sexta-feira, 23 de junho de 2023

Qual o Lugar do Lula na História?

Por Belarmino Mariano
Para muitos brasileiros ligados ao discurso da direita e do conservadorismo das elites dominantes, Lula sempre será um analfabeto desqualificado, que chegou ao poder por pura insistência e sorte. 
Por isso, nestes 35 anos de redemocratização do Brasil, tentaram impedir o surgimento de uma liderança política popular, com traços de esquerda em sua trajetória.
Vale dizer que Lula foi de um simples migrante nordestino a torneiro mecânico e líder sindical do ABCD Paulista em plena ditadura militar. Foi preso e acusado de baderneiro, por organizar greves gerais por direitos trabalhistas.
Com a redemocratização, Lula ajudou a criar o Partido Trabalhadores (PT) e foi eleito o Deputado Federal constituinte com a maior quantidade de votos do Brasil pós Ditadura Militar, ajudando a escrever a melhor Constituição (1988) da história da República.
Vale dizer que Lula foi derrotado em três  disputas eleitorais para o cargo  de presidente e, em sua luta, era fortemente atacado pela grande mídia e pelas elites econômicas brasileiras e estrangeiras.
Mesmo assim, foi galgando uma crescente base política. Isso gerou sua primeira eleição 2002. Um governo difícil e a sua verdade fez a diferença, com um grupo ministerial preparado, venceu os preconceitos e ataques desonestos a sua biografia, fazendo um governo bem avaliado e, conseguiu sua reeleição.
Seu segundo governo (2006) fez toda a diferença para a vida de milhões de brasileiros, por isso foi muito atacado pela grande mídia e elites dominantes.
Luta terminou seu segundo governo com 89%de aprovação, conseguindo eleger Dilma Roosevelt (2010), a primeira mulher presidente do Brasil como sua sucessora.
Como mulher de esquerda, Dilma entrou para a história, junto com Lula e mesmo com tanta perseguição e boicote ao seu governo, foi reeleita presidente (2014) e já estava se preparando para entregar o governo ao presidente Lula, quando foi golpeada e impedida de terminar seu mandato em (2016). Isso foi uma quebra, um golpe contra o ritmo democrático do país.
Lula já  liderava todas as pesquisas de opinião e seria eleito no primeiro turno. Para impedir seu terceiro mandato, as elites, mídias, extrema direita, direita golpista e judiciário golpista, prenderam Lula e o tentaram incriminar de todas as maneiras, em mais de 35 processos.
585 dias preso e sem poder concorrer às eleições, seu partido foi derrotado e estigmatizado.
Ascendeu ao poder Bolsonaro (PSL) e o grupo que havia articulado o golpe contra Dilma, Lula e o PT. Inclusive com um juiz imparcial que prendeu e condenou Lula sem provas, se tornando o Ministro da Justiça de Bolsonaro.
Foi um governo desastroso e de ataque direto aos direitos da classe trabalhadora e aos programas e politicas sociais.
Nos quatro anos que se seguiram, Lula e sua equipe conseguiu provar sua inocência e o restabelecimento dos seus direitos políticos.
Foi candidato contra uma gigante máquina de Fake News e um poderoso poder econômico e midiático. Mas ao final, Lula foi eleito pela terceira vez e, com o imediato reconhecimento internacional ultrapassou os limites do seu lugar na história do Brasil para ocupar o lugar de maior político popular da atual história mundial.
Lula é manchete em todos os grandes jornais, revistas e portais do mundo, passa a confiança e reestabeleceu relações diplomáticas em todos os continentes e, não baixa a cabeça para as vontades e interesses das grandes potências.
Ao ser libertado da prisão e na sequência se eleger presidente pela terceira vez, quando já havia elegido sua sucessira Dilma por duas vezes, Lula entrou para a história política do período republicando como o proletário de maior relevância da história Brasileira. Isso vale para a América Latina e para todo o mundo.
Mesmo com constantes tentativas de golpes e ataques diarios ao presidente Lula, esse é o legado histórico de um homem servindo das classes populares. Mas esse artigo de opinião é apenas uma síntese. Aconselho aos incrédulos que leiam alguma das suas biografias.
*Belarmino Mariano  - profesor de geopolítica na UEPB.

(Imagens de printes das redes sociais).

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