Maior fórum deliberativo e de discussões do partido será de sexta a domingo (04 a 06 de dez), em Luziância-GO, e debaterá os desafios da esquerda socialista
Cerca de 450 militantes do PSOL, entre delegados, observadores e convidados, chegarão a Brasília na próxima sexta-feira (04) para participar do principal fórum deliberativo do partido. O 5º Congresso Nacional do PSOL, que terá início na própria sexta-feira e se estenderá até o domingo (06), acontecerá em Luziânia, município goiano localizado no entorno do Distrito Federal. Nesses três dias a militância socialista participará de debates sobre os vários temas de interesses do partido e, ao final, elegerá a nova direção do PSOL para os próximos dois anos.
Dados do TSE apontam que o PSOL é o partido que proporcionalmente mais cresceu no último ano. De outubro de 2014 até abril deste ano, ele saltou de 91.326 para 104.845 filiados, tendo um crescimento de 14,80%. E o número de pessoas da base envolvidas nos processo que antecedeu o Congresso mostra esse crescimento. Ao todo, foram realizadas 853 plenárias municipais e intermunicipais, de norte a sul do país, e 27 congressos estaduais. Essas etapas reuniram mais de 22 mil pessoas filiadas ao partido.
As plenárias municipais elegeram os representantes que participaram dos congressos estaduais. Já estes escolheram os delegados e as delegadas para a etapa nacional, além de elegerem as novas direções que ficarão à frente dos diretórios estaduais nos próximos dois anos.
Durante o 5º Congresso Nacional, a militância vai discutir os desafios da esquerda socialista para o próximo período, a partir de um amplo debate sobre a conjuntura nacional e internacional; atualizar o programa e as diretrizes do partido para as eleições de 2016 e analisar propostas de mudanças no estatuto. Ao final, elegerá o Diretório Nacional, o Conselho Fiscal e a Comissão de Ética do partido, além da diretoria da Fundação Lauro Campos.
Para a abertura, que será conduzida pelo presidente nacional do partido, Luiz Araújo, foram convidados representantes do MTST, MST, Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, CSP Conlutas, PSTU, PCB e a Unidade Popular pelo Socialismo.
O presidente nacional do partido, Luiz Araújo, ressalta o momento delicado do país em que acontecerá o 5º Congresso e, por consequência, as pautas necessárias que precisam ser aprofundadas pela militância. “No momento em que a crise econômica se agrava e os seus efeitos são sentidos cada vez pelos trabalhadores, o PSOL realiza o seu 5º Congresso Nacional. Nesse contexto, o PSOL aprofundará suas propostas de solução para a crise vivenciada pelo país. Os ataques sofridos pela bancada do partido, especialmente pela sua postura coerente diante das providências necessárias para afastar Eduardo Cunha (presidente da Câmara), mostram que o partido possui um espaço de crescimento no próximo período”.
Araújo também enfatiza que o congresso deve apontar a necessidade da unidade da esquerda socialista para enfrentar os ataques do governo de Dilma Rousseff e o avanço das pautas conservadoras. “Pela sua inserção nos movimentos sociais, o partido discutirá o aprofundamento de seu apoio à iniciativa da Frente Povo Sem Medo, alternativa para colocar o povo na rua contra o ajuste e contra o avanço conservador”. Segundo ele, o 5º Congresso, que acontece um ano antes das eleições municipais de 2016, vai, ainda, definir as diretrizes para as candidaturas do partido, avaliar as cidades onde há chances reais de vitória e como enfrentar as restrições criadas pela minirreforma eleitoral, levada a cabo por Eduardo Cunha e seus aliados este ano.
Equilíbrio e unidadeSobre a escolha da nova direção do partido, Luiz Araújo lembra: “Será renovada a direção partidária e da Fundação Lauro Campos. A proporcionalidade entre as várias chapas faz parte do principio partidário”.
O líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ), também chama a atenção para o papel que o PSOL tem a desempenhar, como uma importante alternativa de esquerda, e vê o 5º Congresso como o espaço ideal para se debruçar sobre a situação vivida pelo país. “A profunda crise que o Brasil vive afoga, como uma corrente de lama tóxica, também os partidos políticos, quase sem exceção. O PSOL, nessa conjuntura, tem um papel fundamental a cumprir. Que o nosso congresso seja pautado por este desafio, enfrentado com bom debate político e propostas de transformação da sociedade através da mobilização popular”.
Em relação aos debates e deliberações que ocorrerão ao longo dos três dias, envolvendo também a escolha da nova direção, Chico Alencar pontua: “Que haja a compreensão, por parte de cada delegado, de que, internamente, temos um grande equilíbrio de forças, o que deve se refletir na composição da nova direção. E que saibamos compreender, em ambiente fraterno, que os inimigos estão lá fora, produzindo desemprego, variadas opressões, manipulação de consciências e crimes ambientais. Viva o PSOL e sua unidade na diversidade!”.
Crise das instituiçõesAinda sobre a conjuntura do país, marcada por uma forte política de ajuste fiscal e de corte de direitos dos trabalhadores e por um Congresso Nacional com pautas cada vez mais conservadoras, com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no olho do furacão e enfrentando um processo de cassação no Conselho de Ética, a atual presidente da Fundação Lauro Campos e candidata do PSOL à Presidência da República nas eleições de 2014, Luciana Genro, destaca o desafio do partido
“A crise atual se combina com o fim de um ciclo político. Há um enorme impasse entre a casta política e as classes dominantes. Os três principais partidos que sustentam o regime – PT, PMDB, PSDB – estão envoltos estruturalmente na crise de corrupção que golpeia a República. A personificação da corrupção na figura do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, expõe o conjunto da crise das instituições. O PSOL precisa travar uma disputa pela esquerda, construindo um terceiro campo nas ruas e nas urnas, defendendo a mobilização em torno das demandas imediatas, econômicas e sociais e a luta por direitos das mulheres, negros e negras e LGBTs, mas sem deixar de apresentar para o debate público a necessidade de uma nova ordem na qual exista uma democracia real, na qual de fato o povo comande a política e a economia. Preparar o PSOL para esta disputa é o grande desafio deste Congresso”.
Serviço5º Congresso Nacional do PSOL
Abertura: Dia 04/12, às 19h
Local: BR040, KM 9,5, Setor de Chácaras Marajoara, Centro de Treinamento Educacional da CNTI, Luziânia-GO.
Abertura: Dia 04/12, às 19h
Local: BR040, KM 9,5, Setor de Chácaras Marajoara, Centro de Treinamento Educacional da CNTI, Luziânia-GO.
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Da redação do PSOL Nacional
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