sonho de um menino que, talvez, quisesse domar a própria fera que rugia dentro de si, a fera da herança genética, a fera da negligência, a fera do desamparo. O leão de verdade, na jaula, era apenas um símbolo exterior de um monstro interior que ele já conhecia intimamente.

Nós, a sociedade, somos especialistas em ver as grades. Vemos a grade que ele pulou. Não vimos as grades invisíveis que sempre o prenderam. A grade da pobreza extrema, que é uma jaula de aço. A grade da doença mental não tratada, que é uma jaula de espelhos distorcidos. A grade do abandono afetivo, que é a mais solitária de todas.

Gerson não era um aventureiro. Era um náufrago. E seu ato desesperado não foi uma invasão ao espaço da leoa; foi um grito abafado, um pedido de socorro escrito com o próprio corpo, num palco de concreto e grades, para uma plateia que só sabia apontar o dedo e filmar com o celular.

É mais fácil trancar o “louco” do que encarar a loucura de um sistema que deixa seus filhos mais frágeis definharem à própria sorte. É mais cômodo acreditar que ele é um “caso”, uma exceção, um problema de segurança do zoo, do que admitir que Gerson é o produto lógico, quase matemático, do nosso fracasso coletivo.

Ele não queria matar a leoa. Ele queria, no delírio de sua mente febricitante e desprotegida, realizar uma proeza. Queria ser, por um instante, o herói de sua própria história trágica. Queria domar o indomável, talvez na esperança ingênua de que, domando a fera de fora, pudesse finalmente silenciar as de dentro.

A verdadeira ferocidade não estava na leoa, assustada em seu recinto. A verdadeira ferocidade é a que permitiu que um menino doente, um menino que “sofreu todo tipo de violação de direito”, chegasse aos 19 anos sem um amparo, sem uma rede, sem uma chance, a não ser a chance derradeira e teatral de pular uma cerca para ser visto.

No fim, Gerson conseguiu. Ele domou a atenção de uma cidade inteira. Por alguns dias, ele não foi invisível. Foi notícia. Mas que tipo de tribo somos nós, que só enxergamos nossos filhos quando eles se jogam na jaula dos leões?

A história de Gerson é um espelho quebrado refletindo nossa própria imagem distorcida. Ela não fala sobre a ousadia de um jovem. Ela grita sobre o silêncio de uma sociedade que ergue cercas para se proteger dos sintomas, mas é conivente com as causas. A leoa está a salvo. Quem precisa ser salvo, urgentemente, é a nossa humanidade.

* Alessandra Del'Agnese. 
Fonte: https://www.facebook.com/share/p/17sdjP22ok/
@destacar

sábado, 29 de novembro de 2025

AS COINCIDÊNCIAS COINCIDEM:“General Heleno “adoece” no calendário e Bolsonaro soluça na PF enquanto as coincidências coincidem"

Por João Guató*

Dizem lá na beira do Rio Cuiabá que quando o porco aparece no alto do jatobazeiro, ou foi enchente brava… ou foi mão de gente. E eu, que não sou besta nem recém-chegado na lida da política brasileira, fiquei matutando essa imagem depois de ler — com a calma de quem guarda o pequi pra última garfada — as novidades do general Augusto Heleno, o eterno “frotista” de estimação dos porões da saudade autoritária.

Pois vejam: três dias depois de ele fazer check-in num Airbnb do Exército — aquele condomínio fechado onde os camaradas se tratam como se fossem do mesmo clube de boliche — o procurador-geral Paulo Gonet resolveu acender vela pra santo e incenso pra divindade. Atendeu à defesa do general e pediu prisão domiciliar humanitária, porque, segundo laudos médicos, Heleno tá com Alzheimer. Não um Alzheimer qualquer: um Alzheimer de calendário, desses que brotam exatamente quando aperta o cerco da Justiça.

Lembrei de meu pai, velho sábio pantaneiro, dizendo enquanto cutucava o fogão a lenha: “menino, coincidência demais vira pista.” Pois não é que o quadro psiquiátrico do general começou a ser “documentado” só depois que ele foi indiciado pela PF, lá por novembro? E não é que o diagnóstico ficou pronto às vésperas da denúncia oferecida justamente por quem hoje defende seu recolhimento ao lar? E não é que a tal “demência mista” só foi revelada no ato contínuo à prisão, nesta semana?

Coincidência pouca é bobagem. Dias Gomes e Ferreira Gullar já tinham sacado o truque lá em 1968, em plena ronda do AI-5:
“E enquanto essas coincidências / iam assim coincidindo…”
É quase como se o Brasil tivesse um curso técnico permanente em “como se depõe um presidente” — e a turma anda sempre com o diploma fresquinho.

E para completar o enredo, ontem à noite Bolsonaro, lá da carceragem da PF, teve outra crise de soluço. Eu fico pensando: é o fantasma do golpe que agarra no diafragma? É o karma entalado na goela? Ou é só arrependimento não assumido, aquele que a gente sente quando faz bobagem grande e tenta culpar a carne de panela?

Enquanto isso, os outros golpistas — delegado, generais, oficiais de alta patente — seguem bem acomodados no xadrez. Mas basta alguém gritar “hipertensão!” e é capaz de abrir-se uma procissão de medidores de pressão, cadeiras de rodas e atestados súbitos. No Brasil, cadeia para elite militar é quase spa com monitoramento: basta uma dorzinha de consciência para virar dor no peito.

E aqui, desse canto quente do Centro-Oeste, eu observo tudo com a serenidade de quem já viu o rio subir rápido demais: quando os poderosos começam a adoecer subitamente, não é o corpo que pede socorro — é a narrativa. A doença vira bengala, o prontuário vira escudo, o Exército vira consultório sentimental.

Mas como diria tia Teodolina lá do Porto, enquanto sacode o leque pra espantar o calor:
“Meu filho, doença que só aparece no dia da bronca não é doença — é desculpa com CRM.”

E assim seguimos, brasileiras e brasileiros, assistindo a comédia dramática das Forças Desarmadas moralmente, onde cada ameaça de cadeia produz uma síncope, cada laudo médico é uma cortina de fumaça e cada coincidência… coincide demais.

Porque, no fim, como sempre: se gritar “hipertensão”, não fica um, meu irmão.”

#Pasquim Cuiabano João Gautó - Via Mary Martins.
Fonte: https://www.facebook.com/share/17ZD3fiHLW/

domingo, 23 de novembro de 2025

"A Curiosidade Quase Queimou o Pé do Gato".

Por Belarmino Mariano*

Como estão incomunicáveis, os influenciadores e apoiadores de Jair Bolsonaro, correram para as redes sociais, tentando desmentir que ele estava planejando fugir e tentou quebrar a tornozeleira eletrônica. A narrativa era de que a própria tornozeleira havia se quebrado ou ficado sem bateria.

Não sabiam eles, que o próprio Bolsonaro, quando interrogado pela delegada da PF que é responsável pelos equipamentos eletrônicos presos no tornozelo dos criminosos, Bolsonaro assumiu que havia usado um ferro de solda quente, por "curiosidade", abrir a caixinha de jóia eletrônica.

Ele estava curioso, provavelmente queria saber o que tinha lá dentro, como funcionava aquele brinquedinho da Polícia Federal. Dizem até, que ele estava ouvindo vozes ou ruídos tenebrosos saindo de dentro daquela caixinha eletrônica.

A PF divulgou um vídeo em que a delegada perguntou para Bolsonaro se ele havia usado algum ferro para abrir a tornozeleira, se ele havia rompido a pulseira eletrônica e ele confirmou que sim. Logo, contra provas não há argumentos, deixando os bolsonaristas no vácuo estrondoso das redes sociais.

Ele poderia ter se acidentado feio, poderia ter queimado a região do tornozelo, poderia ter levado um choque sério e hoje estaria pra lá da fakada, enquanto muitos estariam lamentando a morte literal do Mito. 

Menino maligno, menino traquina, "infantilidade burra", enfiar um ferro quente de solda(do) ligado a um cabo elétrico. Isso poderia ter dado um pipoco e a coisa poderia ter ficado feia. Aí a casa teria caído de vez.

Ainda bem que a PF agiu ligeiro, depois de perceber a tentativa de rompimento da tornozeleira, foi a casa do mito, confirmou os estragos e diante de um virgília golpista, mais uma vez, o chefão da organização criminosa golpista, foi interceptado.

Por pouco, seu tornozelo não ficou igualzinho as propagandas em machos de cigarros, com os alertas sobre a toxidade do tabaco. Nessa história toda, o pior não aconteceu, pois o gato não conseguiu fugir e ainda levou fumo, diante das contundentes provas. 

Se Ramagem escapou pelas beiradas, feito gás de cozinha e bafo de cuscuzeira. Para o Mito, a estratégia de estragar a tornozeleira e fugir para a embaixada dos EUA não obteve êxito. Para piorar a situação, saiu da prisão domiciliar e foi para um quarto/cela da PF. Nesse momento, mesmo que provisoriamente, já está vendo o sol nascer quadrado.

O fugitivo Eduardo Bolsonaro, estava muito bravo em suas redes sociais, chegou a dizer que, qualquer coisa que acontecer ao sei papai, será culpa de Alexandre de Moraes. Mas pergunto: O que Xandão poderá fazer com um moleque indisciplinado, quw fica mexendo com o fogo, enfiando ferro quente em equipamento eletrônico?

A outra pergunta que não quer calar: o que fazia um avião das forças especiais dos EUA, um “C-146A Wolfhound”, que pousou no aeroporto internacional do DF, a 10 minutos da Sede da PF, e decolou na tarde de hoje. Será que veio buscar a encomenda do Dudu bananinha, mas o pacote foi extraviado? 

A Prisão preventiva da Prisão Domiciliar, antes da Prisão Definitiva. 


Agora, estão surgindo novas informações sobre a tentativa de fuga do Bolsonaro está chegando nas nossas redes. A ideia da virgília e a violação da tornozeleira eletrônica, estão na mira da PF.

Diante do paradigma indiciário, tem caroço nesse angu e a Câmara dos Deputados, que deu suporte para a fuga do Deputado Ramagem, pode está envolvida na tentativa de fuga do Bolsonaro. Parece que o Nikolas se complicou e provavelmente outros, estão envolvidos.

Novas evidências sobre a tentativa de fuga de Bolsonaro no sábado, dia 22 de novembro. Essa semana, Bolsonaro recebeu algumas visitas de aliados, entre eles o Deputado Nikolas Ferreira, que segundo reportagem da Globo, entrou no condomínio com Celular, ferindo as normas da justiça.

Flávio Bolsonaro, os irmãos e aliados políticos organizaram uma vigília na porta do Condomínio onde Bolsonaro estava em prisão domiciliar. Durante a noite, o ex-presidente tentou violar a tornozeleira eletrônica. O que foi confirmado e gerou a sua prisão preventiva na sede da PF.

No sábado, um avião das forças especiais dos EUA, um “C-146A Wolfhound”, pousou no aeroporto internacional do DF, a 10 minutos da Sede da PF, e decolou na tarde de domingo, sem trazer ou levar nenhuma carga. O que teria vindo buscar?

Porque a bancada da extrema direita, vem querendo destruir a PF, atacam com violência verbal o STF e continua com essa narrativa golpista, inclusive com parlamentares bolsonaristas visitando El Salvador, país onde se instalou uma ditadura de extrema direita. O Senador Flávio Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e o Deputado Nikolas Ferreira se encontraram com o
Ministro ditador Nayib Bukele.

Em entrevista sobre a prisão de Bolsonaro, o presidente Trump disse que havia conversado com Bolsonaro e que em breve iria lhe encontrar, mas, quando o repórter informou que Bolsonaro havia sido preso. Ele desconversou e saiu do local, aparentemente chateado.

A pergunta que não quer calar: como Trump conversou com Bolsonaro, que estava incomunicável e proibido de usar telefones? Será que o Celular de Nikolas foi acionado?

O Deputado Federal Ramagem fugiu para os EUA, mesmo com o seu passaporte bloqueado, devido a sua condenação por tentativa de golpe de Estado. Quem facilitou essa fuga e quem está por trás da tentativa de fuga de Bolsonaro?

Será que essa tentativa de fuga está relacionada com a visita de Flávio, Eduardo Bolsonaro e Nikolas Ferreira ao ditador da extrema direita, em El Salvador? Parlamentares brasileiros que atacam nossa soberania, nossa democracia e nosso sistema judiciário, visitam um ditador de extrema direita, está relacionado com a tentativa de golpe militar no Brasil?

O Brasil precisa ficar alerta, pois a extrema direita brasileira, aposta no caos e apela mais uma vez para que o povo e os militares, reajam a prisão de Hair Bolsonaro. Mesmo que estejam cada vez mais isolados e desgastados, continuam tentando articular um golpe contra nossa democracia e soberania.

*Por Belarmino Mariano. Imagens CNN e carteira de cigarro e redes sociais.
Fonte: Plantão Brasil, CNN Brasil, ICL Notícias, Mídia Ninja, Brasil 247.
Fonte em vídeo - Celular de Nikolas

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

SOLIDARIEDADE AO DEPUTADO RENATO FREITAS AGREDIDO POR EXTREMISTA DE DIREITA

Por Dani Balbi*

Há muito acompanhamos
as violências e provocações dirigidas ao @renatofreitasumdenos, um jovem negro na política que enfrenta sem medo aqueles que usam o poder contra o povo. É angustiante testemunhar o assédio constante que ele sofre, dentro e fora das redes.

No recente e lamentável episódio filmado e amplamente divulgado, Renato reagiu com coragem diante de ataques racistas que culminaram em agressão. Não podemos tolerar, em silêncio, essa perseguição política que é, acima de tudo, racista.

Toda solidariedade ao deputado Renato Freitas. Que ele siga com coragem e determinação, porque não está só. Sua atuação é fundamental para denunciar as estruturas racistas que ainda organizam nossa sociedade e para fortalecer a luta por justiça, igualdade e direitos. Renato é uma voz imprescindível na defesa do nosso povo e da nossa democracia, atacar sua presença na política é atacar todos nós que acreditamos em um Brasil verdadeiramente antirracista.