imagem extraída do site aruto online, atualizada em 14/12/2016. |
Por: Avenzoar Arruda
Em 1983 eu militava no movimento estudantil, exatamente no centro acadêmico de engenharia mecânica e depois como presidente do DCE-UFPB, na famosa gestão “venceremos”, da qual participaram também Luiz de Souza Junior, Aberto Quirino, Renato Medeiros, Roseana Meira, Jonas Duarte, Dinart Varella, Inaldo de Patos, e muitos outros estudantes que lutavam por liberdade, democracia e respeito aos direitos humanos.
Naquele tempo houve a campanha “diretas já”, um movimento para pressionar os parlamentares a votar pela volta das eleições diretas para presidente do Brasil. Uma razão para isso, dentre muitas outras, era o fato da escolha do presidente ser realizada pela via do colégio eleitoral (eleições indiretas).
Tancredo fazia parte do movimento pelas “diretas já” mas virou presidente pela via das indiretas no colégio eleitoral. Na verdade, Tancredo, o PMDB e outros, usaram o movimento “diretas já” para viabilizar uma transição segura entre a ditadura militar e uma democracia bem restrita, tudo sob o controle das oligarquias político-financeiras.
Agora vejo alguns lutadores se animarem para desempoeirar e reerguer a bandeira das “diretas já”. Embora não estejamos em uma ditadura, as restrições da democracia brasileira permitem que essa bandeira seja levantada. Não sei se já existem outros Tancredos à espreita, mas isso é uma questão menor. O maior desafio é mostrar para a população que o problema político não se resolve com eleições diretas, pois Dilma e Temer foram eleitos por eleições diretas e, exceto os quatro ministros do TSE e alguns poucos partidários acríticos, ninguém de bom senso pode dizer que a chapa não deveria ser cassada e a eleição anulada.
Assim, o problema precisa ser colocado de forma diferente da que foi posta em 1983, ou seja, queremos eleições diretas sim, vamos à luta, vamos às ruas, mas é preciso dizer que queremos eleições diretas e limpas. Defender só eleições diretas, sem o adjetivo “limpas”, é vender a ilusão de que eleição direta é igual à democracia, mas sabemos que não é. Eleições diretas e limpas significam eleições sem a interferência do poder econômico.
Parece difícil, mas não é impossível. Porém, eleições diretas com as mesmas regras e as mesmas interferências que temos hoje é fazer surgir novos Marcelos e Joesleys no Brasil. Eleições diretas e limpas é um passo pequeno, mas muito importante. Eleições diretas com as mesmas regras das que ocorreram até hoje é manutenção das oligarquias político-financeiras no governo, o nome do plantonista é o menos importante. Claro que, ainda assim e em qualquer caso, eleições diretas é melhor que eleições indiretas, e a conquista do povo será proporcional ao seu esforço e a sua firmeza em lutar pelo seu futuro.
Imagem extraída do portal rede brasil atual, 2017. |
http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2017/01/movimentos-defendem-diretas-ja-para-por-fim-a-crise
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http://www.aratuonline.com.br/noticias/diretas-ja-inspirado-em-1984-movimento-vai-as-ruas-neste-sabado-por-novas-eleicoes-no-brasil/
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